Bon Appetit

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POV RAFAELLA

Eu estava a ponto de surtar a qualquer momento, minha vida estava fora dos trilhos e eu não to conseguindo assumir as rédeas. Gizelly e eu só brigamos nesses últimos tempos, qualquer coisinha é motivo para nos desentendemos, eu já não estava suportando essa situação, a gota d'água foi ontem, quando descobri que ela anda tendo reuniões com o babaca do Mioto, o homem pelo qual eu criei um ódio mortal, ele sempre está em cima de Gizelly como um abutre e nada do que eu fale ela leva a sério, pois sempre vem como a conversa de que são amigos. Acabei me estressando e contei aos nossos filhos que ela não viria mais, Sofia e Gabriel ficaram tão arrasados, meu filho chorou até dormir, enquanto Soso se emburrou e não quis falar com ninguém, dei graças a Deus quando Renato apareceu em minha casa e os levou para tomar sorvete no domingo à tarde.

-Bom dia, minha gata. – Flavina entrou em minha sala segurando dois copos de café. – Eita, que cara é essa?

-Bom dia, Fla. –  Respondi sem humor. – O de sempre.

-Até hoje você e Gizelly não se resolveram? – Minha amiga se sentou me entregando o café. – Sabe o que é isso? Crise dos sete anos, todo mundo passa por ela.

-Não acredito nessas coisas, você sabe disso. – Flavina deu os ombros. – Gizelly está fazendo o caminho dela e parece que as crianças e eu não estamos nesses planos.

-Rafaella, quer parar de ser cabeçuda? – Minha amiga apoiou o copo sobre a mesa. – Eu não vou ser cruel com Gizelly, ela tá aqui todos os meses, nem que seja por três dias, imagina como deve ser exaustivo?

-Pra mim também é, Flavina. – Bufei irritada. – Eu não casei pra ficar longe dela.

-Você pensou nisso quando decidiu vir embora? – Olhei incrédula para ela. – Desculpe, Rafa, mas é a verdade.

-Olha só, eu não vou discutir isso, Gizelly concordou, conversamos antes de tudo. – Passei a mão nos cabelos de forma irritada. – Ela aceitou, pois sabia que nem eu e nem as crianças estávamos felizes, você já viu como as crianças amam o Brasil?

-Essa não é a questão. – Fomos interrompidas por batidas na porta.

-Com licença, senhora Rafaella. – Viviane, minha nova secretária entrou em minha sala com um sorriso largo no rosto. – Trouxe sua agenda do dia e alguns documentos que precisam de sua assinatura.

-Me dê aqui, por favor. – Passei o olho rapidamente e notei que Flavina encarava minha secretária. – Viviane, avise o Ronaldo sobre a reunião das quinze.

-Já o avisei, e pedi que ele levasse os book's das modelos novas. – Olhei surpresa com a proatividade da mulher. – Precisa de mais alguma coisa?

-No momento não, obrigada, Vi. – Agradeci de forma afetuosa, fazendo a morena sorrir de lado.

-Se precisar de mim estarei na minha mesa. – Ela recolheu os papéis e saiu em passos lentos logo em seguida.

-O que foi isso? – Flavina questionou me fazendo espremer as sobrancelhas em confusão.

-Isso o que? – Ela tinha um sorriso debochado nos lábios.

-Por acaso sua esposa já conhece sua nova secretaria? – Neguei com a cabeça, Viviane estava comigo há um mês.

-Não viaja, Flavina. – Eu nunca dei brechas pra nenhuma outra mulher, Gizelly sempre foi única aos meus olhos. – Viviane só está fazendo o trabalho dela e Gizelly não tem que achar nada, afinal ela tá andando pra baixo e pra cima com aquele idiota do Mioto.

-De novo essa história? – Flavina caiu na gargalhada. – Até hoje não me esqueço da cena de ciúmes naquele show em Atlanta.

-Não tem graça, não me lembre desse dia, pois eu sou capaz de pegar um voo só pra quebrar a cara dele. – Voltei pra minha cadeira.

A única exceção (Girafa Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora