•Capítulo 31•

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Luise Martins🌻

Com o susto dos tiros eu caí no chão, abri os olhos e os tiros não foram em mim.

Olhei pra onde todos estavam olhando e com as armas apontadas, Pantera vinha que nem um animal até sua presa, o ódio no rosto dele era visível, ele vinha com uma Ak na mão e atrás dele vinha uma tropa de homens fortemente armados.

Eu sabia sim que ele era do meio porque ele já tinha me contado, mas não sabia que ele era líder do TCP, do alto escalão...

— QUAL FOI XAVIER? — Gritou vindo na nossa direção, ajeitou a arma, chegou perto e me ajudou a mim levantar. — É sério isso? Sério que tu ia atirar na tua mulher? Tu ia matar ela aqui na frente de geral? Sem antes ter a reunião com a Cúpula? Sem ao menos tu dá o direito dela de defesa?

O Xavier olhou pra ele furioso e só não veio pra cima dele porque a Hanna segurou ele.

— Tu não se mete! — Apontou o dedo na cara do Pantera.

— Eu vou me meter sim, até porquê tu tá acusando a tua mulher de um bagulho sério, e tá me acusando nessa porra. Tu acha que eu vou ficar calado? Cadê a porra das provas que mostram que somos amantes e que nós estamos por trás disso tudo. — Peitou o Xavier. — Bora, eu quero as provas aqui na minha frente, eu quero ver. Jacaré, liga pros cara da Cúpula do PCC e informa pra eles o que tá acontecendo aqui e manda eles vir o mais rápido possível. — Falou pro Jacaré que concordou e saiu.

— É as provas que tu quer? — Xavier falou e Pantera assentiu. — Pega lá Pivete. — O pivete saiu pra pegar as tais provas.

— Não se preocupa, ele não vai fazer nada contigo. — Pantera falou baixinho no meu ouvido e concordei.

E aqui dentro desse galpão, eu tô vendo o nosso “Amor Indestrutível” se destruindo em pedacinhos.

Eu não sou indestrutível como eu imaginei que o nosso amor era. Hoje eu tenho a certeza de que eu cheguei ao meu limite, tudo se esgotou hoje.

É como dizem, o amor pode te levar ao céu e ao inferno em questão de segundos, é realmente verdade, ele me levou ao céu, e agora tá me arrastando pelo inferno.

Como fui amar ele demais?

Me sinto sem chão, e me sinto a pessoa mais otária do mundo por ter perdoado ele e voltado. Eu deveria ter ouvido quando as pessoas falaram pra mim que eu ia quebrar a cara voltando com ele, mas eu fui burra, deixei o amor falar mais alto. Fui pelo coração, e não pela razão.

— Tá aqui. — Pivete entregou um envelope pro Xavier que logo entregou nas mãos do Pantera.

— O que tá acontecendo aqui Xavier? Irmão, o que você tava prestes a fazer sem antes chamar a cúpula? — Fumaça chegou falando.

— Eu encontrei a X9 que tava armando tudo isso, e também quem estava junto com ela. — Xavier apontou pra mim e pro Pantera, Fumaça me olhou com cara de preocupado, Pantera abriu o envelope e foi olhando um papel.

— Xavier, pra acusar tem que ter provas... — Fumaça falou perto dele.

— E eu tenho.

Escutei a maior falação atrás de mim e vi Jefinho vindo com a tropa dele e falando com alguém no celular.

— Tá bom, não se preocupa não. — Ele desligou ficando do meu lado e olhando pra mim. — O que houve?

— Esse moço aí que se chama Xavier, tá acusando eu e Pantera de sermos amantes e que estamos armando tudo que tá acontecendo. — Jefinho olhou pra ele e balançou a cabeça. — E tem mais, vocês dois sabiam que ele iria me matar aqui ainda agora, sem a cúpula saber? — Falei pro Fumaça e Jefinho que logo encararam ele putos.

— Tu tem merda na cabeça é caralho?! — Jefinho falou alto com ele.

— Ele estava prestes a me matar aqui na frente de todo mundo, apontou até a arma na minha cabeça, só não atirou porquê alguém deu dois tiros pra cima aí. — Falei e os dois balançaram a cabeça em negação.

— Foi eu... — Pantera falou baixinho olhando os papéis.

— Xavier, eu não acredito numa coisas dessa não cara, que merda tu ia fazer? Tu ia matar a tua mulher, a que tu é casado, mãe dos teus filhos, a mulher que tu diz amar, ia matar ela a sangue frio na frente de todo mundo? — Fumaça falou.

— Não, eu não iria matar ela.

— Ia sim... Você ia. — Falei pra ele de forma séria.

— Vamos todos pra salinha resolver isso imediatamente.— Fumaça falou e foi nos guiando até uma porta, assim que entrei pude ver uma mesa grande de vidro com várias cadeiras.

Xavier se sentou numa ponta, Fumaça do lado esquerdo dele e Jefinho no direito. Enquanto eu e Pantera ficamos em pé na outra ponta.

Assim que Hanna ia entrar Jefinho impediu ela.

— Não, você não vai entrar aqui, é reunião da Cúpula. — Jefinho falou fazendo ela sair fechando a porta.

— Cadê as provas? Queremos ver Xavier, esse é um assunto bem delicado. — Fumaça falou.

— Tá aqui comigo, só tô terminando de ver umas últimas coisas aqui, já te passo. Vem cá. — Ele me chamou pra mais perto e foi tirando vários papéis e fotos nossa juntos na praia, no sushi, no bar, no shopping... — Aqui tem vários dados bancários teus onde fazem transferências grandes pra umas contas estrangeiras, e pelo que vi, eles procuraram saber de quem eram essas contas, e uma dessas contas bateu que o dono era de um dos caras que eles mataram aqui no dia de um confronto, e essas uma das provas. — Ele ia me mostrando os papéis e explicando.

Olhei pro Xavier e ele me encarava friamente e sério. Os meninos estavam no celular conversando com alguém.

— Mas eu não fiz nenhuma dessas transferências.

— Muito menos eu invadi aqui semana passada. Aqui tem uma foto que tão dizendo ser eu no dia que roubaram umas drogas, pelo simples fato da tatuagem da mão do cara ser igual a minha. Fora que só porquê o código de uma das armas que foram usadas pra atacar aqui, bate com as dos meus homens e as do cartel que tu comanda. E depois alguém descobriu que a gente se conhecia e juntou essas nossas fotos. — Tinha muita coisa lá encima da mesa, tinha até os minutos de ligação nossa.

— Caralho, mas que merda é essa? Armaram direitinho pra cima da gente. — Falei vendo as provas e logo dei elas pro Jefinho e Fumaça verem.

Eles ficaram analisando papel por papel...

— Não vai dar em muita coisa não, essas provas que ele apresentou não são tão concretas assim. Fora que eles tem que ouvir nossa versão. — Pantera falou baixinho.

(…)

Amor indestrutível 2Onde histórias criam vida. Descubra agora