Feliz Natal

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POV GIZELLY

Meu mundo caiu no momento em que Sebastião me ligou avisando sobre o acidente do meu filho, meu coração se comprimiu de um tamanho de um grão de areia. Ligava de cinco em cinco minutos para o meu sogro em buscas de notícias, enquanto Wallace tentava achar um voo pra mim com urgência.

-Gi, toma! – Manu me ofereceu um copo de água com açúcar. – Recusei discando o número de Tião novamente. –Nervosa desse jeito, você não vai conseguir resolver nada, Gizelly.

-Eu preciso saber do meu filho, Manu. – Passei a mão no rosto secando minha lágrimas.

-Vai ficar tudo bem, eu tenho fé. – Manu alisou minhas costas. – Achou algo, Wallace?

-Todos os vôos lotados, fim de ano, vocês sabem como é. – Me desesperei ainda mais. – Eu vou achar um, fique calma!

-Pode ser em qualquer classe, eu pago o que for preciso. – Wallace assentiu continuando a busca por passagem.

-Rafaella, não me atende. – Disquei mais uma vez o número da minha esposa. – Que inferno!

-Ela deve estar no hospital, nem deve estar com o celular. – Manu justificou me fazendo bufar irritada.

Nada do que me falavam acabava com a minha angústia, só irei me acalmar quando estiver com o meu filho nos braços sabendo que ele está bem. Liguei para as companhias aéreas em busca que me encaixasse em algum voo para hoje, mas todas as respostas eram negativas, estava a ponto de entrar em desespero.

-Gi, Gustavo está lhe aguardando. – Minha assistente bateu antes de entrar em minha sala.

-Dispensa ele, Larissa. – Falei de forma rude me esquecendo da reunião que marquei com ele. – Não tô com cabeça pra nada, eu só preciso chegar ao Brasil com urgência.

-Entrei assim mesmo. – Mioto entrou sorrindo de orelha a orelha, mas logo se fechou ao notar meu estado. –Hey, o que houve?

-Gustavo, eu não estou com cabeça pra nada hoje. – Continuei discando o número da companhia aérea.

-Me fale como eu posso ajudar, Gi. – Mioto se ofereceu de forma solícita.

-Você só poderia me ajudar caso consiga que eu esteja no Brasil, no máximo até amanhã de manhã, é a única coisa que eu preciso no momento. – Coloquei o telefone no ouvido esperando que me atendessem do outro lado da linha.

-Gi? – Mioto me chamou, mas eu pedi que ele esperasse.

-Que inferno, eu só preciso de uma poltrona, posso ir sentada até no banheiro. – Alterei a voz com a atendente.

-Gizelly, eu tenho um Jato. – Mioto pegou o celular da minha mão. – Por que não me ligou?

-Você me levaria pro Brasil? – Perguntei com um fio de esperança.

-Te levo para onde você quiser, mas me explica o que aconteceu? – Ele segurou minhas mãos enquanto eu chorava em um misto de alívio e angústia.

Contei tudo o que aconteceu até o momento, meu coração faltava sair pela boca a cada vez que eu mencionava o nome do meu filho.

-Em duas horas você consegue ficar pronta? – Mioto me puxou para um abraço beijando minha testa. – É o tempo que meu piloto gasta para preparar tudo.

{...}

As oito horas de voo, pareciam oito dias, nunca achei São Paulo tão distante. No jato veio apenas Gustavo e eu, Manu e Wallace se ofereceram para cuidar de tudo enquanto eu estivesse fora, pediram que eu não esquentasse a cabeça com isso, agradeci pela ajuda, sem eles eu estaria perdida.

A única exceção (Girafa Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora