Capítulo 26 - Esquadrão Dimensional

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Com tudo já resolvido, eles se despediram e se afastaram da vila.

Quando a imagem do local já estava se limitando a apenas casinhas de pedra e madeira, Percivarus surgiu por entre as árvores, dirigindo-se a eles a passos largos.

- Esperem um pouco.

- O que foi, Percivarus? - indagou Hans, olhando-o se soslaio.

- Você esqueceu o seu cajado dentro da cabana, velho amigo.

- Ah sim, muito obrigado. Eu nunca poderia me separar desse cajado, por nada nesse mundo.

Parecia que o cajado de Hans era feito de ouro puro. Tinha uma altura que ia dos seus pés até os seus largos ombros. Sua parte superior repousava uma pequena plataforma circular; uma pequena orbe azul pendia no seu centro e com pequenas figuras de cobre ao seu redor: um dragão, um homem idoso vestindo uma longa túnica e um homem grande trajando uma armadura de ferro. Ambas as figuras ficavam de costas para a orbe azul. Um par de asas douradas se abria abaixo da plataforma, envolvendo as figuras até o seu topo. Uma ponta afiada como uma lâmina pendia na sua extremidade inferior.

- Belo cajado - sibilou Wendy.

- Obrigado - respondeu Hans, tomado pela nostalgia. - Isso foi tanto um presente quanto uma criação minha. Esse pequeno artefato simboliza a união das três grandes tribos e é uma lembrança de um tempo vago.

Hans observava ao cajado com um tênue sorriso, apesar de demonstrar um semblante um tanto entristecido.

- Bom, é melhor eu ir - completou Percivarus. - E vocês também, já que segunda tem aula.

Os cinco jovens não puderam deixar aquele último comentário escapar desapercebido.

- Como é que é a parada? - perguntou Wendy, a testa franzida.

Hans deixou escapar um ligeiro riso.

- Acho que já está na hora deles saberem, apesar de você já ter entregado tudo.

- Bom, acho que vocês já têm idade o suficiente para terem a grande honra de...

- Anda logo! - cortou-o Ben, cruzando os braços.

- Está bem - após uma bufada exasperada, o corpo de Percivarus foi envolto de um brilho semelhante ao de Hans, quando este se transformava.

Porque todo mundo aqui cisma em fazer esse brilho todo? Pensou Wendy, usando os braços instintivamente para cobrir os olhos já cerrados. O povo de Aardeius por acaso odeia os olhos alheios?

E quando o brilho enfim cessou, surgiu no lugar de Percivarus alguém que eles conheciam: Josué, o vice-diretor do colégio Titânio.

- Vice-diretor!? - falaram os cinco novamente, boquiabertos pela surpresa.

- Ok, isso que é uma surpresa! - admitiu Ben.

- Hans não é o único Conselheiro da Terra - explicou ele. - Só que, diferente dele, eu tenho estilo e discrição para usar um nome falso, "Josué", quando estou na Terra.

- Percivarus e eu fundamos o colégio Titanium com o intuito de estabelecermos uma base na Terra e também de encontrarmos pessoas que seriam capazes de defender o reino, a usando principalmente como quartel-general. Assim, nós dois dividimos as tarefas mais importantes. Enquanto que eu fico de olho em todas as anomalias da Terra e fico responsável do grupo que as combate, Josué fica observando o reino e me avisa quando algo ruim ocorrer por aqui, assim eu chamo vocês, crianças, para lutar.

Wendy fitou San, cuja expressão sua igual surpresa. Ambas se entreolharam e sorriram, admitindo que estão mesmo agora no mesmo barco. Sem segredos entre eles.

Tribos da Luz: O Retorno InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora