Wendy, que estava o tempo todo entre os adversários pegou a bola rapidamente, com uma fina camada de suor na testa.
— Espera, o que? A gente tava de olho nela o tempo todo — falou um dos três gigantes.
— Será que estavam mesmo? — explicou Miguel. — Claro, no início, a Wendy era o foco principal de vocês, mas quando nós começamos a passar a bola várias e várias vezes, suas atenções começaram a se voltar a ela, fazendo-os pensar quando iriamos chutá-la, tirando a atenção da ruiva lentamente. Enquanto isso, ela se infiltrava no campo inimigo, aproveitando o fato dela ser pequena.
Ele é o que? Estrategista de guerra? Mas ele não tem uns 10 anos? Pensou Wendy. Mas ele fez uma estratégia tão boa em tão pouco tempo, só sabendo da minha altura. Esse cara é alguém que eu realmente não gostaria de enfrentar.
Wendy notou na hora que Miguel era uma dessas crianças prodígio. Aquele tipo de pessoa que tinha um QI altíssimo. Só assim para explicar como ele conseguia falar tão bem.
Voltou sua atenção ao jogo, chutando a bola e marcando o segundo gol para o seu time. A torcida vibrava contente, para a alegria e Carla e Miguel, e para o desgosto de Jenny. Todos torciam por Wendy, até mesmo aqueles que outrora torciam contra.
— Mandou bem nessa estratégia — falou Wendy para Miguel, quando voltou ao seu lado do campo.
— Obrigado, eu vi uma vez na televisão uns jogadores fazerem algo parecido com isso. Digamos que eu só adaptei ele.
O jogo voltava novamente, e o time adversário já se desesperava. Nunca na vida pensaram que uma garota menor do que eles iria os humilhar tanto em seu próprio jogo. Como uma medida final, eles fizeram uma estratégia arriscada: colocaram os três gigantes para marcar Wendy e ficarem de olho nela, com o intuito de não perderem mais ela de vista.
Ela se via em apuros, ao ver três pessoas que eram bem maiores que ela. Na torcida, a expressão de raiva de Jenny se aliviava, se tornando em satisfação ao pensar que a ruiva poderia ser esmagada pelos gigantes.
— Está tudo bem, fica calma. Você não precisa enfrentar esses caras, só precisa ficar evitando eles, até o tempo do jogo acabar, já que estamos ganhando de 2-0 — falou Lúcio.
Wendy não teve outra escolha, senão assentir com a cabeça.
Faltando menos de 10 minutos para o fim da partida, o juiz apitou. Os gigantes foram direto para Wendy, que já corria com a bola. Ela fazia de tudo para evitá-los, como correr mais que eles, afim de sair de seu alcance, mas eles se mostraram tão resistentes quanto ela.
Wendy não saia da mira deles, não importava o quanto tentasse. Não teve outra escolha senão ir direto para o gol, que infelizmente estava barrado pelos gigantes. Além de resistentes, eles também eram tão rápidos quanto ela.
Tentou driblá-los, mas conseguiram o surpreendente feito de cerca-la completamente. No início, ela achara que eles só queriam cansá-la, mas agora ela sabia bem das suas verdadeiras intenções.
Eles estavam a afastando dos outros jogadores, pondo ela contra parede, literalmente. Atrás dela, havia uma enorme parede, na frente, os três gigantes que davam um passo de cada vez lentamente. A torcida estava aos suspiros, menos Jenny, que estava aproveitando a situação.
Encontrando-se em uma situação extremamente difícil, Wendy ficou paralisada em frente dos seus três gigantes adversários. Nunca suara frio antes, era um sentimento completamente diferente.
Tentava mascarar o medo com uma expressão de resiliência, mas sua inquietude delatava tudo. Seus colegas tentavam alcançá-la, mas eram impedidos por outros jogadores adversários.
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Tribos da Luz: O Retorno Inesperado
FantasyWendy Tordenvaer, 14 anos, nunca foi a pessoa mais passível a socializar. Sejam por suas habilidades ou personalidade, era uma realidade distante. Mas algo mudou. Um chamado? Uma curiosidade? Um ataque? Ela se viu subitamente jogada numa jornada em...