- algo lhe incomoda – soltou Peter ao ver o homem de cabelos castanhos olhando fixamente para as informações reunidas no quadro.
- eu sei. Mas eu não consigo dizer o que é – respondeu o castanho ainda encarando o quadro a sua frente.
O louro sorriu contido. Ver o castanho tão concentrado em algo completamente diferente do que ele fez no passado lhe passava uma estranha sensação de trabalho bem feito. No entanto, o relato de Isaac sobre o ocorrido no pátio da prisão o preocupava e muito. A sanidade de Stiles parecia estar indo embora por algum motivo e isso era algo que deveria ser evitado a todo custo. Ele tinha que evitar a possibilidade de Stiles voltar a fazer o contrário do que fazia no momento. Stiles não podia voltar a ser um assassino. Alice não poderia voltar, custe o que custar.
- eu não estou falando do caso, Stiles – disse o louro vendo o castanho rir nasalado brevemente.
- está falando da surra que dei hoje na prisão – afirmou Stiles vendo o mais velho estreitar o olhar em sua direção.
- então a resposta foi para isso? – questionou vendo o mais novo negar com a cabeça.
- a prisão fora da minha cela é interessante e estressante, Peter. Posso ter mudado, mas não garanto que meus desejos se mantenham longe de mim do jeito que as coisas estão lá – respondeu o castanho olhando para as próprias mãos.
- não posso fazer nada para ajudar? – perguntou Peter vendo o rapaz tomar um sorriso divertido nos lábios e negar com a cabeça.
- não. Não precisa. Ninguém pode assegurar que eu fique consciente por muito tempo. Mas eu já estou dando o meu jeitinho – respondeu Stiles vendo o louro erguer a sobrancelha em sua direção.
- o que quer dizer com isso? - questionou o homem mais velho vendo o presidiário dar de ombros.
- quer dizer que eu estou reduzindo o meu estresse, Peter – respondeu o especialista em assassinatos da equipe olhando para o seu agente tutor, o observando estreitar o olhar em sua direção.
Peter estava preocupado. Stiles, antes da prisão, era perigoso demais. Eles haviam arriscado muito liberando o assassino mais perigoso do país. Somente o fato de ter a sua sanidade reduzida assustava, imagina então ter a sanidade reduzida estando parcialmente livre. A única coisa que segurou Alice por meses foi a sela de metal e vidro blindado do FBI. Se Alice voltasse, seria uma catástrofe, ainda mais estando nessa idade, com aquela altura e aquele corpo. Stiles faria uma chacina até que fosse localizado, imagina, então, até ser detido. O castanho de olhos claros deveria criar o caos no país, o destruindo de dentro para fora.
Peter começou a cogitar, em silêncio. Aquela informação teria que ser mantida entre ele e Isaac. Se Derek soubesse que Stiles está enlouquecendo novamente, ele vai surtar e fazer o maior escândalo, o que vai acabar por colocar o ex-assassino na solitária da segurança máxima, novamente. Essa informação teria que estar o mais distante de Derek possível. O louro se distraiu tanto, pensando, que nem viu quando o castanho se aproximou de si, sorrateiramente. O mais novo deu a volta no homem louro, silenciosa e habilidosamente, parando ao lado do mesmo. O Stilinski aproximou o rosto do rosto do mais velho, lambendo os lábios no processo. O Tate tremeu ao sentir a respiração de Stiles acertar o ponto sensível em sua orelha.
- volte, Peter. Você precisa manter os olhos abertos aqui, não no País das Maravilhas – Alice sussurrou no ouvido do mais velho, vendo os fios louros da nuca do homem se arrepiarem.
- me desculpe – pediu o ex-agente vendo o mais novo sorrir em sua direção.
- está tudo bem. Apenas me ajude aqui. O homem que me prendeu é o único que pode me ajudar com Cinderela – falou o castanho voltando a olhar para todas aquelas imagens e informações no quadro a sua frente.
- você é tão humilde – ironizou o louro vendo o Stilinski sorrir em sua direção.
- eu vou ao necrotério, analisar os corpos novamente. Pode ser que os policiais tenham deixado outra pista passar – falou o prisioneiro vendo o louro menear positivamente.
- na volta, me traga um café – pediu Peter ouvindo o castanho confirmar que havia entendido.
- eu espero muito que isso não esteja virando moda – murmurou Peter para si mesmo, observando as informações básicas e o nome “Cinderela” escrito no quadro de vidro na sala do delegado Miriam.
Assassinos com nome de princesas ou de personagens de fábulas eram o seu maior pesadelo desde Stiles. A imagem de um garoto castanho com uma adaga ensanguentada na mão e uma carta de baralho entre os lábios ainda lhe atormentava. O homem até evitou contar a história da garota sonhadora para a sua filha, pois ele não conseguia ver a capa do livro de Alice no País das Maravilhas sem sentir um aperto no peito e na garganta. Aquela história foi proibida na residência Hale por anos, até que Malia criou gosto pela leitura de clássicos. Quando a adolescente chegou com um exemplar original em casa, a família inteira ficou tensa e evitando conversar com a garota enquanto ela tivesse o livro em mãos.
Hoje, apesar de saber da triste história da família com a garota sonhadora de cabelos louros e vestido azul, Malia ainda afirma que o livro era o seu favorito para todo e qualquer ser humano que lhe perguntasse sobre livros. Um dos motivos pelo qual Derek não falava muito com a prima. A Tate não podia pronunciar o nome da personagem que Derek só faltava jogar o sofá na prima, enquanto a mesma jogava a mesa em si.
Peter suspirou, cansado. Aquele trabalho estava mexendo com o seu emocional. Isso não deveria acontecer. Ele foi treinado para ser o menos atingível possível, e conseguia ser. Mas em casos como aquele... Era impossível, para ele, não ser atingido.
- quem é você, Cinderela? – indagou o louro vendo as fotos das três vítimas e seus torsos perfurados doze vezes.
- Senhora Cryssi? – chamou Scott, após descer do carro, vendo a mulher parar em frente a própria casa.
A morena de cabelos curtos se virou, com as compras em mãos, vendo o moreno de queixo torto e terno se aproximar ao lado de um louro de cabelos cacheados de camisa de botão e calça jeans. A mulher franziu o cenho para os dois homens, tratando a abrir a porta com velocidade. Ela colocou as compras no interior da casa, ao lado da porta, antes de se virar para os dois homens, que já se encontravam próximos as escadas da frente.
- quem são vocês? – indagou a mulher, nervosa.
- eu sou o agente McCall. Este é o doutor Lahey. Estamos investigando os assassinatos recentes – respondeu Scott tratando de mostrar o seu distintivo para a mulher, que pareceu se sentir mais aliviada.
- graças a Deus! Pensei que fossem assassinos – murmurou a mulher não disfarçando o seu alívio.
- não assiste aos jornais? O assassino é uma mulher – questionou Isaac vendo a mulher lhe fitar surpresa.
- uma mulher?! Que tipo de doente faria aquilo com adolescentes?! – questionou indignada.
- o tipo que estamos perseguindo – respondeu Scott vendo a mulher lhe fitar apreensiva.
- e em que posso ajudar vocês? – perguntou cruzando os braços, tentando não parecer intimidada.
- queremos dar uma olhada em sua casa, se não se incomodar – respondeu Scott vendo a mulher franzir o cenho, confusa.
- eu não acho que o FBI revirando a minha casa criará uma boa imagem ao meu marido – argumentou a mulher sendo a vez de Isaac de franzir o cenho.
- e o que o seu marido tem a ver com a nossa investigação? – questionou o Lahey, confuso.
- o meu marido é candidato a prefeito da cidade. Temos que manter uma boa imagem para a nossa população – respondeu a senhora Cryssi, ainda de braços cruzados.
- novamente, e o que isso tem a ver com a nossa investigação? – indagou o louro vendo a morena lamber os lábios.
- nossa casa também não tem a ver com a sua investigação. Ninguém morreu aqui – argumentou a mulher vendo o louro suspirar.
- ainda – respondeu Scott vendo a mulher lhe fitar surpresa, assim como Isaac.
- isso é uma ameaça? – questionou a morena, indignada.
- veja como quiser. Estou apenas fazendo uma análise. O que será que vai acontecer com a imagem do seu marido se os federais precisarem de um mandato para revistarem a sua casa? Uma vez que você se nega a nos deixar dar uma olhada rápida – falou Scott, se colocando de lado para olhar para Isaac com uma falsa expressão pensativa, vendo o louro sorrir contido.
- ah, isso como certeza vai matar a reputação dele, junto com as chances de se eleger. Seria um homicídio duplo – respondeu o Lahey e ambos direcionaram o olhar para a mulher, vendo a mesma engolir em seco.
- sintam-se em casa – disse a senhora Cryssi, a contra gosto, abrindo a porta para os dois.
- ah, a senhora é um doce! – ironizou Isaac ao adentrar a casa, sendo seguido por Scott.
Com poucas palavras e com bastante dedicação, eles analisaram toda a casa, dando uma atenção especial ao quarto do casal e a área de serviço. Eles não acharam nada. A mulher calçava o número trinta e sete, o que era próximo ao número calçado usado pelo assassino durante as mortes. O marido calçava quarenta, o que, obviamente, permitiria a mulher a comprar um calçado masculino de número quarenta sem chamar atenção alguma e o esconder para uso próprio, vulgo as mortes. Mas o que a livrava de ser uma suspeita era um álibi que ninguém iria ignorar: Jully Cryssi não limpava a casa nem lavava as roupas. Na área de serviço, Isaac encontrou a empregada da casa lavando as roupas da patroa. Ele conversou um pouco com a velha empregada da casa, que alegou apenas limpar a casa e as roupas, já que a comida e as compras ficavam por conta da patroa. A mulher também disse que fora contratada pois a patroa era horrível em limpeza e lavagem de roupas.
- Inúmeros carpetes e camisas foram perdidas por erro dela na hora de usar os produtos de limpeza – sussurrou a senhorinha, em um tom de deboche, sorrindo para o louro bonitão que sorriu consigo.
- obrigado por sua rápida e voluntária colaboração com a nossa investigação, senhora Cryssi – disse Scott enquanto descia as escadas, sendo encarado pela mulher mal humorada.
- menos uma para a lista – disse Isaac, suspirando cansado.
- acho que esse é um daqueles casos – falou Scott, também suspirando cansado enquanto abria a porta do carro, vendo Isaac olhar ao redor.
- vai ser difícil achar essa desgraçada no meio dessa cidade sem termos quase nada de pista – comentou o Lahey observando o McCall parar e lhe fitar.
- o que me deixa mais irritado é que ela tem a ousadia de fazer isso aqui, em Quântico – argumentou Scott vendo o mais alto menear positivamente.
- a sede de vocês fica aqui, não é? - indagou o prisioneiro vendo agente menear positivamente.
- exatamente. Ela tem que ter muita coragem para fazer isso bem debaixo do nosso nariz – respondeu o moreno de queixo torto já entrando no carro.
- ISAAC! – o Lahey ouviu alguém gritar o seu nome.
O louro de cachos olhou ao redor, assim como Scott, quando foram surpreendidos pelo grito. O homem alto de cabelos cacheados localizou uma mulher, do outro lado da rua, na porta de uma casa, olhando desesperada em sua direção. No início ele ficou confuso. O Lahey viu a mulher largar sacolas no chão e começar a correr em sua direção. O homem não a conhecia, mas, pelo visto, a mulher lhe conhecia. O louro, nervoso, notou que a mulher estava olhando um pouco mais para baixo. Aquilo era mais estranho ainda. Isaac era alto, mais alto do que ela. Por que ela olharia para baixo? E foi seguindo o olhar da mulher que o louro se surpreendeu. Agora tudo fazia sentido. O louro ouviu o som de pneu derrapando no asfalto e olhou para o lado, notando que um carro freava bruscamente. A mulher gritou assustada e Scott saiu do carro as pressas.
- a gente tem que pensar – falou Billy caminhando de um lado para o outro do corredor.
- não sei como podemos evitar um encontro com ele. Estamos presos, não temos muito espaço para onde ir – argumentou Jimmy encarando o mais baixo dos três fazer a volta para permanecer caminhando de um lado para o outro.
- é porque não tem para onde correr, cara – ditou o Rei, pensativo, olhando para o chão, concentrado, chamando a atenção dos dois parceiros, que lhe fitaram abismados.
- o quê?! Que porra é essa?! Você está louco?! Você é o Rei, cara! Vai mesmo deixar o cara tomar o seu reino assim?! – indagou Billy indignado, vendo o mais musculoso suspirar e olhar em seus olhos.
- não dá para ir contra aquele cara. Você viu... Você sentiu! Todos nos vimos as coisas que aquele cara... Alice é capaz de fazer. Nós não podemos com aquele cara – argumentou Marcos vendo os amigos permanecerem lhe olhando com indignação.
- você está drogado?! – questionou Jimmy irritado.
- não, Rainha, eu estou sendo realista. Porque, a menos que algum de vocês seja um tira super treinado ou algum tipo de... Sei lá, ninja fodão, nós não podemos fazer nada! – exclamou o calvo se desencostando da parede para encarar os dois parceiros de frente.
- Rainha?! Está mesmo entrando na dele? – indagou Jimmy, intrigado.
- deve ter alguma coisa que a gente possa fazer. Sei lá. Achar um ponto fraco nele – argumentou Billy, desesperado.
- tipo o quê? – questionou Marcos irritado.
- Sei lá. Qualquer coisa. Parentes, amigos – Billy começou a tentar puxar algo de sua mente, algo que lhe fosse útil contra Alice.
- não adianta – uma quarta voz os alcançou e eles olharam para o lado, surpresos, vendo o guarda Josh se aproximar de braços cruzados.
- o quê não adianta? – indagou Billy, confuso.
- eu tentei puxar a ficha do cara, para saber mais dele. Tentei fazer o que está tentando fazer agora – respondeu vendo o trio lhe fitar surpreso, estando Billy e Jimmy com brilhos esperançosos no olhar.
- e aí? O que conseguiu? – indagou Jimmy, animado.
- nada – respondeu Josh vendo o trio lhe fitar confuso.
- como assim, nada? – questionou Marcos, perdido.
- não tem nada útil na ficha dele. Apenas o que já sabemos. Ele é doente da cabeça. Segundo a ficha, ele é polipolar. E, para completar, ele foi preso por uma série de assassinatos – respondeu o guarda com vários curativos no rosto, assustando um pouco mais os presos quando proferiu a palavra “assassinato”.
- realmente não tem jeito – suspirou Marcos, coçando a nuca, nervoso.
- eu soube que vocês ignoraram o Alice – ditou o guarda se apoiando na parede com uma expressão de poucos amigos. Billy bufou irritado.
- isso não é da sua conta, palhaço de farda – ralhou o mais baixo.
- é da minha conta, Valete, quando o cara que você irritou me tem na palma da mão psicopata dele – respondeu Josh vendo o mais baixo coçar a cabeça, nervoso.
- então vamos trabalhar com esse negócio dele. Esse tal de polipolar – sugeriu Jimmy vendo o guarda lhe fitar questionador.
- está doido?! Isso vai matar você! – argumentou o guarda vendo os três lhe fitarem atentamente.
- o que pode dar errado? – indagou Billy.
- eu pesquisei sobre isso. Polipolaridade, em pessoas como ele, é muito perigoso. Não dá para saber o que ele vai fazer, como ele vai reagir. Se você o atacar, por exemplo, primeiro ele fica de um jeito, e então – Josh explicava antes de estalar os dedos da mão – em um segundo ele muda da água para o vinho. E daí – ele voltou a estalar dos dedos – de novo, e de novo, e de novo. Não tem como dizer como ele vai reagir a qualquer coisa que faça – explicou o homem de farda vendo os dois prisioneiros com cabelos lhe fitarem frustrados.
- eu disse. Não temos nada a fazer, a não ser aceitarmos a surra – ditou Marcos frustrado e nervoso.
A sua clavícula ainda estava quebrada e enfaixada, logo, o seu braço era inútil. Não poderia se defender e evitar danos graves, além de que o seu superior poderia muito bem usar a sua clavícula quebrada como meio de torturá-lo. Marcos encarou o próprio ombro nervoso. Ela já até podia sentir a dor que aquilo lhe causaria. Alice os alertou que havia pegado leve naquele dia, pois eles não haviam sido avisados do que lhes poderia ocorrer. Mas agora... Agora eles sabiam muito bem o que iria acontecer a eles. Ele olhou para os rostos cheios de cortes de Billy e Jimmy, antes de começar a rir, chamando a atenção do grupo.
- o que foi? – indagou Billy vendo o Rei negar com a cabeça.
- nós estamos bem fodidos. Olhe o tipo de cara com quem a gente foi mexer – disse o calvo vendo os outros três lhe fitarem curiosos.
- quem diria que um cara desses iria estar aqui, e não em uma prisão de segurança máxima? – comentou Josh ouvindo os prisioneiros suspirarem.
- eu odeio aquele cara – ditou Jimmy vendo o guarda Josh olhar ao redor, nervoso.
- cuidado com o que fala, cara. Aquele cara... Ele some do nada e aparece do nada. Se ele escutar você dizendo isso, vai ficar irritado. E eu não quero aquele irritado, entendeu? – ralhou o guarda cruzando os braços antes de começar a andar pelo corredor, como se nada tivesse acontecido.
- é impressão minha, ou ele parece ter aceitado essa história “Alecrim” muito fácil? – ditou Billy vendo o guarda caminhar calmamente pelo corredor.
- é Arlequim. E, não. Eu também acho muito estranho esse cara ter aceitado aquilo muito rápido. Ele sempre foi um cara muito cheio de si. – respondeu Marcos vendo o guarda sumir a direita no corredor.
- é, isso está muito estranho – concordou Jimmy olhando na mesma direção que os colegas.
- onde está o Stiles? – indagou Derek entrando na sala do delegado Miriam com velocidade e vendo apenas Peter na sala.
- tirando um cochilo para pensar – respondeu o louro dando de ombros e vendo o sobrinho fechar o semblante para si.
- você não está de olho nele?! – indagou irritado, em sussurros, enquanto fechava a porta da sala.
- ele precisa de um descanso, Derek – disse Peter voltando a encarar o quadro, pensativo.
- descanso?! Me poupe, Peter. Estamos trabalhando! Enquanto ele descansa, a colega de trabalho dele está lá fora, procurando mais alguma vítima! – exclamou o Hale, irritado.
- Derek, controle a sua língua. Sabe que não deve falar disso durante o trabalho, muito menos dentro de uma delegacia – repreendeu o Tate vendo o sobrinho rir irônico.
- Peter, onde o Alice está? – questionou Derek em um tom que indicava o quanto ele tentava controlar a raiva que crescia em seu peito.
- Derek, se acalme – ordenou o louro vendo o sobrinho cerrar os punhos.
- apenas me diga onde ele está – ditou Derek vendo o tio suspirar e apontar para a porta.
- ele está dormindo no necrotério – respondeu o Tate e Derek abriu a porta com tanta força que os oficiais juraram de pés juntos que o agente fosse arrancar a mesma.
Derek avançou para o necrotério a passos pesados, os quais Isaac tentava seguir sem parecer um desesperado. Scott seguiu o parceiro e o seu prisioneiro até o necrotério, sendo acompanhado pelo resto da equipe, vendo Derek adentrar o local como um furacão. A porta bateu na parede e retornou, lentamente, assustando Isaac. O homem de cabelos negros varreu o ambiente com os seus olhos verdes se irritando mais ainda ao não encontrar sinal algum do castanho de olhos claros.
- ele não está aqui! – ralhou o Hale se virando para o corredor vendo o tio se aproximar lentamente.
- se o Stiles realmente fugir, você nunca vai pegar ele, se continuar assim – disse Peter vendo o sobrinho avançar em si, o prendendo contra a parede.
- você está achando isso engraçado?! O maior assassino que o FBI já prendeu, e deu duro para prender, escapa por sua imprudência e você acha graça?! – indagou o Hale, furioso, praticamente cuspindo as palavras na cara do tio.
- Derek – Allison tentou acalmar o agente Hale, mas o mesmo apenas a olhou furioso.
- ele ainda está dentro do necrotério, Derek – falou Peter se soltando das mãos do sobrinho e caminhando, calmamente, para o interior do local.
- então cadê ele? – perguntou Erica vendo o necrotério vazio.
- acontece que, para achar Alice, você tem que pensar como Alice – disse Peter se aproximando das câmaras frigoríficas, onde os cadáveres são armazenados até o encerramento do caso.
- ele... – Alison fora cortada quando Peter abriu uma das câmaras e a puxou, revelando o corpo do castanho de brincos de naipes de baralho deitado, com uma expressão serena. O rapaz realmente parecia mais um cadáver guardado para análise.
- Stiles, acorde – ditou Peter e o outro abriu os olhos no mesmo instante.
- Jesus – murmurou Isaac olhando o castanho se sentar e bocejar.
- eu estava pensando, antes de dormir, e se estivermos procurando no grupo errado? – indagou Stiles vendo Scott franzir o cenho para a sua indagação.
- temos uma informação que a polícia não compartilhou com a gente – comentou o moreno de queixo torto vendo o castanho lhe fitar curioso.
- e o que é? – questionou o Stilinski vendo o McCall abrir a boca.
- vamos sair daqui? Eu não gosto muito desse lugar – perguntou Isaac já se retirando do necrotério.
Nancy caminhava calmamente pelas ruas escuras da cidade. Já era noite e ela estava caminhando rumo a casa do seu amigo, como eles haviam marcado. O grupos de amigos iria assistir ao jogo de hoje, sentados no chão da sala, comendo porcarias. Josh morava um pouco longe de sua casa, mas ela conhecia o caminho muito bem. Já havia dormido na casa do rapaz algumas vezes, mesmo a contra gosto do pai. O delegado tinha um pé atrás quanto a sua filha andar dormindo na casa de amigos homens. Ele insistia para que Nancy andasse mais com garotas do que com garotos, mas a filha se recusava a largar os amigos assim.
A garota ajustou a mochila nas costas e olhou para o relógio em seu pulso.
- merda! Eu estou atrasada! – exclamou apertando o ritmo de seus passos.
Ela não estava muito atrasada, mas não queria chegar no meio do jantar, na casa do amigo, muito menos chegar justo na hora do jogo. Nancy chegou a esquina do parque e parou, olhando ao redor, pensativa. Ela poderia escolher dois caminhos para a casa do seu amigo: o mais longo, que consistia em ir pelas calçadas das ruas, todas muito bem iluminadas; ou o mais curto, que consistia em pegar um atalho pelo parque, um tanto escuro, e uma série de becos sem iluminação alguma até os fundos da casa de Josh. A primeira opção era, certamente, a mais viável nesses tempos de crise com esses assassinatos ocorrendo, mas ela estava tão atrasada... Para completar, a garota estava com a estranha sensação de que estava sendo seguida. Ela se sentia observada desde que havia saído de casa. No início, achou ser o seu pai, mas o mesmo ainda estava trabalhando no caso do assassino Cinderela.
A Miriam ouviu um barulho atrás de si e se virou, instantaneamente, vendo um gato revirando a lixeira de uma loja de conveniência. Rindo do seu próprio susto, ela negou com a cabeça, enquanto olhava para o parque, pensativa. Talvez hoje, só hoje, ela devesse pegar aquela caminho. Olhando ao redor novamente, a garota começou a caminhar na direção do parque um pouco escuro. Assim que a filha do delegado adentrou o parque, de trás da lixeira alguém saiu, carregando uma faca grande, com a lâmina na cor laranja. No mesmo instante, o gato correu, assustado com a movimentação próxima a si. A pessoa tratou de seguir o mesmo caminho que a filha do delegado Miriam, não se importando em olhar ao redor antes de seguir a adolescente. Assim que adentrou o parque, ela tratou de esconder a faca laranja no bolso do seu casaco, enquanto colocava o capuz, cobrindo o seu rosto.
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Death Wonderland - Livro 1
FanficA segurança nacional está em crise. O FBI já não está mais dando conta de tantos casos. O sistema carcerário está em crise, a criminalidade apenas cresce no país, e apenas mais casos aparecem, enquanto que o número de casos resolvidos diminui. Deses...