Vai pagar pra ver?

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POV BIANCA

        Estava deitada enquanto Mari massageava meus pés. Era domingo à noite e passamos o fim de semana inteiro, trancadas em um quarto de hotel.


-Bia você acha que ela vai desconfiar das alterações nos contratos? – Mari me questionou enquanto eu mexia no meu celular.


-Não tem como ela descobrir, é bem feito. – Já tinha alguns meses em que eu estava fazendo algumas alterações nos contratos, repassando um valor abaixo para as contas da RK.  – Nem mesmo Manu sabe disso. Rafaella só se acha esperta, mas é fácil dobrar ela.

-E você pretende tentar reatar?

-Claro que sim, não vou assinar aquele acordo que o idiota do Renato propôs. – Me sentei e ela sentou ao me lado.

-Larga ela, podemos fazer uma grana e ir embora daqui. – Mari nunca fui a inteligente da relação.

-Não seja boba Mari, com ela nós podemos ter muito mais do que esses pequenos desvios.


-Mas você acha que ela não está de rolo com alguém? – Ela perguntou e eu me lembrei de algo que vi mais cedo.

-Amanhã eu irei resolver esse probleminha. Rafa se acha esperta, mas pode ter certeza que eu sou mais. – Mari sorriu vitoriosa e me puxou para um beijo.


      Já havia uns dias que eu desconfiava de uma pessoa, meu sexto sentido não falha e se Rafa acha que qualquer uma vai ocupar meu lugar, ela estava muito enganada.


        Acordei cedo na segunda e dispensei Mari, se eu queria ter Rafaella de volta não podia correr riscos, seria a mulher exemplar novamente. Me arrumei e parti para a empresa, tinha que resolver um pequeno detalhe antes da minha reconciliação com minha esposa. Cheguei antes da maioria dos funcionários, estava em minha sala separando algumas informações para tirar aquela pedra do meu sapato. Dani me informou que Rafaella chegaria mais tarde, e eu pedi que assim que Gizelly chegasse a mandasse vir até minha sala. Estava sentada de costas olhando pela grande janela da minha sala quando ouvi batidas e me virei com o meu melhor sorriso no rosto.

-Gi, pode entrar minha querida. – Se tinha uma coisa que eu sabia fazer era atuar. – Quando tempo a gente não se encontra, nem parece que trabalhamos no mesmo lugar.

-Bom dia Senhora Andrade como posso te ajudar?

-Sem formalidades, por favor. – Mostrei a cadeira e ela se sentou. – Afinal andamos até compartilhando a mesma mulher não é mesmo?

Gizelly ficou mais branca que as folha que estavam em minha mesa. Sorri sarcasticamente, e ela não sabia o que dizer.

-Não se preocupe, eu não sou ciumenta. –Gizelly levou as mãos no rosto. – Rafa costumava ser mais discreta, o acesso as câmera são fáceis de conseguir.

-Bianca... – A voz dela saiu de forma baixa. – Ela me disse que vocês estão separadas.


-É uma briguinha de casal, Rafaella é exagerada. – Me sentei na ponta da mesa e a encarei de forma superior. – Olha só Gizelly, eu sou uma mulher muito incrível e não vou te expor pelos corredores da minha empresa. Você ainda vai ter até a oportunidade de se redimir comigo.

       Ela não falava nada, a garota estava assustada com meu tom intimidador.


-Você tem duas opções, a primeira é terminar qualquer tipo de envolvimento que vocês duas tenham. Não quero nem que você chegue perto dela, e só tratar de assuntos relacionados a RK e me ajudar em um novo projeto que estou em mente. – Se Rafaella queria tirar a minha parte na RK, eu tiraria todos os clientes dela. – Ou manter esse caso de chefe e funcionária e ser exposta, pode ter certeza que se isso acontecer você não conseguirá emprego nem mesmo de vitrinista de loja.

-É pegar ou largar, e eu sei que você é inteligente, é ambiciosa assim como eu. Vai fazer a escolha certa. – Me levantei e caminhei até a janela. – Você tem até amanhã pra me responder. Pode ir pra casa, pensar com calma, não preciso dos seus serviços por hoje.


       Ela saiu sem me dizer uma só palavra, ela não seria boba de contar Rafaella sobre nossa conversa. Uma coisa já foi resolvida, agora eu iria partir para o meu plano inicial, deixar a RK na sarjeta, sem nenhum cliente.

POV RAFA

       Depois que deixei Gi em casa um sentimento estranho me envolveu. Eu estava apaixonada por ela, não conseguia mais negar esse sentimento, que quero aquela garota pra mim. Dissipei os pensamentos e dirigi até a casa dos meus pais. Ainda estava cedo e provavelmente eles ainda estariam jantando.

- Filha, que surpresa boa! – Fui recebida por minha mãe.

-Oi mãe. – Beijei seu rosto e fui até meu pai. – Oi pai.

-Oi filinha. – Sente-se ai conosco. – Já comeu?

-Já sim, estava na festinha de aniversario do filho de uma amiga. – Me sentei e me servi um copo de suco. – Como vocês estão?

-Estamos bem filha! Estávamos com saudades de você. – Meu pai sorriu pra mim, os dois andavam muito carentes.

-Fui na fazenda esse fim de semana.


-Que bom meu amor, levou alguém? – Meu pai sorriu divertido, com certeza Neide contou alguma coisa pra eles.


-Levei pai. – Respondi e ele sorriu divertido. – Você já sabia a resposta.


-Sabia, e fico feliz que você esteja seguindo em frente. – Meu pai tinha uma expressão leve. – Quero conhecê-la.


-Vocês já conhecem. – Sorri sem graça. – É a Gizelly.


-Filha isso é incrível, nós amamos conhece-la no dia da festa de Mano. – Fiquei feliz em ouvir aquilo da minha mãe. – Por que ela não veio com você?

-Ela ainda tem receio, afinal ainda estou casada. – Meus pais compreenderam. – Estou respeitando o tempo dela.

-Mas mesmo assim ficamos felizes por você, e quando ela se sentir confortável, traga ela aqui.


          Meus pais e eu conversamos mais um pouco, e eu me abri com eles contando o quanto eu estava me sentindo mais leve e mais feliz. E era ótimo ter o apoio dos dois, eles pareciam empolgados com o meu novo relacionamento. Contei também que precisava conversar com Tato, pois ele também demonstrava interesse em Gizelly.  Me despedi dos meu pais e fui para o apartamento do meu irmão, mas antes tentei ligar para Gizelly, mas ela me respondeu com uma mensagem dizendo que precisávamos conversar. Perguntei se ela queria que eu fosse até a sua casa e ela negou, mas minha intuição me dizia que havia algo de errado. Pensei melhor e achei melhor passar em seu apartamento, minha curiosidade não me deixaria quieta. Estava virando a esquina da sua rua quando reconheci o carro que estava estacionado em frente ao seu prédio e a cena seguinte me deixou um tanto quanto intrigada, Tato e Gizelly estavam em um abraço bastante íntimo.  Fiz uma manobra e sai dali antes que os dois me vissem, eu estava de cabeça quente e não queria tirar conclusões precipitadas.

       Entrei no apartamento do meu irmão bastante pensativa, o que significava aquele abraço? Os dois demonstram que eram amigos, mas o suficiente para estram naquele contato íntimo e o que será que ela queria conversar comigo, minha mente fervilhava e nesse momento ouvi meu irmão entrando em casa.


-Oi maninha. – Ele deixou as chaves em cima da mesa. – Chegou agora?

-Sim, passei na casa dos nossos pais. – Eu disse seria. – Onde você estava?


-No futebol, a partida demorou hoje. – Tato respondeu abrindo a geladeira.


-Só no futebol? – Perguntei novamente tentando arrancar um resposta.


-Sim, vim direto pra casa. – Ele respondeu sem expressar muita reação e minhas desconfianças se instalaram na cabeça. – Vou tomar um banho!


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Um extra pois a gigi respondeu minha caixinha de perguntas e ainda respondeu minha DM kkkk
Volto logo!!!!!

A única exceção (Girafa Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora