•Capítulo 17•

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Luise Martins🌻

A vida é feita de escolhas! Se hoje estamos passando por algo, isso é fruto de nossas escolhas somente.

Nossas escolhas nos moldam e traçam nossos destinos, as vezes por uma mínima escolha nossa, o nosso destino é totalmente moldado. Mas já pensou se não tivesse feito aquela escolha? Como nossas vidas estariam agora? Qual caminho teríamos traçado? Tudo isso é uma eterna dúvida.

Já era tarde da noite quando chegamos no local, horas de viajem, parece que saímos de São Paulo até, quando saí do carro vi a escuridão que tava ao redor, não tinha um poste se quer, e além do mais era numa estrada de barro e só mato. Eles foram me arrastando e vi um galpão enorme.

O policial que ia na frente destrancou o grande portão de ferro e foi andando na frente enquanto a gente seguia ele.

O Galpão era vago, e tinha mercadorias por todo o local, eles foram me levando pra um canto onde tinha correntes de ferro presa no chão.

Assim que me puxaram pra me prender junto as correntes, relutei pra não me prenderem, mas logo senti um tapa na minha cara, que chegou a estalar, o tapa veio da Vanessa, essa vagabunda brotou do chão, só pode.

— Não reluta, vai ser bem pior. — Apontou o dedo na minha cara enquanto os dois policiais prendiam meus pés e mãos na corrente.

Fizeram eu ficar sentada no chão enquanto ela olhava tudo com um sorriso de canto.

Ela se agachou bem na minha frente rindo.

— Queria muito chegar aqui e te encher de porrada, mas não vou fazer isso agora, ainda não é a hora, primeiro quero ver quem tu ama agonizando na tua frente e não poder fazer nada. — Falou e se saiu.

Respirei fundo pensando em toda a minha situação, valeu a pena mesmo ter feito certas escolhas?

Não que eu me arrependa, mas minha mente fica me auto sabotando dizendo que tudo seria bem diferente se eu não tivesse feito certas escolhas.

Tento a todo momento pensar em coisas boas, mas não dá, só consigo pensar em vingança...

Na minha mente se passava situações do passado que eu odiava relembrar.

Xavier🐺
3 dias depois...

Haviam se passado exatos 3 dias e não sabemos pra onde levaram a Luísa, já viramos São Paulo de cabeça pra baixo e nada dela.

Falamos com informantes nosso da polícia e eles nem se quer levaram ela pra alguma delegacia, muito menos ela foi vista.

Isso já tava me deixado frustado, fico puto quando algo não sai como quero.

Assim que eu ia bolar um pra fumar, vi a Eloísa abrindo a porta de vidro da sacada com o Gael no colo.

— Desculpa vim te incomodar, mas ele queria porque queria vim aqui contigo. — O filho da mãe logo abriu o sorrisão e esticou os bracinhos.

— De boa pô. — Peguei ele no colo e dei um cheiro nele. — Cadê o Branquinho?

— Ele foi pra Taboão da Serra resolver alguma coisa pro Jefinho, mais tarde ele tá aí. E aliás, tem janta lá embaixo, só esquentar, qualquer coisa que precisar é só chamar, tô lá embaixo com Pistola e Clara. — Concordei e ela saiu fechando a porta e eu sentei com o Gael numa cadeira.

Observei a favela toda, só via as luzes dos porte, o movimento era bem tranquilo.

Fiquei por um tempo brincando com ele alí, até que ele dormiu no meu colo, levei ele até o berço dele e coloquei ele lá, ajeitei ele certinho e me saí pro meu quarto de novo.

Coloquei minha camisa no ombro e peguei meu fuzil e ajeitei nas costas, desci as escadas e as duas e Pistola, tavam jogados nós sofá assistindo uma série.

Assim que parei no último degrau da escada eles olharam pra mim e olhei pra eles.

— Cuidem do Gael, vou ter que sair.

— Uma hora dessas? — Pistola falou se ajeitando a cabeça da Clara no peito dele.

— E agora tem hora pra sair? — Ele suspirou e a voltaram a atenção deles pra televisão. — Não quis ser grosso.

Peguei a chave da moto e fui me saindo, dei partida pra pracinha, que uma hora dessas já tava deserta, afinal já era 01:00 da manhã.

Fui passando devagar pelas ruas pra ver se tava tudo nos conformes.

Cheguei na pracinha, estacionei a moto e logo desci, sentei num banco que tinha e tirei o cigarro do bolso, soprei a fumaça pro alto e fechei os olhos, fiquei marolando alí por um tempo até acabar meu cigarro de maconha.

Tava pensando em altos bagulhos, na minha mulher principalmente, só de pensar no que ela tá passando o peito chega a apertar, tempos depois escutei um choro vindo de trás de mim, fui virando devagar e vi uma mulher de cabeça baixa chorando, não tinha visto ela alí antes.

Fiquei observando ela chorando alí, era morena e loira, mina soluçava até, cheguei perto dela e ela levantou a cabeça me olhando assustada.

— Qual foi mina? Tá chorando porquê? — Perguntei enquanto ela limpava as lágrimas que descia pelo rosto dela.

— Nada não moço.

— A gente não chora por nada, desenrola aí o que é.

— Não quero incomodar, de verdade mesmo.

— Se não quer falar, de boa pô.

— É só uns problemas na minha casa mesmo, nada demais.

— O que se passa? — Ouvi uma notificação chegar em um dos meus dois celulares e vi que é no que me comunicava com os caras.

— Problemas financeiros mesmo, me sinto uma inútil por simplesmente não ter dinheiro pra comprar uns remédios pra minha melhor amiga que tá bem doente. — Ela falou enquanto eu olhava os caras falando que mais uma vez não tinham notícias da Luise, suspirei e olhei pra mina.

— Passa lá na boca da viela 14 amanhã, nós vê esse bagulho. — Guardei meu celular no bolso enquanto ela negava com a cabeça.

— Não precisa não moço.

— Só passa lá mina, se tu quiser uma ajuda. — Dei as costas pra ela deixando ela sozinha lá.

(…)

Amor indestrutível 2Onde histórias criam vida. Descubra agora