O PODER DE UM OLHAR

CAPÍTULO 45

POV: Kate Lockhart

Estava sentada no sofá da sala enquanto olhava para meu notebook, não tinha nada ali para ver, então apenas via as imagens das câmeras do bar. Caso Hanna voltasse mais cedo, eu poderia ver ela chegando. Ainda tinha muitas horas até escurecer.

Camila disse que ia fazer algo para nós comermos, no entanto eu não tinha fome. Talvez ela só quisesse ocupar a mente.

Olhava constantemente para o relógio, mas aparentemente os ponteiros estavam grudados no mesmo lugar.

- Kate.

Desviei meu olhar da tela por alguns segundos e vi Camila parada próxima ao balcão da cozinha.

- Oi?

- Você ficar olhando para o relógio só vai fazer o tempo demorar mais. Porque não vem comer... Eu fiz uma macarronada.

Era hora do almoço já!

Eu me levantei e fui até ela e me sentei na cadeira de frente para o balcão.

Servimos o nossa prato e começamos a comer, mesmo sem fome comi toda a comida, não queria fazer desfeita com o trabalho que ela tinha tido.

Ela começou a limpar o balcão e levar os pratos sujos para a pia da cozinha.

Eu estava pensando em como convencer ela a voltar para o hotel e pegar o vôo para New York.

- Camila...

Ela me olhou, porém não saiu do lugar, apenas esperou que eu continuasse.

- Quero lhe pedir uma coisa.

Então ela largou o que estava fazendo e veio até mim, parou bem na minha frente e me encarou.

- Pode pedir! (Camila)

- Eu preciso que vá até o seu hotel... Faça suas malas e pegue o primeiro vôo para New York.

Ela revirou os olhos e deu um passo para trás.

- Pensei que já tínhamos decidido esse assunto! (Camila)

- Você decidiu, eu não!

- Eu estou mais segura ao seu lado! (Camila)

- Da última vez em que estávamos lado a lado na frente de Susan, nós duas fomos baleadas!

Ela me encarou com expressão séria, provavelmente pensando numa boa resposta.

- Aquilo foi diferente! Fomos pegas de surpresa, dessa vez ela será pega de surpresa. Eu posso ajudar você... (Camila)

- Você sabe disparar uma arma?

- Não... Mas você poderia me ensinar e... (Camila)

Ela já falava de modo desesperado, gesticulando, dessa vez ela sabia que eu não ia mudar de ideia.

- Você é uma civil, isso que está acontecendo aqui, é uma operação de duas agências de segurança do governo do Estados Unidos. O simples fato de você está estar aqui já me faz quebrar centenas de protocolos de segurança.

- Eu não me importo com nada disso! (Camila)

- Pois deveria... Se alguém souber que você está aqui, se imaginarem que você sabe que estou viva e que eu não reportei... Eu posso ser presa.

Finalmente ela parou com toda a agitação que estava, ficou me encarando por alguns segundos e em seguida baixou a cabeça.

- Eu só queria estar lá... Quando você pegasse ela, ver a cara dela quando percebesse que não tinha mais saída... (Camila)