CAPÍTULO 12

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POV: Kate Lockhart

Após deixar o hospital, fui direto para a sede do FBI no centro de New York, era bem tarde, já passava das duas da manhã.

Estava lendo os documentos que a policia de NY havia mandado, após ler vários documentos e verificar inúmeros laudos, me senti exausta, meus olhos ardiam e eu sabia que tinha que descansar, pisquei algumas vezes, esfreguei os olhos tentando conseguir resistir ao sono, quando a porta se abre e vejo Nick me olhar.

- Acho que já deu por hoje, Kate, vai dar três da manhã. (Nick)

- Eu sei, só estava tentando ocupar minha mente.

- Sua mente já não é ocupada o suficiente? (Nick)

Eu apenas sorri de modo contido e balancei a cabeça negativamente. Ele me encarou por um tempo.

- O que aconteceu? (Nick)

- Algo inesperado! 

- Quer saber... Tem um bar aqui na frente, ainda esta aberto, que tal uma dose antes de ir para casa. (Nick)

- Bem, já esta tarde mesmo, uma hora a mais não vai fazer diferença.

...

Sentamos numa mesa no canto, onde tinha visão total do bar, pedimos uma dose de whisky.

Eu fiquei em silêncio por algum tempo, ainda estava tentando organizar minhas ideias, Nick estava dando o tempo que eu precisava, ele me conhecia bem, desde que entrei para o FBI.

- Você se lembra de quando cheguei em quântico?

- Claro... Logo na primeira semana eu vi potencial em você. (Nick)

- Antes mesmo de terminar o colégio eu decidi que queria entrar para o FBI, eu treinei, estudei... Mas teve um momento, um pouco antes do último mês de escola, que eu ia desistir dessa ideia. Minha mãe com certeza teria ficado muito feliz com isso! Eu ia desistir de vir para o FBI, por uma garota.

- Sempre é uma garota, principalmente quando se esta apaixonado. Mas onde você quer chegar? (Nick)

- Na noite do baile... Eu ia encontrar com ela, no pier, ninguém sabia do nosso namoro, mas eu adormeci e ela não veio. No dia seguinte, quando acordei, eu liguei, mas a gravação dizia que o número não existia. Liguei varias vezes... Nada! Fiquei preocupada, então fui na casa dela, com a desculpa de falar com a irmã dela, mas meu objetivo era encontrar Camila, quando eu chego lá... A casa estava vazia. Toda a família dela tinha ido embora, fiquei sabendo posteriormente que eles haviam vendido a casa duas semanas antes, a imobiliária disse que não sabia para onde eles tinham ido, e não podia dar nenhum contato dos clientes deles, há não ser com a permissão deles. Então se passaram dez anos... Até quatro horas atrás quando eu encontrei Camila Martin.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos, tomou a dose dele esvaziando seu copo.

- A repórter... (Nick)

- Sim!

- Como você está com relação a isso? Mas seja sincera!

- Eu tive meu período de tristeza, então depois... Só tive raiva, ódio, por ela ter me deixado sem falar nada, uma explicação. Até esquecer completamente de Camila, até ela surgir do nada. Sinceramente... Não sei o que sinto.

- Eu treinei você Kate, sei da sua capacidade e força. Sei que sabe separar muito bem o pessoal, os sentimentos do profissional, mas quero que me diga quando não der para você. Eu sei que o envolvimento de vocês foi a muito tempo atrás, mas pelo pouco que me falou e por conhecer você, percebo que foi intenso. No entanto só você pode me dizer se pode continuar nesse caso ou não, estou dando essa abertura para você, porque lhe conheço. Se em algum momento perceber que não dá... Você pode me dizer, eu tiro você do caso e te transfiro. E então... O que você vai decidir? (Nick)

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