•Capítulo 24•

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Luise Martins🌻
Terça-feira.
Litoral de Santos.
19:23 PM.

Eu podia sentir a brisa fria bater no meu rosto. Eu sorria sentindo aquilo, aquela sensação...

Me sentei na areia e ajeitei meu boné na minha cabeça. A praia estava calma e tinha poucas pessoas.

Eu não estava mais entendendo minha vida e o rumo que as coisas estavam tomando, estava uma completa loucura a minha cabeça, várias lembranças passavam e era inevitável não lembrar de tudo que passei naquele galpão, eram lembranças dolorosas demais.

Dizem que pra tudo temos uma razão, e isso realmente é verdade. Se eu continuo á lutar e viver, é porquê eu tenho uma razão, e essa razão é os meus filhos. Eles são o energético que me faz levantar todos os dias.
Quando não se tem uma razão para continuar, seja você mesmo a sua própria razão, a sua razão de viver e vencer. Nós temos que ir a luta, temos que reagir, não pelos outros, mas sim por nós mesmos.

Toda vez que eu pensava demais o meu coração acelerava e vinha uma angústia enorme, toda vez era isso. Só tinha uma vontade de chorar enorme e mais nada.

A cada dia eu tento ser forte, eu juro que tento, mas tem dias que são mais difíceis que os outros, e é bem complicado.

Limpei uma lágrima do meu rosto e respirei fundo, eu precisava ser muito forte, tenho que ser forte pela minha família, pois tudo que estamos passando não é nada fácil, tem gente querendo destruir todos nós e não vou deixar isso acontecer, eu tenho que continuar firme por eles.

Senti alguém sentando do meu lado mas continuei olhando pra frente.

— Tá sozinha? — Uma voz masculina falou e eu virei olhando pro homem.

Ele era forte, branco, cheio de tatuagens e com o cabelo um pouco cacheado.

— Sim, estou. Porquê? — Perguntei encarando ele.

— Por nada, só passei e te vi aí com os olhos cheio de lágrimas... Você está bem? — Olhou pra mim preocupado e eu balancei a cabeça.

— Estou sim, só estava pensando.

— Pelo visto os pensamentos não eram um dos melhores. — Falou e deu um sorriso fraco.

— Talvez não. — Suspirei e olhei pra frente. — E você? O que faz por aqui?

— Sempre venho aqui pra pensar um pouco, quando meus pensamentos estão bastante conturbados venho pra cá, tudo isso aqui dá uma acalmada.

— Entendi. Faz tempo que não venho por aqui. — Falei fazendo ele me olhar.

— Porque?

— Muitos trabalhos.

— Já vi que é uma mulher de bastante negócios. — Ele falou e eu ri.

— Sim, bastante. Qual o seu nome mesmo?

— Thonny, mas pode me chamar de Pantera. E o seu?

— Luise.

— Nome bonito. Qual o significado?

— Combatente guerreira, ou então famosa na guerra.

— Bem forte.

— Demais. — Me levantei. — O papo tá ótimo mas tenho que ir. — Rapidamente ele se levantou com o celular tocando.

— Eu também tenho que ir. — Falou olhando pro celular. — Foi muito bom conhecer você, espero encontrar mais vezes com você. Me passa teu contato aí. — Ele esticou o celular pra mim e eu peguei colocando meu número.

— Tá aí, certinho. — Devolvi o celular pra ele.

— Até qualquer dia... — Se aproximou e abriu os braços e eu o abracei. —Espero que você fique melhor. — Ele sussurrou e eu dei um sorriso.

— Pode deixar. — Se soltamos e cada um foi pra um lado.

(…)
22:45 PM.

Me joguei na cama rindo do áudio que o Pantera tinha mandado.

“Sinceramente, que cara burro, aonde já se viu o cara achar que mulher troca de pele durante o ciclo mestrual dela? Eu me segurei pra não rir da cara dele e vim embora, não sabia que as mulheres eram cobras.”

Fiquei rindo até baterem na porta do apartamento que eu estava ficando em Santos. Peguei a arma que estava embaixo da cama e coloquei ela atrás das minhas costas.

Abri a porta e dei de cara com o Xavier. Ele ficou me olhando e eu olhei pra ele.

— Tá fazendo o quê aqui? — Perguntei e ele me encarou sério.

— Vai me convidar pra entrar não?

Suspirei fundo e dei espaço pra ele entrar e ele entrou se sentando no sofá, fechei a porta e guardei a arma na gaveta da sala.

— O que faz aqui Xavier? — Sentei no sofá em frente a ele.

— Vim te buscar, quer morrer mesmo? As coisas não tão fáceis e tu vem bater perna por Santos?

— Não vim bater perna, vim relaxar, longe de toda aquela merda. Quer que eu fique lá pra ti ficar toda vez chateado comigo, só porquê faço as coisas pra proteger você? — Respirei fundo e continuei. — Eu não quero desgastar nossa relação com brigas, então pra não haver brigas prefiro me manter longe.

— Vem comigo, por favor. — Ele falou e eu engoli seco.

— Eu não quero.

— Vem Luise, eu te peço, é pelo teu bem.

— Vou arrumar minhas coisas.

(...)
Quinta-feira.
Heliópolis, São Paulo.
10:23 AM.

— Eu te amo. — Ele me beijou me fazendo rir. —  Vai querer o quê? Gucci ou LV?

— Quero você. — Ele riu e me beijando.

— Cheia das graça né? — Se levantou e pegou o celular dele.

— Maria das graça é? — Ri e ele balançou a cabeça rindo também.

— Tenho que ir. Venho almoçar em casa hein. — Ele falou e saiu.

Suspirei e sorri, em meio a tudo isso eu me sinto completa ao lado dele, dos meus filhos...

Eu amo muito ele, Xavier é o meu porto seguro, ele me fez se sentir viva novamente, ele que me pegou e me salvou. Vou ser eternamente grata por isso.

Me levantei e fui ver meu filho, ele tava dormindo, igual um anjo, fiquei olhando pra ele e uma sensação de felicidade inexplicável tomou conta de mim.

(…)

Thonny Silveira. (Pantera)
35 anos.

 (Pantera)35 anos

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Amor indestrutível 2Onde histórias criam vida. Descubra agora