Capítulo 30 - Resultado do treino

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Depois de um impacto com as lâminas de suas espadas (que foi forte o bastante para fazerem seus dentes vibrarem), eles recuaram e abaixaram suas armas, encerrando aquele longo processo de treino.

Finalmente. 2 capítulos só de treino já era demais. Se demorasse mais, os leitores poderiam sair, achando que eu ia treinar pelo resto do livro.

Respirações ofegantes saiam de suas bocas, com suas barrigas enchendo e diminuindo em um ritmo acelerado. Grossas gotas de suor saiam de seus rostos, molhando ainda mais o chão esbranquiçado da sala de treinamento. Um brilho irrompia nos seus olhares, demonstrando que eles tinham adquirido uma conquista. Sorrisos cansados surgiam, complementando esse fato.

- Nada mal, ruiva - admirou-se Demétrius. - Conseguiu aprender bem a arte da espada em tão pouco tempo.

- É que eu tive um bom professor - admitiu Wendy, o corpo curvado. Fazia também parte do treinamento do Esquadrão, tentar aguentar o máximo de tempo que conseguia se manter pé. Demétrius a ensinara que, se ela manter uma posição que não forçasse muito seu corpo, poderia aguentar por mais tempo, sem ceder ao chão. Admitira a si mesma que essa era uma das partes mais difíceis de ser uma dimensional, considerando das diversas vezes que usava seus poderes demais e acabava esgotada.

- Bem, você não aprenderia tão rápido se eu tivesse usado o método tradicional. Foi como eu disse no início do treino, que você aprenderia melhor por meio de um treinamento prático, ao invés de uma aula teórica. Não estou desmerecendo as suas capacidades de aprendizado, nem nada, mas vi que você aprenderia mais rápido desse jeito.

- Tá tudo bem, eu também preferiria uma aula prática.

Repousaram suas espadas, de pé, num canto da sala. Assim que libertou sua mão, e flexionou rapidamente os seus dedos, Wendy sentiu uma dor incômoda advinda dela. Alguns calos formaram-se, devido as extensas horas que ficou segurando a espada, durante duas semanas. Retorceu sua expressão para surpresa e dor. Envolveu sua mão com a outra, como um ato instantâneo.

- É. Acho que eu exagerei, um pouco.

- Deixa eu ver - Demétrius se aproximou e examinou a mão de Wendy. - Estique o máximo que puder. - A ruiva precisou gemer um pouco até ficar uns centímetros à uma posição reta da mão. - Até que não está mal. Só precisa enrolar essa mão com um pano molhado, ou molhá-la com um pouco de óleo por uns 10 minutos, que fica nova em folha rapidinho - deu, involuntariamente, um tapinha na mão de Wendy, que jogou a cabeça para cima. Seu agudo e ligeiro berro de dor ricocheteou pela sala. - Opa, desculpa.

- Não tem problema - a expressão fechada e carrancuda de Wendy não exalava muito perdão.

San entrou na sala, fechando a porta branca atrás de si com um balançar do quadril. Duas garrafas d'água ocupavam ambas as suas mãos. Se aproximou dos dois a passos largos.

- Bom trabalho, vocês dois - jogou as garrafas mirando os dois, que rodopiaram no ar.

- Obrigado - Demétrius pegou uma.

- Valeu - Wendy pegou também. Porém capturara a garrafa com sua mão cheia de calos. Seus olhos se arregalaram e os cabelos da sua nuca se arrepiaram. - Ai, ai, ai, ai, ai. Ah é, eu me esqueci.

Demétrius e San se desataram a rir, com Wendy tendo que fazer o mesmo. Sentaram em um canto da sala e apoiaram suas costas nas paredes embranquecidas com lajes quadrangulares. Wendy e Demétrius reviravam as garrafas com alguns demorados goles. O treinamento tirara toda a energia deles. Em contrapartida, os invadiu com uma intensa vontade de beber algo que os refrescasse do suor que cobriam suas peles.

Wendy aproveitou que ainda tinha um pouco de água em sua garrafa e despejou seu conteúdo em sua mão cheia de calos, enquanto uma onda de alívio a atingia.

Tribos da Luz: O Retorno InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora