O que você está fazendo aqui?

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POV MANU

Eu sabia que Gizelly não estava preparada para esse reencontro, ela tenta passar essa imagem de durona, mas só quem a conhece de verdade sabe o quão sensível ela pode ser.

Eu lembro exatamente do dia em que conheci Gizelly, o sorriso tímido que ela deu quando elogiei suas fotos, a primeira vez em que saímos, meu surto quando descobri sobre ela e Marcela, e ela nunca arredou o pé do meu lado, sempre esteve ali e agora era ela quem precisava de colo.


FLASH BACK ON:

Já tinha se passado um mês desde que minhas irmãs foram presas, eu estava devastada, precisei de acompanhamento psicológico depois disso tudo. Agora era só eu, e Gizelly que não saiu do meu lado hora nenhuma. Ela me deu apoio, me deu conforto e me fez bem no meio dessa situação toda. Foi ela quem me aconselhou a vir ver minha irmã, mesmo depois de tudo que minha mãe fez à ela.

-Manu? —- Minha irmã estava com a cara abatida, os cabelos ressecados. — Não queria que você me visse assim.

-Oi Bia. —Ela tinha a cabeça baixa e parecia envergonhada. — Como você está?

-Péssima, envergonhada, arrependida. — Ela sorriu fraco e me encarou. — Me perdoa Manu, eu fui a pior irmã pra vocês, eu deveria cuidar de você e da Flay e não fui capaz disso.

-Agora não adianta chorar. — Eu tinha mágoas, por tudo o que ela fez com Rafa e Gizelly . — O que você fez, é imperdoável.

-Eu sei, e eu me arrependo. —Ela deixou uma lágrima rolar. —Eu queria ter a oportunidade de me redimir com você.

-Eu acho que o tempo que você vai passar aqui, é o suficiente pra você refletir sobre tudo o que você fez. — Eu acho que ainda não sou capaz de perdoa-la. — Eu vou embora, não sei se volto, mas desejo que você pense em tudo o que aconteceu, em tudo o que você fez com Rafa.

-Manu, diga à ela que eu sinto muito. — Minha irmã disse de cabeça baixa e eu me afastei.

Não consegui segurar as lágrimas, chorei de soluçar e quando atravessei o portão do presídio ela estava lá, me apoiando e me encorajando.

-Hey, eu estou aqui! — Gizelly me abraçou apertado e me levou para casa.

Gi me preparou um banho, pediu comida e colocou um filme pra tentar me animar. Passamos o resto dia deitadas, ela me deu todo carinho  possível.

-Está se sentindo melhor? — Ela perguntou enquanto acariciava meus cabelos.

-Você ficar. — Ela sorriu e eu me sentei de frente à ela. — Titchela, eu sinto muito por tudo o que você passou, e quero te dizer que agora eu só saio do seu lado se você não me quiser em sua vida.

-Ei, eu não quero que você saia da minha vida. — Gizelly se aproximou e fez um carinho em meu rosto. - Eu gosto muito de você, Manu!

-Eu sei que sim Titchela.

FLASHBACK

Sai das minhas lembranças quando Jaqueline me ligou e pediu que eu ficasse com Gizelly.

-Titchela, está tudo bem? —Perguntei assim em que entramos no nosso apartamento.

-Sim. —Ela respondeu rapidamente, mas eu sei que nada estava bem.

-Você quer conversar sobre isso? —Perguntei e ela negou com a cabeça.

-Manu eu não quero falar disso! —Ela suspirou segurando o choro. —Eu não quero que Rafaella entre na minha vida novamente.

-Tudo bem. — Me sentei no sofá e ela entrou para o quarto.

Ali estava tudo muito claro. Gizelly nunca vai amar Jaqueline da forma que ela ama a Rafa. Eu sei que ela sente algo pela namorada, mas não chega nem aos pés do que ela sente por Rafaella. Isso seria egoísmo da minha parte vê-la infeliz e não fazer nada para mudar isso. Alcancei meu celular e liguei para a primeira pessoa que pode resolver isso.

-Alô, oi Jaque. — Ela atendeu e me ouvia com atenção.

POV RAFAELLA

Foi uma péssima ideia eu ter ido ao desfile, eu sabia que esse encontro não seria nada bom, Gizelly me odeia e eu não tiraria a razão dela. Depois que Jaqueline levou ela embora eu resolvi ir pra casa também, eu já não tinha mais nada para fazer ali.

Os dias iam passando devagar, aos poucos eu tentava reerguer a RK com a ajuda da minha amiga e do meu irmão, confesso que não estava sendo nada fácil, mas eu ia conseguir. Gizelly não saia da minha mente um minuto sequer, era uma tarefa difícil, pois o rosto dela estava estampado em todos os veículos de comunicação. O desfile foi um sucesso, ela tinha talento, Gizelly me encheu de orgulho e eu me sentia triste em não estar ao lado dela, por pura idiotice minha.

-Maninha? — Tato entrou em minha sala um pouco empolgado. — Você anda trabalhando muito, vim te fazer um convite.

-Quando eu não trabalho você reclama, quando eu trabalho você reclama. —Me ajeitei na cadeira e o encarei. —Decide o que você quer de mim.

-Quero que você tenha uma balança, tudo em excesso faz mal. —Ele sorriu. —Mas é serio Rafa, vamos dar uma relaxada no bangalô da Fla esse fim de semana? Só você e eu?

-Só nós dois? Não vou ficar segurando vela? - Perguntei rindo da cara dele.

-Não, Dani tem um casamento de uma prima e não me convidou. —Ele disse emburrado.

-Então sou sua segunda opção? —Levantei a sobrancelha e o encarei.

-Claro que não, eu quero a companhia da minha irmãzinha.— Sandro respondeu debochado e eu acabei concordando.

Eu estava precisando me distrair um pouco, voltar a fazer as coisas que eu fazia antes de Bianca estragar minha vida. Quero recuperar esse tempo perdido, e iria começar nas pequenas coisas.

O resto da semana passou rápido e no sábado de manhã Tato e eu partimos para o chalé da nossa amiga. Aquele lugar me trazia tantas recordações, suspirei ao me lembrar e fui organizar nossas coisas, coloquei a cerveja pra gelar enquanto Renato preparava nossa comida. Meu irmão me arrancava gargalhadas o tempo todo e eu me senti leve com ele ali. Já estavamos no fim da tarde quando o celular dele tocou e ele fez uma cara não tão boa.

-Mana, Dania me ligou, parece que aconteceu algo e ela me pediu pra busca-la. — Ele disse meio apreensivo.

-Vou juntar nossas coisas então.

-Não, fica ai. —Ele falou de uma forma exagerada. - Eu volto ainda hoje, eu busco ela e trago pra cá.

-Eu vou com você, vai que é algo grave. —Me levantei juntando as coisas.

-Você fica Rafaella. — Ele disse firme e eu estranhei. —Não vou demorar, eu prometo e você gosta tanto desse lugar.

-Ok, mas não demore e qualquer coisa você me liga. —Ele concordou e trocou de roupa rapidamente.

Tato saiu e eu fiquei ali absorta em meus pensamentos, pensando nos rumos que eu preciso tomar de agora em diante sem a mulher que eu amo, com minha empresa em uma fase ruim e com minha mãe com a saúde debilitada. Acabei cochilando na rede da varanda de dentro e só acordei no início da noite quando um carro se aproximou.

-Poxa vida Tato, você demorou, ein? —Estava prendendo o cabelo quando meu corpo inteiro esfriou.

-O que você faz aqui?. — Falamos juntas e assustadas com a presença uma da outra.
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Será quem chegou por lá ? Tenho um palpite!!!
Já está no finalzinho 😿

A única exceção (Girafa Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora