Capítulo 33 - Uma saída arriscada

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Quando aquela cansativa semana de apenas treinos e testes árduos chegou perto do seu fim, um ar de alívio e conforto pairou pelo Poço Prateado. Era uma brilhante e fria manhã de sábado, com o céu limpo ascendendo sobre a cidade.

Aquele clima era perfeito para dar início às olimpíadas escolares, um evento que ocorria uma vez por ano.

Mesmo sendo fim de semana, quase todos os alunos se reuniam no campo do lado de fora do colégio Titânio, esperando ansiosos pelo início das atividades, principalmente os alunos novos.

Dentre eles, havia uma aluna nova que gostava muito de esportes e que esperava há semanas pelo início dos jogos.

Wendy e os outros quatro dimensionais, no Poço Prateado, se preparavam para ir para o colégio.

Wendy puxava San pela manga, apressada, enquanto comia Nuggets num pote.

— Anda logo, anda logo. As atividades já vão começar — puxava mais e mais San a cada segundo, não sem dar uma parada para dar uma mordiscada em sua comida favorita. — Eu não quero deixar de ver nada, já que é a primeira vez desde que eu cheguei aqui. San, você também prometeu que iria me mostrar o melhor lugar das arquibancadas que dava para ver a todos os jogos.

— Ca-calma, Wendy — San tentava acalmá-la o máximo que podia, em seu comum tom tímido. — Mesmo que nos atrasemos um pouco, ainda vai dar para encontrar bons lugares na torcida.

— Eu sei que você está empolgada em ver e participar dos jogos e tudo mais, mas a pressa não adianta em nada — avisou à ruiva Demétrius, ajoelhado próximo a Zipp, um pouco cansado. — Nós até tivemos de vir aqui mais cedo para verificar se não havia nada anormal acontecendo com o Zipp. Por isso, acalma um pouco essas pernas, ruiva.

— Tá, tá, tá bom — apesar das palavras, não parecia exibir nem um pingo de vontade de acatar aquela sugestão.

Zipp, quando não estava em testes ou brincando com Martha, ficava na maior parte do tempo em uma espécie de câmara, um extenso local coberto de vidro, com um ambiente simulado das florestas de Aardeius, afim de fazê-lo se acostumar de antemão com o habitat.

Os cinco estavam lá, já arrumados para participarem dos jogos, com Ben e Demétrius verificando o ambiente de Zipp pela última vez antes de saírem até o campo externo.

— Pronto, já acabamos por aqui — disse Ben se levantando.

— E, o melhor de tudo, eu instalei um alarme para avisar os nossos celulares se algo incomum acontecer com o Zipp — falou Demétrius, erguendo-se também. — E também colocamos umas frutas típicas de Aardeius dentro da câmara para ele comer e desligamos as luzes para parecer um ambiente noturno. Com isso, ele vai dormir rapidinho.

— Até que enfim! — falou Wendy, batendo freneticamente o pé direito e pondo outro nugget na boca.

— Vem cá, garota, você não consegue comer nada que não seja Nuggets? — indagou Ben, quase espantado.

— Eu como outros tipos de carne também.

— Às vezes eu acho que você vai se casar um dia com os Nuggets.

— Acho que isso é permitido em Daynawind.

Às vezes eu me impressiono com o nível intelectual das conversas que temos por aqui. Demétrius deixou escapar uma leve, porém arrastada, bufada, ao ajeitar a calça, após um bom tempo apoiado sobre o joelho.

— Mas será que vai ficar tudo bem? — o tom preocupado de Martha o trouxe de volta ao mundo real.

— Sim, 100%. Pode confiar.

Tribos da Luz: O Retorno InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora