Manu não está aqui!

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POV RAFAELLA

Se alguém me dizer que não se morre de amor essa pessoa está mentindo, eu estou morrendo aos poucos eu tenho certeza. Jamais pensei que sofreria por alguém como estou sofrendo por Gizelly, a única coisa que alivia meu sofrimento é o uísque. Estou bebendo além do normal, e mesmo assim não consigo tirá-la da cabeça.

-Maldita! —Arremessei o copo na parede que se partiu em vários pedacinhos.

-Rafa? Está tudo bem? — O barulho do copo acabou chamando a atenção de Dani que entrou em minha sala imediatamente.

-Peça alguém pra vir limpar isso, e cancele meus compromissos pra hoje, não estou com cabeça pra nada.

- Mas hoje temos a reunião com Maria Amélia, e logo depois tem a estreia do comercial da campanha de Cristina. — Dani disse e flashes da nossa viagem para Goiânia veio à minha mente me deixando ainda mais irritada.

-Desmarque Daniela, eu já pedi. —Ela apenas concordou e se retirou rapidamente.

Levei as mãos no rosto, eu preciso tirar essa garota da minha cabeça, ela não vale nada assim como Bianca.

Esse era outro problema que me assombrava, às vezes me dá vontade de largar tudo e sumir sem deixar rastros. Renato tentava conseguir provas de que Bianca desviava dinheiro da minha empresa, mas até agora nada e o pior que quem sabe tudo que ela apronta é Gizelly e com certeza nessas horas Bianca está a vários passos à nossa frente, Gizelly me enganou o tempo todo, desde o início. Suspirei fundo e peguei minha bolsa, precisava sair daquele escritório, pois tudo me lembrava ela.

Ainda estava morando no apartamento do meu irmão e preciso urgente arrumar um apartamento pra mim, preciso de um lugar que seja só meu. Meu irmão até tenta fazer com que eu me distraia um pouco, mas eu só consigo pensar em uma única pessoa. Cheguei ao apartamento de Tato  e logo me servi um uísque e me joguei no sofá.

-Hey, você não acha que está exagerando no cowboy? — Renato chegou logo em seguida e se jogou no sofá ao meu lado.

-E você não acha que está me enchendo o saco? — Respondi mal humorada e ele balançou a cabeça.

-Eu estou preocupado Rafa, eu nunca te vi assim, nem na época da faculdade você bebia tanto. —Ele colocou a mão em meu joelho e eu o encarei. 

-Eu sou adulta e sei o que estou fazendo. —Respondi levantando e enchendo meu copo de novo.

-Tudo bem, você não é criança, mesmo agindo como se fosse uma. —Renato suspirou e se levantou tamebm. — O papai perguntou de você hoje, já tem semanas que você não aparece lá, liga pra ele pelo menos.

-Ok, Renato, já entendi que eu preciso que você faça uma lista de coisas que eu devo ou não fazer. — Me irritei com meu irmão mesmo sabendo que ele tem razão.

Me joguei na cama e me deixei ser tomada por todas as lembranças que eu tive ao lado de Gizelly, todas as vezes que fizemos amor, pelo menos da minha parte era amor, da parte dela eu já não sei, me lembrei que ela disse que me amava provavelmente era tudo uma farsa, tudo que vivemos foi falso pra ela, abri todas as minhas exceções e agora estou aqui, sem saber que rumo seguir na minha vida. Talvez eu saiba, em algum lugar no fundo da minha alma, que o amor nunca dura e temos que arranjar outros meios de seguir em frente sozinhos. Já se passavam das  oito da noite quando senti meu estômago doer, tinha dias desde minha refeição normal, passava os dias com uísque e um saco de batata que comprei em um supermercado qualquer. Me levantei, tomei um banho demorado, me olhei no espelho e vi como eu estava com uma aparência degradante, mais magra que o normal, olheiras enormes, até minha pele estava bem ressecada. Me vesti e fui pra sala encontrei Tato jantando sozinho na ilha da cozinha, me senti culpada por ter sido grosseira com ele.

A única exceção (Girafa Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora