Ela não vem! (EXTRA DE NATAL)

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A única exceção – Especial de Natal


POV RAFA

-Hey meu amor, calma. – Gabriel devorava a tigela de cereal. – Você vai acabar engasgando.

-Me desculpe mamãe. – Meu pequeno limpou os lábios me fazendo sorrir. – É que o tio Tato já deve estar chegando.

-Eu sei, mas ele espera você terminar. – Baguncei seus cabelos. – E você minha princesa? Está tudo bem?

Sofia comia concentrada em um ponto fixo da mesa, minha filha não tem muito humor pela manhã exatamente como a mãe dela.

-Sim mamãe, só estou pensando. – Apertei as sobrancelhas confusas.

-Em que meu amor? – Perguntei levando a xícara de café aos lábios.

-Que a mamãe devia voltar logo. – Antes que eu pudesse responder, meu irmão passou pela porta com sua animação de sempre.

-Bom dia amores da minha vida. – Tato trazia algumas sacolas nas mãos. – Animados?

-SIIM. – Gabriel e Sofia responderam empolgados.

-Oi mano. – Tato se abaixou para deixar um beijo em minha testa.

-Oi maninha. – Meu irmão se sentou ao lado da minha filha. – Que cara é essa? Nem precisa responder.

-Pois é. – Soltei um suspiro longo.

-Tudo se ajeita, você sabe disso. – Ele apertou meu ombro. – Já conversou com eles sobre isso?

-Ainda não. – Meus filhos estavam alheios ao nosso assunto. – Eles ficaram arrasados.

-Tô aqui para o que precisar. – Dei meio sorriso e acabamos mudando de assunto.

Continuei ali observando os três, enquanto meu pensamento vagava longe, logo a imagem de Gizelly surgiu em minha mente.

Iríamos completar sete anos de casadas, era pra ser uma data comemorativa, mas dada as circunstâncias isso não iria acontecer. Depois de uma longa temporada em NYC, eu resolvi voltar pro Brasil, não consegui me adaptar, eu tinha meus pais que já tinham uma idade mais avançada e eu queria que eles aproveitassem ao máximo a vida dos meus filhos, e sem contar a minha agência, que voltou aos eixos depois de toda turbulência, o grande problema é que a marca da minha esposa estorou e com isso ela precisava estar mais presente lá do que aqui e isso fez com que nosso casamento desse uma esfriada.

Gi aceitou minha decisão de voltar para o Brasil e permitiu que eu trouxesse as crianças, todos os meses ela vinha nos visitar, o problema é que isso estava nos desgastando, e acabamos brigando muito com essa situação. Nossa última briga resultou em Gizelly se recusando vir pro Brasil, justo no mês de Natal, nossos filhos estavam ansiosos por isso, tínhamos feito planos, já que ela ficaria duas semanas inteiras conosco.

Eu não queria brigar, principalmente pelo telefone, mas Gizelly estava irredutível, ela queria que passassemos o Natal em NYC e eu queria passar aqui, principalmente depois de receber a notícia de que eu seria tia, depois de muito tentar, meu irmão e Dani estavam grávidos. Gizelly e eu tivemos uma discussão acalorada e as palavras dela me machucaram, ela acabou desmarcando a viagem e disse que daria um jeito de buscar nossos filhos pro Ano Novo.

-Mana, vamos? – Sai dos meus pensamentos quando Tato tocou meu ombro.

-Vamos. – Me levantei seguindo meu irmão.

-Mamãe, antes de ir podemos ligar pra mamãe Gi? – Sofia me pediu empolgada. – Quero pedir pra ela adiantar a viagem.

Engoli seco com o pedido da minha filha, Tato me encarou me dando apoio, puxei o celular do bolso pesquisando o contato da minha esposa.

A única exceção (Girafa Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora