CAPÍTULO 27

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POV: Camila Martin

La estava eu, em pé no meio da minha sala, encostada na parede, após ter contado para Kate o que realmente tinha acontecido após o meu sumiço de Laguna Beach.

Ela se mantinha de cabeça baixa, olhando diretamente para o chão, enquanto suas mãos estavam entrelaçadas uma na outra. Ela mantinha uma expressão pensativa.

Durante todo o meu relato, ela apenas ouviu, não me interrompeu em nenhum momento.

Eu como sempre que me lembrava daquele tempo e do que aconteceu, chorava. E naquele momento estava com os meus olhos cheios de água, mas não queria que Kate me visse chorando, então levantei minha cabeça e observei o teto, na esperança de evitar que aquelas lágrimas escorresse por meu rosto.

Quando finalmente consegui controlar minha vontade de chorar, olhei para baixo e vi Kate me encarar, ainda sentada no sofá.

- Agora você sabe! Esta satisfeita?

- Eu pareço satisfeita para você? (Kate)

Ela se levantou e se aproximou de mim.

- Eu sinto muito que você tenha passado por isso, principalmente porque foi sua própria irmã quem causou. (Kate)

- Sim... Talvez tivesse sido diferente, para nós, se ela não tivesse me feito pensar que você tinha me traído. Talvez não...

- Não tínhamos nos separado? (Kate)

- Isso!

Ela ficou em silêncio por alguns segundos.

- Você vai perdoar ela? (Kate)

- Eu... Ela parece diferente, eu não consegui decidir, se acredito no seu arrependimento, ou não.

- É bem difícil. Mas o que realmente não entendo nessa história é... Porque sua mãe não foi presa? (Kate)

- Ela tinha uma ótima advogada, que convenceu o juri de que os atos da minha mãe não foram baseados em preconceito, mas sim em uma mãe zelosa que pensava que eu estava doente, para o meu azar o juri era de homens e mulheres conservadores.

- Entendi, então você conseguiu uma medida protetiva. (Kate)

- Sim, meu advogado disse a juíza que eu não me sentia segura com ela perto de mim, que estava fazendo terapia porque tinha ficado com muitos traumas devido o ocorrido. Com o fato de ter sido dopada varias vezes sem nenhuma explicação do porque.

- Sua mãe passou de todos os limites, isso foi cruel! (Kate)

- Ela não é mais a minha mãe!

Era uma afirmação forte, mas era a verdade.

- Você sabe como sua avó achou você naquele lugar? (Kate)

- Não! Até hoje eu não sei, talvez ela tenha ido ver a Laura e ela acabou falando.

- Bem, pela maneira como sua mãe agiu, e como ela soube não ser condenada, não acredito que ela tenha dado essa informação para sua avó, talvez outra pessoa tenha avisado para ela, porque não tinha como ela encontrar você sozinha. Você perguntou para ela?(kate)

- Eu perguntei, mas ela não quis responder. Será que foi o meu pai? Será que ele se compadeceu e deixou de ser covarde e fez isso?

- Bem... Só se você perguntar para ele! (Kate)

Ficamos em silêncio mais uma vez, ela olhou para um ponto da sala, sua expressão era pensativa, ainda. Toda vez que olhava em seus olhos, me lembrava do beijo, não sei se era assim para ela, afinal ela disse que foi apenas uma estratégia, no entanto mexeu comigo numa proporção extraordinária. Eu me dei conta que eu não tinha esquecido ela, muito menos aquele amor tinha passado. Mas ainda não podia acreditar que depois de tanto tempo ainda existisse aquele sentimento tão forte aquela conexão.

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