Assurance

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- Peekaboo – o sorriso maroto do castanho era direcionado para os quatro agentes, que o fitavam com indignação no olhar.

- Peekaboo? Ah! Peekaboo?! – indagou Scott, obviamente, revoltado.

- você simplesmente nos dá esse ataque cardíaco e nos vem “Peekaboo”?! – questionou Lydia, irritada.

- eu achei o computador. Está na biblioteca da cidade – ditou o castanho e logo todos os detentos pararam o que faziam e se dirigiram para os quatro agentes parados na frente da porta.

- onde pensam que vão? – questionou o McCall, vendo os quatro parados diante de si.

- investigar, dah – respondeu Isaac confuso.

- eu dirijo – ditou Allison já rumando para o lado de fora da sala.

- perfeito – ditou Peter enquanto ignorava a imagem de todos.

- eu vou ficar aqui e juntar mais informações. Vão para a biblioteca com a Allison – ditou Peter permanecendo a dedilhar no teclado do notebook de Lydia.

- eu vou... – o moreno de queixo torto estava pronto para dizer que acompanharia a amiga de infância e os detentos, quando fora cortado por Peter.

- ficar bem aqui. Allison vai ser a única a acompanhar eles quatro.  – ditou o louro, com seriedade, enquanto os detentos direcionavam seus olhares para o moreno, sorridentes, o que irritou o McCall mais ainda.

- vai mesmo deixar todos eles apenas com a Allison?! – questionaram os três agentes, lançando olhares questionadores para Peter.

- ridículos. Completamente ridículos! – a voz grave de Isaac soou fria e autoritária, chamando a atenção dos agentes para si. Quando os seus olhos caíram sobre o louro de cachos, os agentes engoliram em seco quando viram o olhar gelado que os fitava de cima enquanto sustentava um ar de superioridade.

- anos de estudo para isso?! Vocês são tão ridículos. – o Lahey voltou a proferir a ofensa com a sua voz fria e carregada de rancor. O homem os encarava com completo desgosto.

- foram feitos de idiotas e ainda querem bancar os bichos grandes – Erica soou debochada enquanto sorria largo na direção dos agentes.

A mulher os encarava com diversão no olhar. Ela estava se entretendo ao ver os federais encarregados de lhes manter na linha conterem a vergonha que sentiam por ter o papelão que pagaram sendo exposto de forma tão ofensiva. Derek cerrou os punhos e Lydia engoliu em seco quando o sorriso debochado da loura morreu, e um olhar frio carregado de desgosto tomou os seus olhos.

- decepcionante. Vocês não valem nem a paciência que me consomem – a voz fria e o ar autoritário da mulher  fez com que Scott passasse a mão pelo rosto, tentando conter a raiva que crescia em si.

- sinceramente? Eu já esperava por isso – ditou Vernon, que sustentava um olhar tão frio e autoritário quanto os outros dois. A voz do Boyd era carregada de desgosto. O homem praticamente cuspiu as palavras na direção dos agentes federais.

- quanta falta de profissionalismo! – exclamou o homem de maior porte físico entre os detentos, cruzando os braços enquanto negava com a cabeça.

Aquela frase fora a gota d’água. Scott suspirou indignado antes de  avançar a passos pesados contra Vernon, que apenas lhe encarava com superioridade.

- escuta aqui, seu... – o McCall já aproximava o dedo indicador em riste do peito do homem quando ele fora afastado do traficante da equipe por um único golpe da palma limpa da mão de Erica em seu peito.

O golpe fora forte o suficiente para fazer o homem de queixo torto cambalear um passo para trás e perder parte do ar com o suspiro sôfrego que liberou. O agente McCall lançou um olhar indignado na direção de Erica, que ainda o encarava com desgosto, mas com as mãos erguidas, indicando que não ficaria parada caso o homem tentasse uma investida novamente. O moreno de olhos castanhos já estava pronto para questionar a atitude da mulher quando Allison interveio, se colocando a sua frente. A mulher se virou para os detentos, enquanto segurava Scott sutilmente pelos ombros.

- gente, por favor! Eu sei que... – a Argent fora calada pelo gargalhar alto de Alice que cortou o seu raciocínio. Ao olhar bem para o grupo de detentos, os agentes puderam ver Alice atrás de Vernon, de lado, sorrindo vitorioso, quase predatório.

- ei, ei, ei, ei! Vai argumentar com o quê, Allison? É melhor escolher sabiamente as palavras que vai usar para nos criticar e se defender. Afinal de contas, era você que estava rondando a cidade junto dos três patetas à minha procura, não? – o tom divertido na voz do castanho apenas deixou Derek, Scott e Lydia mais furiosos ainda.

Mas Allison estava destruída internamente. Com exceção de Peter ela era a que mais prestava atenção nos detentos e tentava, ao máximo, aprender algo a mais com eles. Ela já tinha anos de estudo e dedicação em uma carreira promissora na agência. Arriscou fazer parte da divisão por ver o potencial que aquele trabalho poderia ter. E, por mais que tivesse orgulho de ter o cargo que possuía, de prender criminosos, ela tinha que admitir: Allison foi ridícula. Já havia visto Alice provocar Derek e Scott antes. Já o vira e ouvira dizer tantas vezes o quanto aquilo lhe divertia. Ela viu o sinal que Stiles mandara para Peter. Mas, mesmo assim, se deixou levar por seu receio e sua insegurança. Pensou demais e acabou perdendo a chance de fazer direito. Escolheu o ego de Scott, o ódio de Derek e o preconceito de Lydia ao invés de ouvir a sabedoria de Peter e escolher o lado positivo do grupo de detentos com o qual trabalhava.

- vamos manter o foco, por favor? Eles erraram. Todos entendemos isso. Sei que estão chateados mas gerar intrigas e bater de frente com eles não vai levar a nada, agora – ditou Peter, tentando acalmar os ânimos da equipe. Vernon abaixou a cabeça, respirando fundo, e levando as mãos para a própria cintura, enquanto Erica e Isaac cruzavam os braços, demonstrando toda a irritação que tinham sob controle.

Mas o que mais preocupou o Tate não fora o modo rápido como o trio de criminosos aceitou o seu pedido e abaixaram suas armas naquela guerra de afrontas. Fora o olhar de Stiles que perturbou o louro. Alice o encarou com frieza, assim que o homem finalizou o seu argumento, crispando os lábio, irritado.

- pode não levar a nada, para você, Peter. Mas engolir as ofensas e afrontas destes idiotas em silêncio não vai nos tornar produtivos, muito menos vai acalmar a raiva que nos dá – ditou o castanho vendo o louro lhe fitar levemente surpreso. O mover de lábios de Peter sem produzir som algum fora tudo o que Alice precisou para entender que o homem estava sem argumentos, embora quisesse rebater suas palavras.

- quer saber? Eu vou trabalhar. Diferente de vocês, eu estou interessado em prender esse assassino – ditou o homem de lóbulos furados, já se retirando da sala.

Isaac, Erica e Vernon, instantaneamente, seguiram o castanho. Eles foram ordenados por Peter para irem até a biblioteca antes de toda a discussão. Então era isso o que eles fariam. Allison, ainda envergonhada, apenas seguiu o grupo de detentos em silêncio. Peter suspirou, cansado. Sabia que Stiles tinha razão. A parte federal as equipe estava se distanciando do foco da divisão. Eles não estavam cumprindo com as exigências da equipe. Passavam mais tempo julgando os especialistas do que ajudando eles nos casos.

- vai mesmo deixar eles sozinhos com a Allison?! Só o Boyd já é o suficiente para acabar com ela se a pegar de surpresa. Imagine com o Stiles e a Erica! Só a Allison não vai manter eles no controle – exclamou  McCall, indignado, enquanto encarava o louro de cabelos penteados para trás lhe fitar com impaciência.

- eu não vou discutir isso com você – ditou Peter antes de ignorar o moreno de olhos castanhos e se focar no notebook a sua frente.

- quando chegarmos em nossa base nós precisamos ter uma conversa séria – falou o Tate olha do fixamente para os três agentes, em pé, parados olhando para si ainda confusos e perplexos com o ocorrido

- escuta, eu sei que você vê o Stiles como uma criança e tudo mais. Mas ele é o assassino do seu cunhado, cara. Qual é o seu problema? O agente Hale deve sentir vergonha de você – argumentou o moreno de queixo torto vendo o louro lhe fitar com um olhar de ódio.

Derek se surpreendeu com a reação do seu tio para as palavras de Scott. Peter nunca expressou raiva quando ouvia aquelas coisas. Nunca lançou olhares de raiva, nem cerrava os punhos. Nada. Tudo o que ele fazia era lançar sorrisos irritantes que diziam o quanto ele se achava superior a qualquer um. Mas daquela vez fora diferente. Peter parecia estar com a paciência esgotada, pois foi apenas Scott citar a morte de seu pai que Peter tomou um olhar enfurecido nos olhos, somado de um brilho violento.

O Hale nunca viu o Tate com aquele olhar.

Nem mesmo quando Malia pegou o carro do pai e bateu com o mesmo ao dirigir alcoolizada, o louro usou um olhar daquele tipo. Os punhos de Peter estavam cerrados com força, como se o mesmo lutasse para manter algo dentro deles.

E então Peter venceu a luta.

Por um momento, o louro parecia querer avançar contra o agente mais novo. Mas logo ele relaxou, tratando de suspirar profundamente, e, calmamente, se erguer antes de se retirar do local. Os três assistiram a saída do louro sem entender absolutamente nada.

- mas o que diabos está acontecendo aqui? – indagou Scott olhando para os outros dois agentes.

- acho que você pegou um pouco pesado falando da morte do pai do Derek – ditou Lydia enquanto seguia para o próprio notebook.

- tá, mas e daí? Alguém tem que jogar a real nele. E não vejo jeito mais fácil, só esse – argumentou o moreno de queixo torto enquanto cruzava os braços.

- eu não estou entendendo – murmurou Derek enquanto se aproximava do quadro para analisar todas as informações ali escritas e presas por imãs.

- qual parte? A que fomos feitos de idiotas, a que fomos humilhados por eles, ou a que nós praticamente não fomos necessários nesse caso? – indagou Lydia, irônica.

- o caso ainda não acabou, Lydia – ditou Derek, ainda focado no quadro a sua frente.

A ruiva estava bastante abalada com o ocorrido. Ela não conseguia engolir aquilo. Ela havia sido informada de que era de fundamental importância na divisão, não apenas por suas habilidades com computador e também por suas habilidades médicas, mas também por sua técnica incrível de usar sedativos das mais variadas formas. No entanto, ali estava ela, após se afastar do seu posto, olhando para todo o progresso feito pelos detentos enquanto todos os agentes oficiais estavam afastados. Eles conseguiram fazer em alguns minutos, o que ela e os outros não haviam feito em algumas horas. Aquele ocorrido havia lhe feito acordar para realidade. O baque fora forte e ela ainda estava perdida, mas, aos poucos tudo começava a ficar claro. As palavras de Allison ecoaram em sua mente por um bom tempo.

“Peter é um gênio “

- o filho da mãe é bom – murmurou Lydia enquanto olhava para o que Peter mexia em seu notebook.

Era uma lista de usuários do computador de uma biblioteca. Mexendo um pouco nos arquivos, a ruiva descobriu o motivo. Aquele computador tinha sido usado algumas vezes por um administrador do site Trick or Treat. O louro puxava um histórico de usuários para comparar o horário de acesso e tentar identificar um suspeito. Seguindo para o computador do delegado, a ruiva se viu surpresa ao ver o mapa da biblioteca, mais especificamente o da sala dos computadores, onde um computador em específico era destacado em vermelho, enquanto o endereço dos outros era branco.

- Alice... – murmurou a ruiva olhando bem para o mapa da biblioteca.

Demorou um pouco, mas logo a mente de Lydia começou a trabalhar lentamente. Após alguns bons minutos analisando todo o progresso do castanho foi que a ruiva se deu conta de algo. Ela estava tão concentrada em proteger o seu ego e se mostrar superior ao prisioneiro de ego magoado que não havia notado algo que deveria ser a primeira coisa que ela deveria notar.

Como Stiles sabia tanto de informática?

Quer dizer, Alice foi preso aos onze anos de idade. Muita coisa mudou no mundo virtual em uma década e mais alguns anos. Mas mesmo assim Stiles soube fazer coisas das quais ela precisou treinar por anos para fazer, mesmo tendo crescido dentro de uma cela cúbica a prova de balas feita de aço e vidro. Como diabos ele havia aprendido aquelas coisas? Quer dizer, ele e Vernon não podiam sair para nada. Os dois eram criminosos de alto risco. Então, como o Stilinski havia tido acesso à tecnologia da caixa em que até mesmo a comida era verificada rigorosamente? Aquele questionamento havia se instalado na mente de Lydia como um vírus Cavalo de Troia. Por mais que ela tentasse se focar em outra coisa, apenas aquele questionamento lhe vinha à mente.

- isso é tão estranho! – exclamou a ruiva enquanto analisava um pouco mais do trabalho do castanho.

- o quê? O que achou? – indagou Scott, um tanto preocupado. Ele ainda não estava convencido da dedicação dos detentos naquele trabalho, principalmente por um deles ser o maior criminoso dos Estados Unidos e que havia ameaçado o seu pai.

- não acharam estranho? – indagou a ruiva enquanto se sentava diante do seu notebook e começava a acessar os arquivos do FBI, pelo menos os arquivos que ela poderia verificar.

Nem ela, muito menos os outros dois agentes naquela sala tinham permissão para acessar a parte do sistema em que se encontravam os arquivos de Erica, Vernon e Stiles. Eram arquivos confidenciais sobre prisioneiros da segurança máxima, só eram acessados quando os superiores responsáveis permitiam o acesso ao arquivo requerido, e mesmo assim, o acesso era momentâneo e monitorado. No entanto, os arquivos dos três foram enviados para cada um dos agentes, quando eles foram inseridos na divisão. E é claro que a Martin havia recebido uma versão digitalizada de cada um deles.

A maior parte do tempo em que trabalhava, ela se encontrava na frente da tela de um computador. Então era óbvio que o FBI lhe mandaria versões digitalizadas. A Martin abriu o arquivo de Alice e tratou de fazer uma busca no mesmo. Nada. Nem um intervalo da cela, nem uma saída programada, nenhuma entrada de tecnologia arquivada. Ela havia tecido toda uma pesquisa detalhada sobre a vida do castanho na área da segurança máxima de Alcatraz. No entanto, não havia nada, ali. Nada que explicasse como Stiles usava uma tecnologia recente com tanta habilidade quanto ela.

- como Stiles conseguiu usar um computador dessa maneira? – indagou a ruiva vendo os dois morenos lhe fitarem confusos.

- ele... – Scott iria argumentar sobre ter treinado de alguma maneira quando parou para pensar.

Treinado onde? Stiles havia crescido em Alcatraz. Não havia como ele ter aprendido tudo aquilo enquanto crescia. Pelo menos não teoricamente. Alguém devia ter ajudado o castanho naquilo. Alguém deve ter fornecido, ao prisioneiro, acesso à tecnologia para que o mesmo aprendesse sobre a mesma. Aquilo era tão estranho e suspeito. Como eles não haviam reparado nisso antes?

- Maybelle – respondeu Derek chamando a atenção dos dois agentes para si.

- ele aprendeu em Maybelle – explicou enquanto se aproximava do computador, para ver o que o castanho fazia quando ele havia chegado.

- mas ele só está em Maybelle há poucos mais de um mês – argumentou Scott vendo o moreno de olhos verdes os direcionar para si com seriedade.

- e você dúvida da capacidade de aprendizado dele? Stiles só precisa passar os olhos por uma folha de papel para saber tudo o que está escrito nela com perfeição e ainda dar uma palestra sobre o assunto – ditou o Hale enquanto retornava para o quadro, voltando a analisar o mesmo.

- não foi uma boa ideia termos o levado para Maybelle. Ele está evoluindo, lá – falou a Martin, receosa.

- vamos parar de pensar nisso. Precisamos voltar para o caso – reprendeu Derek, chamando a atenção para si.

- você?! Dizendo para esquecermos que Alice é um assassino incrivelmente perigoso e nos focarmos apenas no caso?! – indagou Scott, surpreso, desviando um olhar questionador para Lydia.

- quem é você e o que fez com o Hale? – perguntou a ruiva sorrindo para Scott.

- é sério. Não percebem o que acabou de acontecer aqui? – questionou Derek, irritado.

- percebemos, sim. Percebemos que precisamos devolver Alice para Alcatraz – respondeu Lydia enquanto se dirigia até o seu notebook.

- Não! Alice fez questão de esfregar em nossa cara que somos mais descartáveis do que ele – pontuou Derek, apontando para a porta, vendo os dois agentes lhe fitarem surpresos, como se só então tivessem percebido a situação em que estava

- o que acham que irá ocorrer se isso continuar ocorrendo? – indagou Derek vendo o parceiro de queixo torto lhe fitar com seriedade.

- eles vão nos realocar em nossas antigas divisões – respondeu com seriedade, quase receio.

- e vão deixar os nossos prisioneiros nas mãos de outros. Vocês confiam em mais alguém para ficar de olho neles? – completou o Hale vendo a ruiva e o moreno negarem prontamente.

- então sugiro voltarmos para o trabalho e pegar esse cara – ordenou voltando a ficar de frente para o quadro de informações.

Ele estava impressionado com aquele quadro. Tudo aquilo fora feito por prisioneiros. Era tão profissional como se todos eles fossem do FBI há anos. Haviam todas as informações importantes sobre o site, o nome da biblioteca, o endereço IP do computador e também uma foto da biblioteca onde o mesmo se encontrava, assim como o mapa da sala dos computadores, estando o computador de IP anotado grifado de marca texto vermelho. Derek, muito menos Scott ou Lydia, poderiam negar que os detentos estavam ficando bons naquilo. Era incrível como as mentes criminosas poderiam se entender com facilidade. Incrivelmente assustador, também. Aquela divisão era quase um estudo cientifico provando que mentes criminosas poderiam migrar de categoria facilmente.

Erica era uma assassina de homens, em sua grande maioria na casa dos trinta anos de idade, que, quando chegou naquela divisão, sabia apenas matar e sobreviver. Mas, agora, ela conseguia pensar com clareza em como criminosos de vários tipos atuavam. Ela não era apenas boa em sobreviver, mais. Vernon, o homem que sabia apenas atirar e convencer as pessoas, agora sabia sobreviver e rastrear pessoas. O homem que antes sabia apenas rastrear mercadorias e armamentos, agora sabia procurar um homem desejado apenas analisando o ambiente em que o mesmo vivia. Isaac, o homem que antes sabia apenas sobre química, agora sabia perfeitamente como funcionava a lei e a mente de assassinos. Ele sabia como funcionavam os psicóticos. Sabia também muito de física, o que aprendera com Boyd, durante analise de cenas de crime e metodologia de assassinatos e como sobreviver longe de locais seguros, que havia aprendido com Erica, assim como matar alguém que lhe ofereça perigo com tão pouco armamento, o que aprendera analisando Stiles nas cenas de crime. E por último, Stiles. O que antes era julgado como assassino perfeito, mostrou muitos vão vazios em suas habilidades no início. Alice não sabia tanto de química quanto Isaac, não sabia tanto sobre lei e computadores. Mas, agora, havia conseguido rastrear um computador usado para um crime em minutos.

Aqueles detentos estavam evoluindo e aquilo era assustador, se fosse parar para pensar na possibilidade de algum deles conseguir fugir. Agora não era apenas Stiles, mas sim todos. Se qualquer um deles fugisse e decidisse voltar para a vida do crime, o FBI estaria com grandes problemas.

















- o que está fazendo? - indagou um rapaz enquanto se aproximava de outro, que se encontrava sentado em frente a um computador da biblioteca da escola.

O rapaz havia estranhado o modo como o amigo parecia concentrado em algo, enquanto dedilhava descontroladamente pelo teclado do computador na mesa da biblioteca. Ryan sempre foi um tipo de rato de computador, mas, desde que as notícias do FBI ter chegado a cidade começaram a circular, o rapaz parecia ainda mais isolado do mundo. Ele parecia até mesmo receoso ou entusiasmado. O rapaz não conseguia saber. Sua namorada era que era boa em entender como as pessoas se sentiam, não ele.

- fuçando – respondeu o castanho de gorro enquanto permanecia a dedilhar sobre o teclado.

- o quê, exatamente? – indagou o rapaz de cabelos pretos vendo o amigo sorrir ladino.

- o FBI – respondeu com um sorriso travesso, o que chamou a atenção do amigo.

- você está hackeando os federais?! – indagou em um sussurro, surpreso.

- estou – falou com diversão, enquanto permanecia a digitar velozmente os códigos necessários para poder fazer a conexão digital entre os dois computadores sem permissão e sem ser notado.

- você está maluco?! Se lhe pegarem você é preso! – exclamou o rapaz enquanto via Ryan sorrir divertido.

- e isso me deixa mais animado ainda, Vincent – ditou Ryan enquanto olhava brevemente para o amigo, que lhe fitou receoso.

- cara, você é maluco – comentou enquanto se sentava ao lado do amigo.

Vincent sabia que o amigo era bom em informática e era insistente o suficiente para só parar de tentar quando conseguisse ou quando chegasse perto de ser preso. Então ele queria estar ali quando um dos dois acontecesse. Ele também estava curioso para saber se o amigo conseguiria ou não. O rapaz ainda achava a ideia completamente maluca, mas, assim como dito por seu amigo, era excitante saber que estava cometendo um crime daqueles.

- por que decidiu invadir os federais logo agora que eles estão tão perto? – questionou Vincent vendo o amigo dar de ombros.

- porque, como eles estão longe da base deles, o sistema, aqui, fica mais fraco. Se eles tentarem acessar qualquer coisa da base, o computador que usarem aqui não vai ter toda a proteção que os deles tem lá – respondeu o adolescente de cabelos castanho escondidos no gorro preto que usava.

- e por que, exatamente, o FBI? Digo, não somos criminosos nem nada para você estar tentando acessar o sistema, tipo, em uma tentativa de apagar nossas fichas criminais – indagou o moreno vendo o castanho sorrir.

- para descobrir os podres, cara. Digo, não quero vazar, nem nada. Mas super tenho curiosidade para saber o que eles escondem das pessoas – respondeu Ryan e logo ele sorriu quando, finalmente, conseguiu o que queria.

- CARAMBA! – exclamou enquanto erguia as mãos para o ar.

- conseguiu? – indagou Vincent vendo, na tela do computador, uma lista de opções.

- CONSEGUI, CARALHO! – exclamou o castanho e logo a bibliotecária e outras pessoas pediram por silencio.

- vamos ver o que eles estão fazendo agora – ditou o adolescente e o amigo tratou de agarrar o mouse e escolher as opções certas para ver o que estava aberto naquele exato momento no computador usado pelos agentes

- estão acessando uns arquivos com nomes estanhos – ditou o adolescente ao mesmo tempo em que passava os olhos pelos nomes dos arquivos.

- olha só, esse aqui tem nome de Zumbi, esse outro aqui tem o nome de Alice – o adolescente dizia os nomes que via, enquanto franzia o cenho.

- você tem certeza de que entrou no computador certo e não no computador do seu primo viciado em jogos? – questionou Vincent vendo o amigo rolar os olhos.

- é o computador certo. Eu vou baixar esses dois aqui para ver o que são – ditou enquanto começava a fazer o download.

Vincent ergueu o olhar ao ver uma movimentação estranha na biblioteca, quando a bibliotecária falou alto em um dado momento. Ao erguer o olhar, o rapaz fora surpreendido pela imagem de uma mulher de terno, exibindo um distintivo para a funcionária do local. O rapaz gelou, enquanto apertava o ombro do amigo quase que desesperado. Ryan protestou com um “O que foi, caralho?”, enquanto soltava o seu ombro, para poder continuar fuçando.

- é o FBI, porra! – sussurrou Vincent e Ryan ergueu o olhar quase que instantaneamente.

- porra! – exclamou enquanto começava a fechar, aos poucos, as janelas, agradecendo por os dois downloads já terem sido concluídos.

- como eles chegaram tão rápido? – questionou Ryan, desesperado.

- e eu que vou saber, cacete? A gente está muito, muito, muito fodido! – lamentava Vincent, desesperado, enquanto, aos poucos, se encolhia em sua cadeira.

- aja naturalmente, cara! – exclamou Ryan em um sussurro, ao mesmo tempo em que tratava de enviar os arquivos para o seu e-mail, apagando o histórico do momento em que ele acessou o e-mail e deletando os arquivos do computador.

- qual é o computador? – questionou a morena e logo um castanho de ar rebelde puxou a cadeira do computador um pouco afastado do deles, do outro lado da enorme mesa.

- não é com a gente – murmurou Ryan, após analisar os olhares atentos dos agentes para o castanho sentado do outro lado da mesa.

- sério? – questionou Vincent, ainda nervoso.

- é. Foi deste daqui – ditou o castanho de ar rebelde e lóbulos furados enquanto permanecia a digitar com velocidade.

- aquele deve ser o hacker do grupo – murmurou Vincent enquanto via o homem fazer o mesmo que o seu amigo fazia com os dedos há alguns instantes.

Ryan analisava o homem castanho com cuidado. Ele não sabia dizer, mas do nada passou a sentir uma certa admiração pela imagem que via. O homem a sua frente tinha uma imagem parecida de como ele se via daqui há alguns anos. Um estilo rebelde, mesmo sendo um agente, usando casaco de capuz ao invés de terno. Os lóbulos furados, mas sem brincos, e um ar de mistério que com certeza deveria deixar as garotas louquinhas. Aquele cara parecia mais um ídolo do que uma ameaça, para si.

- ele é legal! – exclamou Ryan, esquecendo-se de controlar o tom de voz.

Ele se lembrou de controlar a voz apenas quando viu o castanho mais velho, o qual ele elogiara, direcionar o olhar para os dois, os fazendo engolir em seco quase gerando um ataque cardíaco em ambos. O homem apenas ergueu o indicador para o lóbulo da orelha, tocando o mesmo uma vez, antes de exibir o polegar em um símbolo de “legal”. Os adolescentes ficaram confusos, enquanto o resto dos agentes lhes direcionava o olhar, os deixando mais nervosos ainda

- gostei do brinco – ditou o agente de cabelos castanhos, antes de voltar a encarar a tela a sua frente.

- v-valeu – agradeceu Ryan levando a mão, inconscientemente, ao brinco vermelho em sua orelha.

- isso vai demorar. É melhor retornarem para a delegacia. O Peter pode precisar de vocês por lá. Reúnam mais informações e eu volto assim que descobrir alguma coisa. Qualquer atualização do caso, eu informo pelo computador – disse o castanho e a loura ao seu lado bufou.

- como se eles fossem deixar você sozinho – ditou a mulher com desdém, antes de a morena tocar o ombro do castanho.

- volte assim que terminar a análise do computador por aqui – ditou a morena, surpreendendo a loura e os dois homens ao seu lado.

- você tem certeza? O Derek vai lhe matar quando souber – indagou o castanho vendo a morena menear positivamente.

- Derek não é o meu chefe, e, também, não é como se você não gostasse de o provocar – ditou a agente de cabelos pretos enquanto via o homem sorrir e dar de ombros.

- eu faço o meu melhor – disse o homem enquanto ouvia a morena rir baixinho.

- escuta, eu... vacilei com vocês hoje. Eu peço desculpas. Aos quatro. Não vai se repetir – disse a morena antes de dar as costas e começar a se dirigir para a saída da biblioteca.

- eu ouvi isso mesmo? – questionou o louro de cachos enquanto apontava para a mulher.

- você voltou a fabricar e me deu alguma coisa, não foi? – perguntou a loura e o homem de fios louros lhe fitou com seriedade, antes de lhe dar as costas.

- o Isaac é tão fofo irritado! – exclamou a mulher enquanto ouvia o castanho gargalhar.

- eu achei que só eu pensava isso – comentou o castanho erguendo a mão para a loura.

- nos vemos na delegacia – ditou a mulher ao mesmo tempo em que ela e o homem ao seu lado começavam a seguir os outros dois.

- eu jurava que eles eram tipo militares, sabe? Mais sérios - murmurou Vincent vendo o amigo menear positivamente.





















O louro de terno e cabelos penteados em um topete caminhava pelas pessoas daquela boate enquanto se questionava se ele estaria disponível naquela noite. Como sempre, ser um chefão do crime era algo que chamava muita atenção para si, ainda mais quando os policiais não sabiam a sua verdadeira identidade. A sua presença ali, naquele meio que também era frequentado por muitos outros chefes de facções não deveria ser muito chocante, mas o fato de ser o único do qual a polícia não tinha conhecimento da existência era algo que surpreendia até mesmo os maiores.

Para completar o motivo de todos aqueles olhares surpresos direcionados para si era o fato de ele nunca esconder o que queria ali. O louro não era exatamente o tipo que gostava de esconder os seus objetivos. E foi exatamente por isso que aquele moreno de olhos azuis que se encontrava atrás do bar sorriu e saiu de trás do balcão para se aproximar sorrindo receptivo. O louro parou de caminhar, com as mãos nos bolsos, enquanto via o moreno de terno barato se aproximar de si com o ar galanteador que usava com todos os clientes, independente do tipo de entretenimento que eles procuravam. Carisma era uma arma poderosa mesmo contra líderes de grandes grupos criminosos.

- deixe me adivinhar: o de sempre? – questionou o moreno enquanto via o louro de óculos escuros sorrir.

- você sabe que sim, Damon – ditou o louro ao mesmo tempo em que via o outro sorrir ladino, como se pensasse algo inapropriado para lhe dizer.

- infelizmente, o seu brinquedo favorito não está, hoje. Ele foi atacado por alguns idiotas que quebraram a perna dele, agora ele está internado – ditou Damon, já sabendo o efeito que aquilo teria no homem a sua frente.

O homem de terno azul caríssimo não era nem um pouco redutível quando mexiam com as suas coisas. E, para a sorte do amigo de Damon, Lucca, o louro havia se interessado nele. Não ao ponto de o tirar daquela vida, mas interessado o suficiente para lhe fazer agrados bastante apreciados e invejados por todas as strippers daquela boate.

- eu já sei o que vai pedir, então já tomei a liberdade de pegar as imagens dos caras na câmera de segurança. Eles descobriram que o meu amigo Barman agradava alguns caras da boate por trás do palco. Todas estão em ótima qualidade, o seu pessoal deve conseguir trabalhar com isso – ditou o moreno estendendo um pen drive na direção do louro, que o acolheu com uma expressão séria que dizia muito bem para Damon que ele não havia gostado nada da informação que recebera.

- mais alguma coisa? – questionou o homem irritado por não ter o que queria.

Ele havia ido ali para aliviar o estresse. A falha do seu pessoal em conseguir o que ele tanto queria para se colocar no topo da lista de maiores cartéis estava o deixando muito frustrado. Anos de pesquisa e testes, gasto de material e o risco de ser pego para conseguir apenas os resultados que adquirira e não o que queria o estava deixando estressado ao ponto de matar qualquer um que lhe irritasse. O que, de fato, iria acontecer com os homens que mexeram com o seu meio favorito de entretenimento.

- bom, Lucca não veio trabalhar. Mas deixou um presentinho para você – ditou o moreno erguendo uma chave para o louro.

- no quarto de sempre – disse antes de se virar e voltar a caminhar na direção do bar.

O louro franziu o cenho para a chave em sua mão. Lucca sabia que ele não gostava de mulheres, algo que deixava bem claro para todo mundo. Para ele, homens eram menos ardilosos e mais ambiciosos. Bastava ele oferecer qualquer quantia, ou simplesmente sustentar um estilo de vida razoável e eles seriam seus por tempo o suficiente até ele enjoar. Homens eram mais fáceis de lidar. Muitas mulheres já o haviam traído por dinheiro, tentando contra a sua vida. O que Lucca estava pensando? Se fosse qualquer outra pessoa daquela boate, ele iria ficar mais irritado. Ninguém alí era digno de seu tempo em uma cama.

Ainda desconfiado, ele adentrou o corredor que o levaria para o quarto que apenas ele usava. Havia algo errado. Ele sentia isso. Lucca sabia muito bem que ele não gostava de outras pessoas, então por que mandaria alguém? Abrindo a porta com muito cuidado, o louro de terno azul encontrou o quarto que conhecia muito bem, observando o mesmo iluminado apenas pelas luzes neon azuis e vermelhas distribuídas pelo local. Abrindo um pouco mais a porta, já com a sua arma na mão, ele fora surpreendido pela imagem de dois homens deitados na cama que ele havia feito questão de comprar para aquele quarto. Tudo ali fora exigência dele para o dono da boate, lhe oferecendo uma quantia satisfatória. Os dois corpos deitados na cama estavam nus, exibindo perfeitamente os seus membros rígidos e o suor brilhando em suas peles pelo orgasmo atingido recentemente, indicado pelo modo como respiravam e pelos respingos de esperma no rosto de um dos dois.

- mas o que porra está acontecendo aqui? – questionou já apontando a arma para os dois homens deitados

- ah, ele chegou – brincou um dos dois homens, acariciando as costas do que estava com o rosto escondido na curva do seu pescoço.

- quem porra são vocês? E me digam um motivo para não matar vocês agora! – ordenou o vendo o castanho deitado na cama gargalhar travesso enquanto olhava em seus olhos.

- ele não é adorável? – questionou e logo o homem sobre o seu corpo ergueu a cabeça, deslizando os lábios por seu rosto, até alcançar os seus, acariciando eles com os próprios, antes de direcionar o olhar para o louro, que se viu surpreso ao ver a face do segundo.

- realmente – ditou o homem sorrindo com o choque expresso pelos lábios do louro.

- nós somos os encarregados por lhe entregar um convite de uma realeza – respondeu o homem, saindo de cima do corpo do outro, enquanto o louro ainda processava a ideia de gêmeos transando na cama que deveria ser sua.

- vocês são o presente de Lucca? – questionou o homem, franzindo o cenho e vendo o gêmeo que antes estava sobre o irmão, caminhar na direção do balcão, servindo uma taça de vinho para si mesmo.

- na verdade, nós compramos Lucca para ter a oportunidade de entrarmos aqui sem precisar arrombar a porta - respondeu o gêmeo deitado, se colocando de lado e apoiando a cabeça no braço, sorrindo para o louro.

- você escolheu bem o seu homem. Estávamos cogitando torturar ele para que ele abrisse a boca, já que apenas dinheiro não foi o suficiente para fazer ele abrir o bico sobre você. Ele lhe protegeu com tudo o que tinha – ditou o gêmeo com a taça em mãos.

- foram vocês! – ditou já se preparando para atirar no homem com a taça em mãos, mas foi surpreendido quando o outro gêmeo saltou em si, chutando a sua mão e fazendo a arma voar da mesma.

Ainda surpreendendo o louro, o mesmo gêmeo chutou a parede, voltando a pegar impulso para se manter no ar, antes de girar e chutar a arma na direção do irmão, que a agarrou sem muitos problemas e tratou de a desmontar em segundos, colocando todas as peças no balcão atrás de si. O gêmeo próximo do homem de terno colocou as mãos nos ombro do mesmo e chutou a parede mais uma vez, se permitindo passar por cima do louro, caindo em pé atrás do mesmo, girar o corpo e mover os braços pelo corpo do homem vestido, o imobilizando.

O homem de terno azul estava perplexo. Ele se quer teve tempo de reagir. Tudo o que fizera naquele combate fora simplesmente existir.

- calma aí, bonitão. Você não quer machucar ninguém, não é mesmo, Jackson? – sussurrou sensualmente no ouvido do louro, perdendo a expressão de choque do mesmo.

- como sabe o meu nome? – questionou o louro, que sempre se orgulhou por conseguir esconder a sua identidade de todos.

Os gêmeos riram brevemente antes de ele sentir uma língua atrevida deslizar por seu pescoço. Jackson não fazia ideia de como aqueles dois sabiam o seu verdadeiro nome. Nem mesmo Lucca sabia. Os únicos que sabiam o seu nome eram os seus pais, que faleceram há muito tempo. Ele direcionou o olhar para o gêmeo que havia desmontado a sua arma, o vendo se aproximar com a taça com vinho em mãos.

- nós sabemos de muita coisa, Jackson. Inclusive o que você quer fazer – disse o gêmeo a sua frente, enquanto o gêmeo que lhe imobilizava apoiava o queixo em seu ombro.

- a gente só quer ajudar – sussurrou divertido enquanto ouvia o homem a sua frente praguejar baixinho, enquanto tentava se soltar.

- nós podemos nos ajudar, o que acha? – questionou o gêmeo oferecendo um pouco de vinho para o louro a sua frente.

- o que quer dizer? – indagou, sério, vendo o castanho suspirar.

- nós temos a formula que você está procurando há anos – ditou o gêmeo a sua frente vendo o louro arregalar os olhos, surpreso.

- impossível! – exclamou o homem e gêmeo se aproximou de uma calça, retirando um pacote pequeno, transparente, contendo um pó azul que se assemelhava e muito a glíter.

- o pó azul que você tanto quer copiar. O seu tão sonhado ouro azul – ditou o gêmeo atrás de si e o homem se viu surpreso com a cor. Era idêntica, mas ele ainda não sabia se tinha o mesmo efeito.

- e como vou saber que funciona? – questionou, desconfiado, vendo o gêmeo sorrir e se aproximar da porta que era o banheiro.

- isso deve servir – ditou o homem abrindo a porta e logo um homem caiu no chão, gemendo e rosnando para tudo.

Jackson, assistiu, maravilhado, contemplando o efeito que tanto queria causar. O homem se ergueu com dificuldade, ainda rosnando e salivando. Os seus olhos estavam vermelhos, com marcas azuis no nariz e nos dedos. O homem exibiu os dentes para o gêmeo, enquanto se colocava de pé, totalmente, cambaleando. Ele estava com dificuldade em se localizar, pelo que Jackson via. As luzes das lâmpadas neon chamavam a sua atenção, enquanto o gêmeo com a taça de vinho na mão, rondava o homem, que tentou avançar em si, rosnando. Mas, ainda com as duas mãos ocupadas, o gêmeo o derrubou facilmente.

- é o suficiente para você? – questionou o outro gêmeo, lambendo o pescoço de Jackson mais uma vez, aproveitando o cheiro do perfume do homem a sua frente.

- há quanto tempo ele está assim? – questionou vendo o outro homem, aos poucos empurrar o homem drogado de volta para o banheiro.

- quase uma semana. Sempre que o efeito passa, nós damos mais quando ele começa a pedir. Se sustentarmos a dose por alguns dias a mais, a mente dele vai entrar em colapso – respondeu vendo o irmão trancar o homem novamente.

- como conseguiram? – questionou sentindo o gêmeo lhe soltar.

- conseguimos a formula com o nosso contratante. Ele que quer fazer negócios com você, nós somos apenas os coelhos travessos que vieram entregar o convite – ditou o gêmeo seguindo para o irmão, tomando o pacote azul das mãos do mesmo e o jogando para o louro.

- tome, este é o convite – ditou enquanto o irmão lhe abraçava pelos ombros.

- não tem medo de que eu não aceite o convite e apenas analise isso aqui? – questionou Jackson vendo os irmãos gargalharem.

- ele é engraçado, não é? – questionou o homem com a taça na mão.

- Aiden, explica para ele. Eu vou avisar que o convite foi entregue – disse o irmão que lhe prendia, antes de seguir para o criado, pegando um celular.

- você, melhor do que ninguém, sabe que apenas analisar a droga não vai lhe fazer copiar ela – ditou Aiden vendo o louro franzir o cenho para si.

Jackson realmente sabia. No início do sucesso do pó azul, conhecido popularmente como Sininho, ele fez aquilo. Ele analisou a droga e tentou a recriar, falhando miseravelmente. Ele comprava as poucas unidades que eram vendidas, apenas para analisar a droga, sempre falhando nas tentativas de recriar a mesma. O que seria diferente agora? Ele não precisava de amostras para análise. Ele precisava da fórmula. Jackson precisava daqueles dois homens estranhos a sua frente.

- Ethan está informando ao seu novo contratante que já lhe entregamos o convite. Dentro do pacote tem um celular. Quando você abrir o pacote, ligue para o único número nele. O coelho quer dar as instruções ele mesmo – disse o gêmeo enquanto via Jackson olhar bem para o pacote, realmente cabia um celular ali dentro.

- antes de qualquer coisa, vocês quebraram a perna do Lucca? – questionou Jackson franzindo o cenho para o homem nu a sua frente.

- nós? Não. Nem chegamos a bater nele. Bom... não no sentido ruim. Pelo menos umas palmadas generosas naquela bunda redonda a gente deu – respondeu o gêmeo vendo o homem lhe fitar desconfiado.

- nós o deixamos na porta de casa. O ocorrido foi ontem pela noite. Pegaram ele na saída da boate – ditou Aiden vendo o louro parecer relevar.

- e como faço para encontrar vocês? Como faço para pegar a formula? – questionou o homem de terno vendo o despido sorrir ladino.

- se você aceitar o contrato, vai estar no País das Maravilhas, cara. É só procurar por um castelo vermelho, o baralho inteiro fica lá – respondeu Aiden e logo Ethan retornou.

- Branco está feliz que Jackson está com o pacote – avisou vendo o irmão sorrir animado.

- do que diabos estão falando? País das maravilhas, baralho, Coelho, Branco? Que porra é essa?! – exclamou o louro vendo os dois irmãos se entreolharem, antes de sorrirem vitoriosos.

- vai saber quando começar a seguir o coelho branco – ditaram em uníssono vendo o homem franzir o cenho em sua direção.

- é só isso? – questionou vendo os irmãos darem de ombros.

- se já quiser ir embora, sim. Nós vamos brincar mais um pouquinho no quarto. – ditou Ethan enquanto abraçava o irmão, já começando a distribuir beijos pelo peito desnudo do mesmo.

- ou pode ficar e participar da brincadeira. Você que sabe – ditou Aiden antes de erguer o queixo do irmão e começar a beijar o mesmo.

- vocês agem com naturalidade... Não sentem medo de serem julgados? – questionou vendo os dois irmãos rirem enquanto se afastavam alguns milímetros.

- qualquer um que encher o nosso saco..

- morre – ditaram enquanto sorriam travessos.

- olha, só para constar, não gostamos muitos de Voyeur – ditou Ethan enquanto levava a mão ao ombro do irmão, sentindo o mesmo se abaixar a sua frente, antes de acolher o seu membro já parcialmente ereto na boca.

Jackson ponderou por alguns segundos. Aquela cena estava lhe animando. Ele havia ido ali para aliviar o estresse, ficando mais estressado ainda ao saber que o seu brinquedo favorito não estava disponível. Havia ficado mais estressado ainda com dois estranhos em sua cama particular da boate, mas de certa forma foi agraciado com a possibilidade de adquirir o que tanto buscava por anos. Já estava ali de qualquer jeito, porque não provar algo novo, que lhe excitou rapidamente.

- que se dane – murmurou enquanto começava a desabotoar a camisa branca, retirando a mesma e o terno azul, ao mesmo tempo em que os gêmeos sorriam ladinos.

Death Wonderland - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora