•Capítulo 55•

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Luise Martins.🌻
1 mês depois...

Enquanto eu me preparava para comemorar o quarto aniversário do Gael.Era incrível ver como o tempo voava, como nosso pequeno crescia rápido demais diante dos meus olhos.

Enquanto as crianças corriam e riam no jardim, o som de suas vozes alegres enchendo o ar, eu sabia que havia uma tempestade se formando dentro de casa. Uma tensão palpável pairava no ar quando Bruno e Clara se retiraram para um dos quartos, suas vozes em conflito ecoando através das paredes.

Curiosa e preocupada, aproximei-me furtivamente da porta, tentando captar fragmentos das palavras acaloradas que eram trocadas dentro do quarto.

— Você acha que eu não sei? Você acha que eu sou cega? — A voz de Clara soava angustiada,

— Não é nada do que você está pensando, Clara. Eu nunca faria isso com você — a voz de Bruno soava desesperada, quase implorando por compreensão.

Mas as palavras de Bruno foram como uma gota d'água em um oceano de dúvidas, e Clara parecia decidida a não aceitar suas explicações.

— Tudo se encaixa agora, Bruno. O motivo pelo qual você terminou comigo, as desculpas esfarrapadas, as noites fora de casa... Tudo faz sentido agora — a voz de Clara tremia.

Enquanto a discussão continuava, Bruno tentava desesperadamente se explicar, suas palavras carregadas de emoção e sinceridade. Ele negava veementemente qualquer envolvimento em traição, jurando lealdade a Clara.

Mas as palavras de Bruno pareciam cair em ouvidos surdos, enquanto Clara se aferrava à sua dor e desconfiança, incapaz de aceitar qualquer coisa que não fosse a narrativa dolorosa que ela construíra em sua mente.

E assim, diante do turbilhão de emoções e acusações, eu me vi testemunhando o colapso de um relacionamento que eu pensava ser indestrutível, uma história de amor dilacerada por segredos e desconfianças. E no final, restava apenas o eco vazio das palavras não ditas e das verdades não reveladas, deixando-nos todos em um mar de incertezas.

...

Após a festa do Gael, onde a animação das crianças ainda ecoava pela casa, eu me acomodei no sofá ao lado de Xavier. Observamos o ambiente, ambos imersos em pensamentos sobre as batalhas que enfrentamos diariamente.

— Luise, parece que as coisas estão finalmente se acalmando um pouco nas nossas vidas, não é? — Xavier iniciou a conversa com uma voz calma, mas determinada.

Assenti com um suspiro de alívio, sentindo o peso do cansaço e da tensão diminuir gradativamente.

— Sim, finalmente. Mas ainda há muito trabalho a ser feito. Não podemos nos dar ao luxo de baixar a guarda agora — respondi, minha voz refletindo a seriedade da situação.

Xavier concordou, sua expressão séria refletindo a responsabilidade que ambos carregávamos em nossos ombros.

— Você está certa. A guerra pode estar se amenizando, mas ainda enfrentamos muitos desafios pela frente. Precisamos continuar vigilantes — ele concordou, sua voz firme e determinada.

Enquanto conversávamos, o peso do mundo parecia menos opressor, substituído pela sensação reconfortante de compartilhar nossas preocupações e planos para o futuro.

— Luise, eu queria te agradecer por tudo o que você tem feito — disse Xavier, sua voz carregada de sinceridade. — Você tem sido uma líder incrível, e eu não poderia pedir por uma parceira melhor nessa jornada.

Um sorriso terno se formou em meus lábios, tocada pela gentileza de suas palavras.

— Obrigada, Xavier. Você também tem sido uma peça fundamental em tudo isso. Juntos, somos mais fortes — respondi, expressando minha gratidão e reconhecimento.

Enquanto conversávamos sobre os desafios que enfrentávamos em nossas vidas profissionais, não pude deixar de notar um lampejo de curiosidade em relação à nossa vida amorosa. Afinal, Xavier e eu já havíamos compartilhado um vínculo mais profundo no passado, quando éramos casados e enfrentávamos juntos os altos e baixos da vida.

— E quanto à sua vida amorosa, Luise? — perguntou Xavier, sua voz suavizando com uma curiosidade genuína. — Você já pensou em encontrar alguém para dividir sua vida novamente?

Senti um nó se formar em minha garganta ao pensar em todos os altos e baixos que vivemos juntos, a felicidade que compartilhamos e as dificuldades que enfrentamos. Mas, apesar de tudo, eu sabia que nossa história ainda tinha um lugar especial em meu coração.

— Bem, a verdade é que minha vida amorosa tem sido um tanto quanto tumultuada ultimamente — admiti, pensando nos altos e baixos que vivi desde o divórcio. — Mas acho que no momento estou focada em outras coisas, em fazer o que é melhor para mim, para o Gael e Ayume.

Xavier assentiu compreensivamente, sua expressão refletindo uma mistura de empatia e compreensão.

— Eu entendo completamente. Às vezes, é difícil encontrar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, especialmente quando estamos tão imersos em nossas responsabilidades — concordou ele, sua voz calma e reconfortante.

Enquanto discutíamos nossos próprios dilemas amorosos, uma sensação de familiaridade e conexão crescia entre nós, alimentada pela esperança de que talvez, um dia, pudéssemos encontrar a felicidade juntos novamente, ou talvez até descobrir que nossa felicidade estava em caminhos separados.

— E quanto a você, Xavier? — perguntei, decidindo abrir meu coração um pouco mais. — Já pensou em dar uma chance ao amor novamente?

Ele sorriu, um brilho de nostalgia em seus olhos quando ele pensou nas possibilidades que o futuro poderia trazer.

— Talvez um dia. Mas por enquanto, estou contente em ter você ao meu lado, Luise. Você sempre foi uma luz brilhante em minha vida, e eu não trocaria isso por nada — respondeu ele, seus olhos encontrando os meus com uma sinceridade comovente.

Dou um sorriso de canto e assinto com a cabeça.

(...)

Amor indestrutível 2Onde histórias criam vida. Descubra agora