•Capítulo 52•

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Xavier☠️

Dou um soco na parede tentando esvaziar toda aquela raiva, a sensação de ser um merda, e de insuficiência predominar no meu peito. Olho ao redor do quarto e me sento na beirada da cama respirando fundo pra não surtar, mais do quê já estava surtando.

Depois de um longo tempo, finalmente pude perceber que as coisas não faziam sentido sem ela aqui. Vacilei muito e sei que não mereço o perdão dela, mas reconheço que houve erros de ambos os lados. Se um dia vamos ficar juntos, só o destino sabe. O perdão é um processo que leva tempo, e é normal cometer erros em um relacionamento. Sei que é importante refletir sobre os erros cometidos e estar disposto a aprender com eles. O perdão pode ser uma possibilidade, mas requer esforço e compreensão mútua.

Eu sei que o perdão não significa esquecer ou aceitar comportamentos prejudiciais que ela teve comigo, mas sim seguir em frente com maturidade e aprendizado. Se eu sentir que é importante expressar esses sentimentos a ela, farei isso com sinceridade e abertura para o diálogo.

Depois de algum tempo perdido em meus pensamentos, levanto a cabeça vendo a Hanna na porta me encarando e fito ela por alguns segundos e abro a boca pra falar com ela.

— Senta aqui, precisamos conversar. — Bato devagar ao meu lado na cama. Observo ela por completo e meu olho logo se fixa em sua barriga que já estava bem grande, ela já estava na reta final do segundo semestre.

— O que foi? — Sinto ela sentar ao meu lado e fixo o meu olhar na parede a minha frente.

— Eu vou assumir toda a responsabilidade com a criança, vou ser presente, tudo, vou tentar ser o melhor pai possível, só que nós dois não dá mais... — Logo ela me corta fazendo eu desviar o meu olhar pra ela.

— Porquê não? É ela? — Pergunta com os olhos cheios de curiosidade e eu balanço a cabeça negativamente.

— Não é ela, só que não me vejo mais em um relacionamento. Quero viver livre, sem toda essa pressão de relacionamento.

— Entendi. Depois de tudo vai mesmo me deixar? — Fixo meu olhar no dela e respiro fundo antes de responder a mesma.

— Tudo que a gente viveu foi maneiro, mas na real, na sinceridade... — Penso bem antes de falar e solto. — A gente gostava muito um do outro, houve paixão, mas não houve amor, não da minha parte. Amar verdadeiramente eu só amei uma vez, de resto foi só paixões passageiras.

— Eu fui usada?! Viu que não sirvo mais, me descarta sem mais e nem menos? — Falava indignada sem acreditar nas minhas palavras.

— Se for pra pôr bagulho de quem usou quem, fica num nível equilibrado pô. Os dois se usaram, os dois viveram felizes enquanto durou ao lado um do outro, mas acabou. Quer continuar com alguém que não te ama? Eu tô sendo limpo e sincero contigo, não quero mentir, te enganar, pra depois tu criar esperança, eu tô te mandando a real logo agora. Quero que essa criança cresça em um ambiente saudável e sem mentiras. — Termino de falar olhando pra ela que estava intacta raciocinando tudo que eu acabava de falar pra mesma.

— Obrigada Pedro, por pelo menos uma vez na vida você ser sincero, e você tá certo. Nossa relação vai ser apenas pelo nosso filho. — Vejo a mesma se levantar e trocar passos indo na direção da porta, assim que estava prestes a sair, vejo quando a mesma vira seu corpo na minha direção. — E antes de sair, deixa a chave reserva da casa em cima da mesa.

— Jae. — Falo pegando meu celular que estava na cama e guardo em meu bolso, me levanto e vou saindo do quarto, pego a chave reserva deixando em cima da mesinha e troco passos rápidos saindo da casa da mesma.

...

Pego a Ayume no colo esboçando um sorriso no meu rosto e começo a falar com ela.

— Oi amor do papai, hoje fiz várias fitas, passei em uma loja de brinquedos e vi um carro rosa da Barbie, sei que não vai usar agora, mas já comprei pra quando você crescer desfilar na nave da Barbie pela quebrada. — Dou um sorriso falando e passo o dedo da bochecha dela que me olhava atentamente enquanto eu falava com ela.

Cada dia que se passava ela estava a minha cara, literalmente minha cópia.

Pelo menos a nossa filha eu fiz bem com a Luise.

— Onde vou colocar esse carro da Barbie cara? — Escuto a voz da Luise descendo as escadas e olho pra mesma que estava todo desarrumada. — Essa casa já tá lotada de brinquedos do Gael, fora os brinquedos de criança de mais de 2 anos que você compra pra Ayume sendo que ela nem vai usar agora. — Vai disparando as palavras em uma velocidade rápida e engraçada.

— Sempre tem um jeitinho, coloca no teu quarto, um dia ela usa. Ela vai crescer, não vai permanecer pequena pra sempre. — Falo rindo e desvio meu olhar pra Ayume que continuava a me encarar.

— Pendura esse carro rosa na sua cabeça e sai desfilando até ela crescer então querido. — Fala debochada e vai até a cozinha.

Após alguns minutos brincando com a minha filha, vejo a Luise sair da cozinha apressada e vim na minha direção com o celular no ouvido.

— Tá bom, daqui a pouquinho estou chegando aí. — Ela termina de falar no celular e me olha sorrindo
— A filha do Bruno tá nascendo nesse exato momento, parabéns vovô! — Ela fala e aquilo me faz transbordar de felicidade, mas não demonstro e fecho a cara.

— Sou titio, vovô não, me faz sentir velho. — Falo e dou um sorriso de canto.

— Ô bobeira, tá pensando o que? Que tá novinho? Tá quase na casa dos 50.

— Aí tu tá de sacanagem, não é possível. — Falo rindo e ajeito a Ayume no meu colo.

(...)

Amor indestrutível 2Onde histórias criam vida. Descubra agora