- e então? O que temos para hoje? – perguntou Isaac se jogando sentado em uma das cadeiras ao redor da mesa redonda.
- não é mais um assassino em série. Vamos precisar das cabecinhas brilhantes de todos vocês... Mas o que foi isso em seu pulso? – disse Lydia, se virando e encarando, surpresa, o pulso enfaixado do castanho de olhos claros.
Os outros agentes também estavam com aquela dúvida em suas cabeças. Stiles havia descido da van com o pulso enfaixado e com as bandagens um pouco avermelhadas na parte de baixo do pulso. Isaac também não sabia o que havia sido aquilo. Vernon se quer fazia ideia O castanho fora o último a chegar. Ele fora liberado da solitária naquela manhã e logo que ele saiu eles foram chamados. Para completar os questionamentos dos agentes, o homem estava mais pálido do que o normal. Stiles agia com normalidade, embora parecesse debilitado.
- eu acabei me cortando em um acidente – respondeu o castanho erguendo o pulso e analisando a bandagem com a mancha vermelha.
- esse acidente foi o motivo de você ter ido para a solitária? – perguntou Derek vendo o castanho dar de ombros.
- quem sabe? – respondeu o homem de brincos vendo o moreno estreitar o olhar em sua direção.
- vocês, qual foi o motivo? – perguntou o Hale com frieza para o negro e o loiro de cabelos cacheados
- somos obrigados a responder? – inquiriu Vernon vendo Isaac olhar para Allison, perdido.
- não, não são. Mas eu agradeceria se o fizessem. Sou uma investigadora, logo sou extremamente curiosa – Allison falou, cortando a chance de Derek de dizer que os dois eram obrigados a responder.
- eu posso? – questionou Isaac observando o castanho dar de ombros, dizendo que não se importava com aquilo.
- é claro! Eles têm um certo controle sobre a gente lá dentro – respondeu Stiles vendo o loiro olhar para Allison imediatamente
- derrubaram o almoço do Stiles, ontem. Daí ele arrancou o piercing do idiota com os dentes, fazendo um rio de sangue sair do nariz do cara – o loiro ditou animadamente batendo com a mão sobre a mesa.
Erica soltou um grito animada, olhando para cima e batendo as mãos em uma palma com força. Derek, Scott, Peter e Lydia olhavam para o castanho, surpresos, enquanto Allison sorria divertida e confusa para a animação de Erica. A loira secou uma lágrima no canto do olho e olhou para o castanho animada.
- como eu amo esse cara! Eu daria tudo para ver isso – ditou Erica, animada, ainda gargalhando.
- tudo que restou foi isso – disse Stiles jogando a mão na direção da loira e todos puderam ver uma argola prateada deslizar pela madeira brilhosa da mesa.
- AAAAAH, VOCÊ AINDA TROUXE ISSO?! – gritou a loira, sorridente, agarrando a argola entre os dedos, vendo uma listra vermelha de sangue coagulado no anel prateado.
- por que merda você ainda tem isso? É nojento! – indagou Scott encarando o castanho sorrir ladino em sua direção.
- você não entenderia. É algo que só as pessoas que têm psicológico forte compreendem. Infelizmente, você não cobre o requisito – rebateu o castanho vendo a loira jogar a argola para si.
Scott tomou uma careta no rosto, ao não conseguir conter o desgosto que sentia para com o orgulho daquele homem em ser um criminoso. Stiles não apenas não tinha escrúpulos, como também não tinha vergonha nenhuma em admitir isso. O assassino da divisão apenas ergueu a mão e a argola atingiu a mesma. Scott encarou o assassino com uma expressão severa, antes de desviar o olhar para Derek. O homem lhe fitou com seriedade, antes de lhe dar as costas e se aproximar da mesa. Derek não concordava com aquela ideia de Scott. Por mais que ele odiasse Alice, e por mais que ele concordasse com o moreno de queixo torto quanto ao fato de achar que Stiles deveria permanecer atrás das grades em Alcatraz, ele não concordava com a sabotagem. Eles faziam parte daquela divisão. Sabotar Alice, seria sabotar eles mesmos.
- continue, Lydia. Quanto mais cedo começarmos com isso, mais cedo acaba – ditou o moreno de olhos verdes, encarando o tio com uma expressão de poucos amigos.
- enfim, ignorando... o piercing... e a coisa toda, temos um pedófilo a solta – falou Lydia apertando um botão e o projetor exibiu a imagem de um homem no quadro de vidro.
- Eu lhes apresento Stephen Michaels. Ele foi preso há um ano atrás, quando foi denunciado pelos pais de Kara Mackson, de nove anos – disse a ruiva apertando mais um botão e logo a imagem do homem encolheu dando lugar a uma garota sorridente em uma foto ao lado dos pais.
A mãe usava um vestido parecido com o da filha, enquanto o pai usava calças jeans, cinto com fivela e uma camisa branca e camisa xadrez por cima. A garota era erguida pelo homem, enquanto era beijada pelos dois pais. Erica socou a mesa com força, enquanto encarava o quadro de vidro com fúria.
- odeio esses homens – rosnou a mulher enquanto arranhava a madeira com as unhas.
- hunf. Nem sempre só os homens são culpados em pedofilia – ditou Stiles, cruzando os braços e voltando a dar atenção para a ruiva.
- o que? Vai me dizer que mulheres também estupram garotos? – questionou Erica, irritada.
- a pedofilia não se trata só do ato sexual. Muitas mulheres sabem que seus maridos abusam de crianças mas não fazem nada para ajudar. Elas fingem não ver. E muitas mulheres são inocentadas por se relacionarem com menores de idade, por os mesmos já terem idade para serem manipulados por elas para dizer que queriam. Muitas mulheres sedentas por sexo procuram por garotos mais jovens com quatorze ou quinze anos. Mas há casos mais graves, com garotos de onze ou até mesmo dez anos. Não é só porque é menos frequente que não deixa de ser um crime – explicou Peter vendo a loira cruzar os braços e voltar a dar atenção para Lydia.
- voltando, Stephen foi preso. Para revoltar ainda mais a população local, Stephen era pai de dois garotos, um da mesma idade que Kara Mackson, e era professor da garota na escola municipal. Ele foi preso em casa, junto da família – disse a ruiva passando fotos da escola, da família Michaels e do momento de prisão do homem.
- hoje pela manhã, Michaels fugiu da prisão estadual em que se encontrava, se disfarçando de um dos produtores da emissora de tv que fazia uma reportagem no pátio nessa manhã – explicou Peter vendo a ruiva colocar imagens da reportagem feita.
- agora, nós achamos que Michaels pode ir atrás de Kara – ditou Derek vendo o loiro de cabelos cacheados se erguer imediatamente.
- então vamos logo! – exclamou Isaac, sério, surpreendendo Derek e Allison.
- antes de irmos, eu gostaria de dizer que é melhor não deixarem as emoções aflorarem durante esse caso. Lembrem que uma criança está envolvida. Errar nunca foi uma opção, mas agora é mais importante ainda manter a calma e se focar no caso com cautela – alertou Peter encarando os prisioneiros menearem positivamente, enquanto todos se levantavam.
- é um pouco estranho o FBI querer falar com uma de nossas alunas – disse uma das professoras enquanto eles caminhavam pelos corredores da mesma.
- é, eu tenho certeza de que isso não acontece todo dia – falou Derek, enquanto eles seguiam a mulher pela escola.
- aconteceu algo com que devemos nos preocupar? – perguntou a mulher se virando brevemente para os agentes.
- só nos mostra a garota – ditou o Stilinski passando pela mulher quando a mesma parou brevemente na porta de uma sala.
Stiles olhou para o interior da sala, mas logo a mulher se colocou em sua frente. O detento ergueu a sobrancelha, enquanto voltava a erguer o torso que ele havia abaixado para olhar pela pequena janela de vidro na porta da sala. A mulher engoliu em seco assim que o castanho lambeu os lábios, estreitando os olhos para a mesma. Stiles tomou um ar ameaçador, enquanto mordia o lábio inferior e se inclinava brevemente na direção da mulher.
- sinto muito, mas não posso deixar qualquer um chegar perto dos meus alunos – ditou a mulher vendo o castanho sorrir na direção sua direção. Um sorriso irônico.
- Peter... – ditou Stiles antes de simplesmente dar as costas para a mulher e passar a seguir, de sala em sala, parando nas portas, olhando pelos vidros das mesmas.
- ei, o que está fazendo? – perguntou a mulher vendo o castanho a ignorar completamente.
- não pode discutir conosco, Senhora Gardner. Apenas nos leve até Kara Mackson – ditou o loiro mais velho encarando a mulher engolir em seco.
- as salas estão vazias – ditou o castanho voltando para perto do loiro, passando um braço por dentro do braço do mais velho, abraçando o membro do homem.
Os agentes encararam a cena um tanto desconfiados, enquanto o loiro apenas ajustava o braço no abraço do castanho e acariciava os seus cabelos com um certo apreço. Derek estreitou o olhar para a dupla. Peter era muito próximo ao castanho e isso lhe irritava. Era óbvio que o loiro passava informações deles para o prisioneiro. Erica sorriu divertida para a cena, antes de negar com a cabeça. Para ela era mais do que óbvio o tipo de relação que os dois homens a sua frente mantinham. O que deixava aquela divisão mais interessante ainda. Quando fora chamada para trabalhar com a equipe, ela imaginava que seria algo chato e monótono. Mas fora seriamente surpreendida com o desenrolar das coisas.
- são nove e meia. Eles estão no intervalo – ditou o loiro vendo o castanho menear positivamente em compreensão.
- ótimo. Assim fica mais fácil de encontrarmos a Kara – falou Scott passando pela dupla, esbarrando no ombro do castanho no processo.
Stiles encarou o próprio ombro, antes de desviar o olhar para as costas do agente McCall, o encarando com seriedade. Isaac suspirou, negando com a cabeça, seguindo Allison que foi atrás do homem de queixo torto. Peter encarou o castanho ao seu lado com seriedade, engolindo em seco com a lambida de lábio que o mais novo de todos os membros daquela divisão deu para o agente de queixo torto.
- apenas o ignore, garoto. Venha! Vamos procurar pela Kara – o loiro falou com suavidade, abraçando o castanho pelos ombros, o apertando brevemente, antes de começarem a caminhar.
- não se preocupe. Eu estou cansado demais para fazer qualquer coisa contra ele – ditou o rapaz com brincos começando a caminhar ao lado do loiro mais velho
- eu sei que você não faria nada contra ele. Mesmo ele sendo um pé no saco, às vezes – sussurrou o loiro contra o ouvido do castanho, antes de lhe beijar os cabelos.
Os dois haviam se esquecido totalmente de Derek atrás deles. O moreno de olhos verdes encarava o tio com os olhos estreitos. O Hale começava a suspeitar da aproximação do seu tio para com o prisioneiro que ele odiava. Stiles poderia muito bem estar usando o seu tio para conseguir algo. Peter sempre teve tendências a ser manipulado por pessoas de má índole, tanto que chegou a perder o distintivo por causa disso.
Os agentes adentraram o pátio sendo encarado por professores e crianças de todas as idades. Eles varreram o local com o olhar, mas era difícil achar uma garota em específico em meio a tantas crianças. No entanto, Erica conseguiu identificar a garota, ao longe, um pouco distante das crianças, próxima a mata que ficava logo atrás da escola. Em frente a menina, estava ninguém mais ninguém menos do que Stephen Michaels.
A garota coçava o braço, um pouco desconfortável, enquanto o homem falava com ela e se aproximava lentamente. Erica cerrou o punho para a cena e gritou o nome da garota, vendo a menina olhar em sua direção, assustada, assim como o fugitivo, que olhou arregalado para todos aqueles adultos e não demorou para perceber que eram oficiais. O fugitivo desatou a correr na direção da mata, se embrenhando na mesma. Erica não tardou em avançar na direção da mata, passando por todas aquelas crianças e passar com velocidade por Kara, assustando um pouco a menina, que soltou um gritinho agudo devido a voracidade dos passos de Erica, que se embrenhou na mata, ignorando totalmente os gritos de repreensão de Derek e Scott. Allison e Isaac correram até a garota, que os encarou assustada.
- está tudo bem, querida. Ele não vai machucar você – dizia a agente Argent, abraçando a garota que a abraçou de volta, enquanto encarava a mata com os olhos assustados.
Eles levaram a garota para o ginásio da escola, onde ficaram a protegendo enquanto os pais eram chamados ao colégio. Assim que os pais chegaram, a menina se encolheu nos braços da mãe, enquanto as duas estavam sentadas, e o pai apenas encarava os agentes, revoltado. Ele estava de braços cruzados sobre o peito, enquanto respirava pesadamente, furioso, como um touro em uma tourada. Ele estava deixando bem claro, não apenas em ações, como também em palavras, o quanto estava indignado com a situação pela qual estava passando.
- eu quero saber porque aquele desgraçado ainda não foi preso – ralhou o homem, apontando com o indicador para os agentes.
- senhor Mackson, estamos fazendo de tudo para conseguir colocar Stephen no lugar dele. Inclusive, uma de nossas agentes de campo está o perseguindo nesse momento pela mata em que ele tentou contato com a sua filha – anunciou Derek, encarando o homem com seriedade.
Ele não gostava nada da pose daquele homem para o grupo de agentes. Ele nunca gostou de afrontas, e o dedo erguido daquele homem lhe dava vontade de quebrar o mesmo. Mas ele relevou, pois, no fundo, sentia a mesma indignação do homem. Como se já não bastasse traumatizar a menina uma vez, Stephen fugiu para tentar abusar da garota mais uma vez, piorando ainda mais a sua situação psicológica.
- não é o suficiente! Eu quero aquele homem preso. Se possível eu gostaria que ele estivesse morto – ralhou o pai de Kara enquanto a menina se encolhia mais ainda nos braços da mãe.
- eu poderia providenciar isso – murmurou Stiles, sorrindo fraco e Derek olhou severamente para o castanho, vendo o mesmo ainda pálido.
- eu sei, Bryan, que você odeia aquele homem e tem todos os motivos do mundo para isso. Mas você tem que entender que é uma situação difícil procurar ele por essa mata. Precisamos de tempo, por isso que quero deixar alguns de nossos agentes com sua mulher e sua filha, em sua casa. Eles vão proteger as duas enquanto Stephen estiver solto. Ele não ousaria chegar perto delas com federais no encalço das duas – ditou Peter encarando o homem fechar o semblante para si.
- nem fodendo que eu vou deixar estranhos perto da minha família – ditou o homem vendo o loiro suspirar.
- infelizmente, o senhor não tem querer. Nós somos federais – argumentou Vernon vendo o homem olhar torto para si. Aquilo o irritou.
- Eu. Já disse. Que não, negão – rosnou o homem e a mulher o fitou repreensiva.
- BRYAN! – a mulher elevou a voz ai repreender o marido.
- como ele disse. Você não tem querer. Somos do FBI. Nós somos o poder. A gente manda, você só cala a boca e obedece. É simples. Entendeu ou eu vou ter que desenhar para um idiota racista como você? Apenas me dê um bom motivo para não lhe prender agora por desacato a autoridade e racismo! – rosnou Derek ficando de frente para o homem, que se preparou para socar o agente Hale, irritado.
Derek ergueu o braço para bloquear o golpe do homem, mas se surpreendeu ao ver que o mesmo já havia sido bloqueado. Ele olhou para o lado vendo Stiles ao seu lado, com o punho do pulso enfaixado segurando o punho do Mackson firmemente. Derek encarou o castanho por um tempo, antes de sorrir nasalado.
“Até que eu estou gostando disso”
- como ele disse. Nós vamos e você só cala a boca e... – o castanho não terminou a fala.
O Mackson apenas usou do outro punho para socar Alice, que se viu tonto ao tentar desviar. O corpo do castanho reclamou com o movimento brusco, o deixando zonzo. A esquiva fora bem sucedida, fazendo o punho do homem passar ai lado do seu rosto, mas o castanho não conseguiu se manter de pé após o ato. A visão de Stiles se tornou turva e logo ele não tinha mais forças para ficar sobre os próprios pés. O rapaz caiu ajoelhado na frente do senhor Mackson, vendo tudo girar e um estranho pássaro cobreado surgir sobre algo da cor azul e uma imensidão branca logo acima. Peter correu até o castanho, juntamente com Isaac, enquanto viam Derek agarrar Alice pelos ombros, impedindo que o corpo do mesmo caísse no chão.
- ele está sangrando – ditou a senhora Mackson vendo, do pulso enfaixado, sangue começar a escorrer pelo braço do homem.
- preciso fazer outro curativo – ditou Isaac pressionando o pulso do castanho.
- a enfermaria não é longe. Lá tem bandagens – ditou a diretora, que estava no local, vendo a agente morena lhe pedir que a levasse ao local. Assim que Allison retornou com alguns itens em mãos, Isaac desfez o curativo mal feito da prisão e começou a usar tudo o que a Argent trouxera.
- você sabe o que está fazendo? – perguntou Scott, surpreso, vendo o loiro começar a passar álcool no ferimento do castanho, ficando mais surpreso ainda ao não ouvir Stiles gemer de dor com o líquido em seu corte. O castanho parecia não sentir nada.
- sei – respondeu o loiro já começando a fazer o curativo no pulso do castanho.
- foi um corte preciso demais para ter sido um acidente – murmurou Allison, analisando o corte perfeito no pulso do mais novo.
- o que merda você fez, garoto? – murmurou Peter, pensativo.
- aqui, você deve estar com fome – disse a senhora Mackson, colocando um prato com biscoitos sobre a mesa de centro em frente ao castanho, que se encontrava sentado em seu sofá.
- biscoitos! – Kara soltou um pouco animada pegando um dos biscoitos e o levando a boca, enquanto permanecia a desenhar, sentada no chão, próximo ao homem ferido que estava ali para lhe vigiar.
- não vai ser um dos melhores que vai comer, mas eu espero que goste – ditou a mulher, simpática.
- é a primeira vez que como isso – soltou o castanho, baixinho, surpreendendo Derek que se encontrava próximo a si. A garota encarou o homem de cabelos castanhos com surpresa no olhar, vendo o mesmo analisar o alimento circular de cor bronzeada.
- disse alguma coisa? – perguntou a mulher se virando para o rapaz de cabelos um pouco longos, já indicando um certo tempo que não eram cortados.
- ele disse que parece estar gostoso – ditou o moreno de olhos verdes, vendo Scott pegar um dos biscoitos e morder o mesmo com vontade.
- e está mesmo – falou o moreno de queixo torto, de boca cheia, encarando a mulher sorrir para si.
- isso é bom – murmurou o Stilinski, passando a comer o doce entregue a si.
- eu gostaria de pedir desculpas pela atitude do meu marido, mais cedo. Ele anda muito estressado desde a notícia de que aquele monstro havia fugido – disse a mulher, calmamente, enquanto se dirigia para a cozinha, indo preparar o almoço.
- você nunca comeu biscoito? – perguntou Kara timidamente, vendo o castanho negar com a cabeça.
- não. Você gosta de biscoitos? – respondeu o Stilinski, vendo a garota menear positivamente.
- e do que mais você gosta? – inquiriu vendo a garota continuar a desenhar
- eu gosto de pipoca e algodão doce – respondeu a menina, concentrada, e Stiles se esticou para alcançar mais um biscoito.
- você só gosta de comida? – questionou o prisioneiro, vendo a menina negar com a cabeça.
- eu gosto de desenhar, brincar. Eu gosto de jogos e da escola – respondeu a garota fazendo um estalo ocorrer na mente do castanho de brincos.
- você gosta da escola? – perguntou vendo a menina parar e voltar a desenhar.
- você não é médico da cabeça, é? Mamãe já me levou em um. Eu não gosto deles – indagou a garota finalizando o desenho que fazia e passando a fazer um novo na mesma folha.
- você quer dizer psicólogo? – perguntou o castanho, ainda comendo vendo a menina dar de ombros.
- eu não sei o nome. Eu só sei que eu ia lá e ele me fazia perguntas e me mandava desenhar – respondeu a menina, calmamente, como uma criança faria, sempre se embolando nas palavras que escolhia.
- Derek, vem cá – Scott chamou o parceiro para um canto, enquanto o mesmo encarava a interação entre o assassino e a menina.
Derek, um pouco receoso em se afastar da menina, estando ela na presença de Alice, acabou seguindo Scott, lentamente, para um canto da sala. O Hale se aproximou, de braços cruzados, sempre encarando Stiles e Kara na mesa redonda no centro da sala de estar da casa. O moreno sussurrou em resposta, encarando Stiles se aproximar da mesa, encarando o trabalho da menina.
- nós estamos sozinhos com ele. É a nossa chance de sabotar ele, cara – murmurou Scott encarando o castanho pelos cantos dos olhos.
- Scott, velho, esquece isso. Ele ameaçou o seu pai e daí? Não é como se ele pudesse fugir e matar ele, mano. Estou dizendo que isso é uma furada. Se ele a divisão fracassar de novo, não sei o que pode acontecer com a gente, com as carreiras que demoramos muito pra construir – murmurou Derek, em resposta. Ele não gostava muito da ideia de fazer algo errado em seu trabalho, mesmo que fosse contra Stiles.
- Derek, mano, você quer mesmo esperar que o Stiles faça algo contra alguém antes? Quer mesmo deixar que ele mate alguém antes de colocar ele no lugar de onde ele nunca deveria ter saído? – indagou Scott encarando o melhor amigo e parceiro suspirar, coçando a nuca, nervoso.
- Scott, esquece isso. Ele é importante para a nossa divisão. Se ele voltar para a cadeia a nossa divisão vai ficar fraca. Lembra de quando o Enis e a Kate foram presos? Imagina sem o Alice. Sem contar que não estou afim de sujar a minha carreira sabotando algo que deveria alavancar ela. Eu não estou protegendo ele. Eu estou protegendo nós fois – ditou Derek vendo o parceiro suspirar indignado.
- depois não diga que eu não avisei – disse o McCall, com o semblante fechado, encarando o castanho se abaixar e se sentar no chão, entre o sofá e a mesa de centro.
O celular de Derek vibrou e o mesmo puxou o aparelho da calça, desbloqueando a tela e vendo uma mensagem de Lydia. A ruiva havia mandado uma mensagem dizendo “Peter pediu para o Stiles dar uma olhada nisso”. Derek estranhou, antes de começar a baixar os arquivos que a ruiva lhe mandara. Eram desenhos e PDF’s de arquivos sempre envolvendo o nome da garota que se encontrava distraída desenhando sentada no chão da sala. O moreno de olhos verdes abriu a primeira imagem e se aproximou do castanho, se sentando no sofá ao lado do mesmo e sussurrou a mensagem de Lydia para o rapaz, entregando o aparelho nas mãos do castanho.
Stiles leu cada página dos arquivos no celular de Derek em uma velocidade surpreendente para o moreno de olhos verdes. O Hale se quer conseguia ler um parágrafo completo no tempo em que Stiles lia uma página inteira. Era incrível como Stiles tinha tantos dons incríveis que foram desperdiçados em uma repleta de crimes, sangue e mortes. O rapaz era extremamente inteligente, capaz de recitar um texto que lera apenas uma vez; era violentamente bom com o corpo, se mostrando ágil e bom em lutas, segundo o seu arquivo. Uma vez que Derek nunca o vira lutar, para falar a verdade. Ainda segundo o arquivo, o castanho era bom com armas, sejam elas brancas ou de fogo, além de ser ótimo em anatomia e em interrogatórios.
Stiles era um agente profissional do crime.
Ele tinha todos os requisitos para um agente do FBI desde os onze anos, mas havia seguido carreira no crime. E uma carreira de sucesso, diga-se de passagem.
- não tem nada que nos ajude – ditou o castanho, entregando o celular para Derek, que suspirou decepcionado.
- o que você está desenhando? – perguntou Stiles, simpaticamente, vendo a garota parar de desenhar.
- esses somos eu, a mamãe e o papai. Aqui é você – disse a garota apontando para cada um dos bonecos.
Stiles, Derek e Scott olharam para a garota, surpresos. Ela havia gostado do castanho de brincos. O bonequinho do mesmo até possuía os brincos da cor vermelha e negra. Stiles estranhou ao ver a ordem dos bonecos, enquanto Derek se lembrava dos desenhos que Lydia havia mandado.
- Lydia também mandou alguns desenhos – sussurrou para o castanho que olhou para si quase que imediatamente.
- eu quero ver – sussurrou Stiles, vendo Derek abrir as imagens e passar o aparelho para si.
O castanho analisou cada um dos desenhos um tanto malfeitos da criança que estavam juntos com os arquivos do psicólogo da menina. Ele conseguia ver algumas coisas ali, que lhe indicavam que havia algo errado naquilo tudo. Foi então que, em um desses desenhos, Stiles o viu. Aquele mesmo pássaro grande que ele havia visto mais cedo ao quase desmaiar.
- qual é o seu nome, tio? – perguntou a menina, enquanto escrevia o nome de cada um dos personagens de seu desenho acima da cabeça dos mesmos.
- pode me chamar de Alice – respondeu o castanho, analisando o desenho detalhado que havia sido feito pela menina.
Aquele desenho só podia ser uma marca do trauma da garota. Ela não conseguiria trabalhar tanto tempo em um desenho, sem ter sofrido algum trauma grande. Assim que ouviu a fala do homem de brincos a menina ergueu a cabeça na direção do mesmo, confusa e animada. Ela coçou a garganta, antes de fazer a pergunta que tanto lhe martelava a mente no momento.
- como a do País das Maravilhas? – perguntou animada, vendo o homem sorrir em sua direção e menear positivamente.
- exatamente. Se escreve igualzinho – respondeu o rapaz, vendo a garota sorrir divertida para si.
- por que o senhor usa brincos? – perguntou a garota vendo o castanho tocar um dos objetos com os dedos.
- eu uso esses aqui porque eu gosto deles. Gostava muito da pessoa que me deu esses brincos – respondeu vendo a menina menear positivamente.
- entendi – disse voltando a desenhar, perdendo completamente o olhar preocupado do castanho, que logo direcionou esse olhar para o agente Hale, que lhe fitou confuso.
- o quê? O que foi? – perguntou Derek, confuso para a cara que o castanho ao seu lado tomou ao encarar aquele desenho de uma águia por um tempo.
Stiles lambeu os lábios, olhando para a garota ao seu lado brevemente, tendo a certeza de que ela não os ouviria. O castanho se sentou no sofá, ainda encarando a garota, antes de se virar para Derek, que lhe fitava confuso e receoso. Scott fitava o rapaz de brincos com uma expressão de poucos amigos na face. Ele queria muito poder colocar aquele prisioneiro de volta na solitária da segurança máxima do FBI, mas ele sabia que não conseguiria isso sem ajuda. Pois ele sabia muito bem que Peter e Lydia, assim como o próprio Derek, poderiam desmentir a sua façanha.
- não estamos caçando apenas um pedófilo – sussurrou o Stilinski vendo como a garotinha parecia entretida no seu trabalho.
- o quê? Acha que tem mais de um? Quem seria? – inquiriu Derek, perplexo, vendo o castanho negar com a cabeça, prontamente.
- estamos caçando um lobo mau – ditou Stiles vendo os dois morenos estreitarem o olhar em sua direção.
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Death Wonderland - Livro 1
FanfictionA segurança nacional está em crise. O FBI já não está mais dando conta de tantos casos. O sistema carcerário está em crise, a criminalidade apenas cresce no país, e apenas mais casos aparecem, enquanto que o número de casos resolvidos diminui. Deses...