- ow, ow, ow! Segura a onda aí, queixo torto. Devagar que o baque foi grande – disse Erica erguendo as mãos, enquanto via um moreno de olhos castanhos e queixo torto lhe direcionar um olhar irritado.
- você tem certeza disso? – indagou Allison vendo o louro de cabelos cacheados menear positivamente.
- temos. A própria mulher dele nos disse que não é a primeira vez que isso acontece – respondeu o Lahey vendo Peter tomar um olhar pensativo.
- então não é a primeira vez que Cinderela ataca – murmurou o Tate, levando a mão ao queixo.
- e não é só isso. Da outra vez, ninguém sobreviveu aos ataques – informou o louro vendo Stiles franzir o cenho.
- mais uma prova de que a polícia não está servindo de nada nesse caso – resmungou o castanho de brincos cruzando os braços, antes de cruzar as pernas.
- eu vou pegar os arquivos dos ataques do primeiro caso de Cinderela – disse Derek já se dirigindo para a saída.
- isso! Pode ser que nos ajude, agora – incentivou Peter vendo o sobrinho menear, dizendo ter pensado o mesmo.
- não adianta. O caso não bate – ditou Scott vendo todos lhe fitarem confusos.
- como não?! Ambos não são de Cinderela? – questionou Boyd, confuso.
- acharam o culpado no último ataque. No primeiro caso, todas as vitimas foram mulheres das mais variadas idades. Mas o último foi um homem, cujas digitais batiam com as encontradas nas cenas de crime – explicou o McCall vendo o Hale lhe fitar com o cenho franzido.
- então essa Cinderela não é a mesma da primeira vez? – indagou o moreno de olhos verdes vendo o de olhos castanhos menear positivamente.
- o cara foi encontrado morto em um cativeiro. Amarrado, do mesmo jeito que fazia com suas vítimas, antes de matar elas e desovar em qualquer lugar para que fossem encontradas – explicou Scott cruzando os braços.
- talvez seja um parceiro do passado – sugeriu Vernon chamando a atenção.
- talvez, a mulher que estamos perseguindo agora, seja uma parceira dele. E talvez até a culpada pela morte dele – explicou o Boyd vendo o grupo ficar pensativo por um tempo.
- precisamos dos arquivos de um jeito ou de outro – falou Allison vendo o moreno de olhos verdes menear positivamente e sair da sala.
- no que está pensando? – indagou Erica ao olhar o modo como Peter estava concentrado
- é sobre o caso de anos atrás. Para Lydia não ter ligado os casos... Só pode haver uma explicação – explicou Peter vendo Vernon, Scott e Allison ficaram pensativos, enquanto Erica e Isaac apenas esperavam pela resposta.
- não devem ter ligação – disse Vernon vendo os agentes negarem com a cabeça.
- não. O que poderia fazer as ligações não deve ter sido descoberto no caso anterior – explicou Allison vendo o louro mais velho menear positivamente.
- Por isso não havia como serem conectados no banco de dados – disse Scott vendo a morena assentir em concordância.
- sendo assim, os arquivos que o senhor mal humor foi buscar não vão adiantar de nada – falou a Reyes apontando para a porta com a mão.
- na verdade. Eles podem ser úteis se analisados novamente – argumentou Allison olhando para o quadro que montaram com todas as pistas que já haviam reunido.
- como vocês ficaram sabendo desse caso, mesmo? – questionou Erica se virando para Isaac, que coçou a bochecha, um tanto envergonhado.
- Isaac salvou a vida do filho mais novo do delegado Miriam – falou Scott vendo todos direcionarem o olhar para o louro, que apenas os encarou, tímido.
- o garoto estava atravessando a rua, quando um carro estava vindo. A mãe chamou pelo nome dele, que por sorte é Isaac, também. Quando eu olhei, o Isaac já estava do outro lado da rua com o filho do delegado no colo – explicou o agente McCall, vendo o mais alto sorrir minimamente ao lembrar do ocorrido.
- e como isso levou a informação? – questionou Stiles vendo o agente fechar o semblante ao lhe direcionar o olhar.
- ela nos convidou para entrar e soltou a informação sem se quer perguntarmos nada. Bastou dizermos que éramos do FBI e ela já soltou um “O meu marido está muito tenso por ter que passar por isso de novo”. Perguntamos um pouco mais e descobrimos que ocorreu há quatro anos e meio. – explicou Isaac vendo o castanho desviar o olhar para a mesa do delegado.
- ela também pediu desculpas, já sabendo como o marido estaria de cabeça quente lidando com esse caso – informou Scott olhando diretamente para Stiles, assim como todos os outros, com exceção de Peter.
- irrelevante - ditou o castanho dando as costas e se aproximando do quadro que haviam montado.
- Stiles – Peter repreendeu com a voz suave, quase contrariada.
- qual é o seu problema? – indagou Scott, irritado.
- não enche – respondeu o castanho jogando a mão para o lado, como se afastasse um inseto, o que irritou mais ainda o agente de queixo torto.
- escu... – o moreno iria se aproximar com o dedo erguido, mas Isaac colocou o braço na sua frente, ao mesmo tempo em que a outra mão abaixava a do agente McCall.
- Scott, deixa para lá – disse o louro olhando com certo receio para o castanho.
- é melhor deixar ele quieto – alertou Vernon de braços cruzados, olhando para as costas de Stiles.
- aconteceu alguma coisa? – indagou Allison, desconfiada, vendo os dois prisioneiros se entreolharem, antes de olharem para as costas de Stiles, receosos.
- nada – respondeu Stiles, ainda de costas, enquanto pegava as fotos dos torsos de todas as vítimas e passava a os analisar em conjunto.
- é melhor deixarem ele em paz. Não é seguro provocar ele, hoje – alertou Erica olhando para o castanho, que sorriu ladino, lhe fitando pelo canto do olho por sobre o ombro. O olhar de todos fora desviado para a porta quando Derek adentrou a sala.
- más notícias: os arquivos foram perdidos – anunciou Derek vendo os agentes franzirem o cenho.
- como é? – indagou Scott vendo o parceiro dar de ombros
- pois é. Parece que houve um incêndio há alguns anos. E o fogo levou todos os arquivos para o inferno. Todos os arquivos que ainda não haviam sido digitalizados foram completamente perdidos. Dos arquivos do caso que queremos não sobrou nem um pedaço – respondeu o Hale vendo os parceiros de equipe suspirarem.
- o incêndio foi investigado? – indagou Vernon vendo o moreno de olhos verdes menear positivamente.
- sim. Ocorreu pela parte da noite. Os policiais foram atender a uma ocorrência e alguns ficaram na delegacia, quando ocorreu uma queda de energia e a sala dos arquivos pegou fogo. Foi uma falha na fiação. Alguns fios desencapados acabaram dando início a tudo – explicou o agente de olhos verdes e Allison suspirou, sendo acompanhada por um bocejo de Isaac.
- está tarde. Não vamos prender ninguém se nossos cérebros não trabalham direito. É melhor a maioria de vocês ir dormir – alertou Peter vendo Scott, Isaac, Allison, Erica e Vernon menearem positivamente.
- eu vou ficar acordado para o caso de alguma vítima nova ocorrer – disse o louro vendo o grupo menear positivamente.
- vamos usar as salas vazias da base como quartos para já estarmos preparados caso algo aconteça – ditou Allison guiando um Isaac sonolento pelos ombros.
- eu vou ficar com você – disse o castanho já retirando um baralho do bolso.
- eu também vou ficar – falou o Hale se jogando sentado na cadeira em que antes Erica estava sentada.
- ainda estamos deixando passar alguma coisa – murmurou Peter se colocando ao lado de Stiles que jogou uma carta para cima, antes de a pegar entre dois dedos
Josh estava jogado no sofá da sala junto de seus amigos. O rapaz estava um tanto preocupado. Nancy já deveria ter chegado há dez minutos atrás. A garota havia lhe mandado uma mensagem quando saiu de casa. E não era a primeira vez que um ia na casa do outro. Eles já se conheciam do maternal. Os seus pais eram amigos e os dois adolescentes eram muito próximos. Tanto que já sabiam que o tempo de caminhada entre suas casas era de quinze minutos. Mas já fazia vinte e cinco minutos desde que Nancy mandada mensagem e nada de a garota chegar. Algo parecia estar errado.
- a Nancy não vem? – questionou Adam, um dos amigos de Josh enquanto levava um pouco de pipoca a boca.
- ela já deve estar chegando – respondeu Josh já desbloqueando o celular para poder mandar uma mensagem para a garota.
O rapaz mal terminou de digitar a própria senha que a campainha da casa tocou, despertando a atenção não só dos três adolescentes, como também dos pais do louro de olhos claros. Josh saltou do sofá e correu na direção da porta, abrindo a mesma com velocidade, sentindo o alívio dominar o seu corpo ao ver a garota de cabelos negros presos em um rabo de cavalo parada com uma mochila nas costas. A garota sorriu para o desespero do amigo em abrir a porta.
- quem está morrendo? – indagou Nancy vendo o louro sorrir um pouco tímido.
- ninguém. Eu só... Estava preocupado. Você demorou – respondeu Josh observando um sorriso tímido surgir nos lábios da outra.
- foi mal. Aconteceu uma coisa estranha no caminho – comentou a morena enquanto o rapaz abria espaço para que ela entrasse.
- o que foi? – questionou o louro vendo a garota cumprimentar a todos antes de subir as escadas, sendo seguida por si.
- eu estava no caminho para cá quando senti alguém me observando – a garota começou a explicar ao mesmo tempo em que adentrava o quarto de hóspedes da casa.
- mas alguém mexeu com você? – indagou vendo a garota se jogar sentada na cama em que sempre dormia quando passava a noite na casa do amigo.
- não. Eu entrei no parque para pegar um atalho, mas aí eu escutei um grito de susto. Eu me assustei e corri. Aí eu encontrei um sapato no chão. Me lembrei das mortes que estavam ocorrendo e corri para outra direção. Foi quando vi um cara correndo atrás de mim. Eu corri pelos lugares em que pensei estarem mais movimentados. Tive que dar várias voltas antes de ter certeza de que tinha me livrado dele, para poder vir para cá – explicou a morena vendo o louro tomar uma expressão de surpresa no rosto.
- você está bem? – perguntou Josh vendo a garota menear positivamente.
- sim, sim. Ele não conseguiu me alcançar. Amém dias de jogo na quadra da escola! – exclamou a filha do delegado se levantando e se aproximando da porta
- venha. Vamos descer antes que nos chamem – disse a morena batendo de leve no ombro do louro, que ainda lhe fitava preocupado.
- você tem certeza de que você está bem? – questionou vendo a morena retirar os sapatos, os jogando na direção da cama.
- tenho, Jo. Não precisa ficar tão preocupado. Está parecendo o meu pai! – respondeu a Miriam vendo o rapaz de olhos verdes lamber os lábios, nervoso.
- não sei, não, Nan. Eu acho bom avisar ao seu pai que você foi perseguida – alertou o louro vendo a garota se aproximar de si.
- ei. Eu vim aqui passar a noite com você e os caras. Se avisar ao meu pai ele vai fazer todo aquele melodrama e me levar embora. Você quer que eu vá embora? – perguntou a garota vendo o amigo ficar pensativo por um tempo.
- não. Mas eu também me preocupo com você! – exclamou um tanto envergonhado pelas palavras que saíam de sua boca.
- você se preocupa? – indagou a morena, surpresa, assistindo às bochechas do louro se tornarem rosadas.
Josh sentia o rosto esquentar, enquanto as mãos começavam a suar. Ele não se sentia confortável em deixar Nancy saber como ele realmente se sentia. Aquilo lhe constrangia e lhe causava um certo temor. Ele tinha medo. Não havia como negar. Medo de ser rejeitado. Ele gostava demais de Nancy. Não era como uma paixonite adolescente. Ele realmente gostava da garota. Chegava a duvidar que um dia fosse gostar tanto de alguma outra pessoa. Aquela garota de cabelos negros e jeito carinhoso havia lhe roubado o peito no momento em que lhe cumprimentou quando se esbarraram no corredor no ensino médio. Até aquele dia, Josh nunca havia a visto com aqueles olhos. Notando estar muito tempo calado, o rapaz tentou buscar algo para dizer.
- é claro que sim! V-você é a minha melhor amiga! – exclamou ainda corado, vendo a morena sorrir em sua direção.
Após processar as palavras que haviam saído de sua boca, o louro sentiu vontade de se estapear ali mesmo. A sua expressão mudou, brevemente, para uma de indignação, sem que ele percebesse, mas Nancy percebeu. A morena sorriu mais ainda com o jeito do rapaz a sua frente, chamando a atenção do mesmo, que, ainda envergonhado, olhou para Nancy, vendo a garota se aproximar de si, ainda rindo do seu jeito desajeitado.
- eu agradeço a preocupação, mas eu sei me virar – disse a Miriam antes de se aproximar ainda mais, deixando o louro mais nervoso ainda.
A garota aproximou o seu rosto do rosto do rapaz, dando um beijo na bochecha, próximo aos lábios do louro, que se viu incrivelmente perdido e impressionado, enquanto suas bochechas tomavam uma coloração rosada e intensa. A garota se afastou, sorrindo, ao mesmo tempo em que segurava a mão de Josh, que ainda a fitava com surpresa no olhar. Nancy sorriu ao ver a reação lenta do louro e passou a puxar o mesmo pela mão, na direção da porta. Quando se virou para a porta, a morena fora surpreendida pela imagem de um dos amigos de Josh, que olhava surpreso para os dois.
- e-eu vim avisar que o jantar está pronto... Mas p-podem continuar aí... Eu já estou descendo – falou o moreno envergonhado por ter atrapalhado, provavelmente, uma boa chance do amigo de ficar com a garota que ele gostava. Ao ouvir o amigo, Josh finalmente despertou do seu devaneio feliz e confuso.
- a gente já está descendo, também – ditou Nancy vendo o rapaz se virar para o corredor, lançando um olhar envergonhado para Josh, como se pedisse desculpas por algo.
Stiles estava sentado na cadeira do delegado Miriam, se entretendo com um dos seus baralhos enquanto montava um enorme castelo de cartas. O agente Derek Hale se encontrava jogado na cadeira do outro lado, apenas assistindo a construção do castelo, que mais parecia a muralha da China, por sua extensão ocupar toda a mesa de madeira da sala. O Hale estava surpreso com a habilidade do outro naquele passatempo. Nunca havia visto um castelo de cartas ser construído completamente antes, e agora via a construção do que parecia ser o castelo dos castelos bem a sua frente. Stiles até mesmo construíra uma torre de cada lado do monumento.
O moreno de olhos verdes, de braços cruzados, observava, boquiaberto, o castanho subir na cadeira do delegado para poder alcançar o topo do castelo. O Stilinski cantarolava uma música que o agente não conseguia identificar. Pelo modo como o mais baixo parecia relaxar com ela e até mesmo se divertir. Aquilo lhe deixava curioso, o que era bom, pois lhe tirava o sono.
- qual é a da música? – indagou Derek vendo o outro, com todo o cuidado possível, colocar mais duas cartas no castelo, se aproximando cada vez mais de finalizar o mesmo.
- nada. Eu só gosto de cantar ela – respondeu o mais novo puxando mais duas cartas do baralho e se inclinando um pouco sobre a mesa para conseguir colocar as duas cartas no local mais alto.
- não está com sono? – questionou o Hale ao ver o outro sorrir largo enquanto cantarolava.
- não. Eu sofro de insônia – respondeu o Stilinski pegando mais cartas e as colocando sobre as outras.
- eu não sabia dessa. Por acaso fica vendo os rostos de suas vítimas durante o sono? – ironizou Derek sorrindo ladino.
- e por que eu iria ver isso? Elas não eram importantes para mim – perguntou Stiles não vendo o semblante do outro se fechar em aborrecimento.
- você por acaso se lembra delas? Sabe quem são? – questionou o agente, tentando controlar a raiva que sentia crescer em si.
- eu tenho uma memória afiada, Derek. Você sabe que eu me lembro de todas elas – respondeu o castanho sorrindo travesso.
- qual foi a que você mais gostou de matar? – questionou Derek vendo o castanho puxar uma carta roxa com preto, que se parecia com uma carta de tarô, e lamber a mesma sensualmente, rindo maleficamente, antes de gemer manhoso e jogar a cabeça para trás.
- não vai me responder? – inquiriu o Hale vendo o castanho abaixar a cabeça com um brilho assassino no olhar.
- o seu pai – respondeu o Stilinski antes de jogar o braço na direção de Derek, que apenas viu a carta roxa voar em sua direção antes de sentir algo em seu pescoço.
A dor não demorou a vir. O moreno de olhos verdes levou as mãos ao próprio pescoço, se sentindo engasgar com velocidade. A carta parecia ter se prendido ao seu pescoço. Quando ele puxou a mesma, um fino jato vermelho fora disparado de seu corpo, manchando a parede ao seu lado. Levando a carta para o seu campo de visão, o agente viu a carta da morte em seus dedos, suja de sangue. Algo escorria por seu corpo. Levando a mão, sem conseguir dizer nada por ainda estar engasgado, o moreno sentiu um líquido quente molhar sua mão. Ao olhar para a mesma, notou que era o seu sangue que estava escorrendo por seu corpo. Ainda engasgado no próprio sangue e sofrimento, o moreno direcionou os seus olhos verdes para o causador daquilo tudo, vendo o homem de cabelos castanhos sorrir largo em sua direção.
- o seu sangue é ainda mais bonito do que o do seu pai – falou Alice antes de puxar uma carta do centro do castelo, surpreendendo Derek ao manter o castelo de pé, mesmo perdendo uma das peças.
- já passou da hora de você ir se encontrar com o seu pai, Derek – ditou o castanho se aproximando do Hale, que tentava se afastar a todo custo, chegando a cair da cadeira.
Stiles gargalhou com a tentativa inútil do outro de se afastar de si. Ser um agente treinado não havia adiantado de nada naquele momento. Derek sentiu o outro pisar em suas costas, lhe forçando a manter o peito contra o chão, antes se sentir o pé ser substituído pelas nádegas alheias. Alice simplesmente puxou os seus cabelos, lhe fazendo olhar para cima, onde Peter assistia a tudo, não se importando com o que ocorria, mesmo com todas as súplicas mudas de Derek.
- você está atrasado, Derek – Alice sussurrou sensualmente em seu ouvido, antes de passar a carta que segurava no pescoço de Derek, abrindo um corte novo e grande, fazendo mais do seu sangue sujar o chão da sala do delegado Miriam.
- Derek! – a voz de Stiles alcançou a si quando tudo começou a ficar escuro.
- Derek! – e de novo, antes de Derek sentir uma leve dor em seu rosto e tudo voltar a ficar claro.
Stiles estava próximo a si e Peter estava logo atrás, lhe observando. O Hale se ergueu de prontidão, empurrando o castanho de brincos, que caiu sentado por estar abaixado ao lado da cadeira. O agente fora, instantaneamente segurado por Peter e Boyd, que viram quando o homem iria avançar contra o Stilinski, que apenas o encarava com a sua expressão calma de sempre.
- mas o que porra foi isso? – indagou Isaac, surpreso.
- não se aproxime de mim! – ralhou Derek furioso, quase desesperado, vendo o castanho se erguer.
- Derek, ele estava apenas lhe acordando porque temos trabalho – ditou Peter vendo o sobrinho se acalmar aos poucos.
- é, cara. Acharam outro corpo e o cara estava lhe acordando para a gente ir – falou Issac vendo o moreno de olhos verdes lhe fitar furioso.
- não quero saber, sabe que eu odeio ele. Que outra pessoa me acorde, mas ele não – ralhou o Hale já se soltando e se dirigindo para a saída, não se importando com o que ocorria atrás de si.
- você está bem? – indagou Allison estendendo a mão para Stiles, que lhe encarou antes de aceitar a ajuda para se erguer.
- não foi nada. Eu estou numa boa – ditou o Stilinski já se direcionando para a saída.
- tem vezes que eu odeio aquele cara – ditou Erica de braços cruzados, encarando a porta, onde podia ver Derek sair do banheiro masculino.
- é complicado. Eu peço para que deixem ele. Não me importo com isso, contanto que ele esteja vivo – disse o castanho colocando as mãos nos bolsos, despertando a atenção de Allison e Scott, que o encararam confusos com as palavras do homem.
- vamos logo? – indagou Derek parando na porta e apontando para a saída da delegacia.
- vamos. Não quero que o xerife acabe estragando alguma pista com a sua mente fechada – respondeu Stiles passando por Derek, que evitou permitir que o assassino se aproximasse de si.
O castanho sorriu ladino quando o Hale deu alguns passos para trás quando ele se aproximou. Derek ainda estava receoso. O seu sonho havia mexido com o seu psicológico. Ele estava nervoso com o que Stiles poderia fazer. A sua respiração ainda estava descompassada e a sua garganta ainda tinha dificuldades com a deglutição, suas mãos suavam e seus dedos pareciam inquietos, sempre cutucando uns aos outros, com as unhas arrancando alguns pequenos pedaços de pele. Erica pareceu sentir o seu nervosismo. Maldita habilidade natural que a loura possuía. A Reyes sabia identificar quando alguém estava nervoso, ansioso e com instintos aguçados. E o sorriso debochado da mulher denunciou que a mesma sabia o que se passava consigo.
- depois eu tenho que falar com você – sussurrou Scott em seu ouvido, lhe apertando o ombro e depois seguindo Isaac, que andava um tanto entediado a sua frente.
- acalme-se. Foi ridícula a sua reação naquela sala – ditou Peter, ao passar por último, vendo o sobrinho lhe fitar com fúria.
- não ligo para o que você pensa, Peter – ralhou o Hale seguindo Vernon, deixando o tio para trás, lhe observando com seriedade no olhar.
Eles seguiram para os carros fornecidos pelo governo, tomando o cuidado de afastarem Derek de Stiles, discretamente. Allison tinha a estranha sensação de que o agente Hale explodiria se ficasse em um ambiente com pouco espaço junto do castanho. Por isso ela tratou de chamar pelo nome, em um tom alto, as pessoas que iriam consigo no carro, para que não ocorresse de o agente e o prisioneiro acabarem no mesmo veículo.
Ela dirigiu por Quântico até alcançar o parque em que fora encontrada a vítima hoje, pela manhã. Quando finalmente chegaram, foram recebidos pela imprensa, mas Allison os dispensou ao já descer do carro pronunciando um sonoro “Sem comentários”. Eles foram permitidos a passar pela polícia, que logo voltou a barrar a imprensa. O grupo de agentes adentrou o parque, sendo guiados por um policial, até a cena do crime, onde puderam contemplar o seu novo trabalho do dia. Isaac e Vernon deixaram os seus queixos caírem, assim como Scott, enquanto Allison, Peter e Derek se tornavam inexpressivos. Erica franziu o cenho para o que via, sentia o seu corpo ficar tenso. Aquilo era atípico, segundo a experiência de Peter em assassinatos, mas o sorriso de Stiles parecia dizer que ele esperava por aquilo.
- isso não faz sentido – argumentou Boyd olhando para a vítima que mantinha o seu olhar vazio em sua direção, o que lhe gerava um embrulhamento no estômago.
- isso significa que a nossa Cinderela está evoluindo – ditou Derek olhando para os policiais que olhavam horrorizados para a vítima.
Stiles riu, chamando a atenção de Peter, que o encarou preocupado. A risada do castanho não era forçada. No entanto, Stiles não era uma pessoa que ria com frequência. Isaac e Boyd olhavam receosos para Alice, que se abaixou ao lado da vítima e envolveu o cabo verde da faca que estava cravada em seu peito. Erica franziu o cenho para o castanho, vendo o mesmo puxar a faca com força e admirar o sangue da vitima na lâmina laranja da faca de cozinha. Os seus instintos não lhe alertavam de perigo quanto a Stiles, mas algo estava errado com o castanho e ela sentia isso.
- o que pensa que está... – o legista tentou questionar ao ver o castanho retirar a faca sem cuidado algum. No entanto, ele fora parado por Scott, que o segurou e negou com a cabeça.
- sua vadiazinha – ditou o castanho passando o dedo no sangue da vítima e começando a brincar com o mesmo entre os dedos, analisando a textura.
- solta isso, Stiles! – ordenou Derek já irritado, mas o castanho lhe ignorou.
- o que foi Stiles? – indagou Isaac, curioso e receoso, vendo o homem lamber a faca, surpreendendo a todos.
- essa vítima... Ela não significa evolução alguma. Essa pessoa, simplesmente, não passa um gato que quase pega o nosso rato – ditou Stiles se erguendo e jogando a faca na direção de uma árvore, vendo a arma ficar presa no tronco da mesma, surpreendendo aos policiais e o legista.

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Death Wonderland - Livro 1
FanfictionA segurança nacional está em crise. O FBI já não está mais dando conta de tantos casos. O sistema carcerário está em crise, a criminalidade apenas cresce no país, e apenas mais casos aparecem, enquanto que o número de casos resolvidos diminui. Deses...