7 anos após tal incidente, a história encontrava-se agora na cidade Titânio.
Era uma cidade praticamente normal, com diversos prédios rondando o centro e as partes mais ricas, enquanto as casas ocupavam o subúrbio.
Havia movimentação por toda a cidade, devido as compras da chegada da época do natal. Ouvia-se o som de diversas buzinas invadindo o céu, como se fosse uma orquestra improvisada, que abafavam boa parte das músicas natalinas, que tocavam nas ruas. O trânsito estava praticamente paralisado, com o aglomerado de carros que iam e viam apressados de suas compras.
Mas, em uma parte mais silenciosa da cidade, em um parque amplo e com uma quantidade considerável de flora, os passos apressados de uma criança irrompiam daquele local.
Chegando num aglomerado de árvores, ofegante por ter corrido tanto, deu ligeiras olhadelas por cima dos ombros, apurando a visão. Parecia ter uns dez anos. Ouviu o som das plantas pequenas do parque sendo esmagadas, e que estava se aproximando rapidamente.
Procurou esconder-se atrás de algumas árvores que estavam quase grudadas de tão próximas que estavam. Ficou no seu esconderijo por um tempo, olhando de relance por qualquer sinal ou som dos seus perseguidores. Quando achou que não havia mais ninguém próximo, decidiu sair de lá, afim de correr mais, aumentando a distância deles.
Quando se virou para correr, avistou um grupo de garotos mais velhos e bem maiores que ele, que se aproximavam lentamente com uma expressão nada amigável.
O garoto mais novo engoliu seco e começou a tremer.
— O-o-oi ge-gente. Tu-tu-tudo be-bem?
— Não, não estamos — respondeu o mais velho dentre eles, no centro e que ao que parecia ser o líder. — Ainda estamos esperando o dinheiro que você deve para a gente.
— Co-como assim? — o garoto recuou um passo. — Eu não estou devendo nada, pelo que eu me lembro.
— Como não está? Se esqueceu que fomos nós que te protegemos daquele garoto que estava querendo te atacar? Esqueceu de quem te salvou quando estava mais precisando?
— Ma-mas aquele garoto era o meu primo. E ele nem ia me machucar, estava só ajudando ele na sua interpretação para uma peça da escola, em que ele ia ser o vilão. É, a interpretação dele não era uma das melhores, mas até que...
O líder do grupo interviu com um berro intimidador.
— Já chega — o garoto encolheu de medo. — Chega de desculpas. Ou você nos paga ou pagamos você com socos.
Eles pareciam ter uns dezesseis anos, mas isso não os impediu de irem sem medo ao garoto que não parava de tremer.
— Não, espe-perem um pouco — implorou o garotinho, mas o grupo continuava a avançar lentamente nele, preparando seus punhos.
— Chega de esperar. Agora, você vai pagar, por bem ou por mal — o líder brandiu o punho cerrado, mirando unicamente no garoto.
Ele chegou a começar a impulsionar o soco, porém, algo o deteve. Alguém, atrás dele, havia segurado seu braço. Os outros, ao notarem a responsável, contorceram suas expressões em caretas grotescas de medo.
— O quê? — disse o líder, virando o seu olhar para trás.
— Yare yare daze (mas que saco). Não acha que é muita covardia juntar tantos brutamontes só para bater numa criança?
Assim que virou, sua expressão se espelhou para a mesma dos outros.
Uma adolescente de 14 anos segurava seu pulso, com intensos cabelos ruivos que caiam até o meio das suas costas, com uma leve franja que cobria a sua testa e com um colar com um símbolo estranho preso ao seu pescoço. Vestindo uma camiseta vermelha fina, uma longa calça jeans e um tênis de corrida, lançava um olhar penetrante com seus olhos castanhos.
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Tribos da Luz: O Retorno Inesperado
FantasyWendy Tordenvaer, 14 anos, nunca foi a pessoa mais passível a socializar. Sejam por suas habilidades ou personalidade, era uma realidade distante. Mas algo mudou. Um chamado? Uma curiosidade? Um ataque? Ela se viu subitamente jogada numa jornada em...