•Capítulo 14•

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Luise Martins 🌻

— Vamo assistir alguma coisa? Vou colocar e alguma coisa pra nós assistir. — Bruno falou e ligou a televisão, e assim que ele ligou a minha foto apareceu.

No momento todos ficamos estáticos olhando o que se passava.

— Ela é uma advogada bastante conhecida, ex dona de um dos maiores escritórios de advocacia do Brasil, mas infelizmente tá no alto escalão do primeiro comando. As nossas investigações indicam que ela é a primeira dama da cúpula, e com isso ela se torna uma cunhada pra todos lá dentro, além do mais foi a Luise que saiu em defesa do Nathan, o NV, quando ele foi preso a alguns anos atrás, ou seja, o envolvimento dela já vem de muito tempo, e agora comprovamos que ela está no topo da hierarquia, não vamos parar até prender todos do topo da hierarquia deles. — Um polícial da federal dava entrevista pro Datena.

— Delegado, então ela é uma das envolvidas no meio disso tudo também? — O delegado assentiu. —Mulher bonita até, mas se envolveu com bandido, e até da facção ela é, a operação tá pegando fogo mesmo, logo logo teremos todos eles na gaiola. — Clara imediatamente fechou a televisão grande a nossa frente.

O silêncio se fez presente por uns segundos, eu já esperava que minha imagem ia sair a qualquer momento na mídia e logo me associarem a facção, mas não tão rápido assim.

— Eu já esperava. — Suspirei e dei o Gael pro Pedro e me levantei.

— Tenho certeza que você não imaginava que ia sair tão rápido, não é? — Eloísa falou e concordei.

— Agora é eu se acostumar a ser "foragida". Mas tá tudo bem, uma hora ou outra isso iria acontecer mesmo, não tem muito o que possa se fazer. — Fui pra cozinha preparar a merenda pro Gael deixando eles lá na sala falando.

Fui cortar em pedacinhos algumas frutas que ele ama, quando senti duas pessoas chegarem na cozinha e se sentarem na mini bancada.

— Tá tudo bem Luise? — Clara perguntou, e me virei na direção delas.

— Tá sim, porquê não estaria?

— Talvez porque tu acabou de ser exposta em rede nacional, como uma bandida?! — Foi a vez da Eloísa falar.

— Um pouco disso também, mas assim, é foda sabe? Anos de carreira foi por água a baixo, é frustante demais, mas foi isso que escolhi pra minha vida, escolhas geram consequências, e essa foi a minha consequência. — Falei pras duas que olhavam atentamente pra mim.

— Se arrepende de ter feito tudo isso? Ou não? — Clara perguntou e neguei imediatamente.

— Não me arrependo de nada, se eu não seguisse o caminho que segui, eu não estaria aqui hoje, muitas das vezes as coisas ruins acontecem pra que dê lugar as boas. Então, tudo tem um propósito, eu penso assim. Mas me arrepender, não me arrependo de nada.

— Entendi. — As duas falaram juntas e eu sorri.

— Mas vem cá Clara, como se sente tendo uma vidinha dentro de ti? — A Eloísa perguntou e Clara deu de ombros.

— Acho que a ficha ainda não caiu completamente, mas tô sentindo um misto de sentimentos, saber que tem outra vida dentro de mim chega ser assustador, mas com o tempo eu acostumo. — Ela falou e dei um sorriso pra ela.

1 semana depois...

O meu coração apertava como nunca, os barulhos dos tiros eram altos e parecia que cada vez se aproximavam mais.

Eloísa abraçava a Clara e fazia carinho no cabelo da mesma, enquanto eu balançava o Gael no meu colo, e lá estávamos nós no meio de mais uma invasão, só que dessa vez parecia bem intensa, já faziam 3 horas de puro conflito, durante todo esse tempo ficamos no meu quarto, se ouvia muitos tiros na parte de baixo da favela, mas agora eles tão chegando cada vez mais perto.

— A GENTE TEM QUE LEVAR VOCÊS O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL DAQUI, VAMO! — Jacaré falou abrindo a porta junto com o Pivete.

— Vamo! — Pivete falou e foi guiando a gente seja lá por onde.

Eu segurava o Gael o mais forte possível, meu medo era eu cair com ele no colo e dar merda.

Eles fizeram sinal pra gente parar e se encostar numa parede que dava pra se esconder.

A gente viu quando um grupo de policiais da rota subiram e ficamos todos alí escondidos, assim que os meninos deram sinal pra gente ir, a gente foi.

Entramos em um viela, e foi questão de segundos pra se ouvir um tiro na nossa direção, e o grito do Gael pelo barulho do tiro.

O tiro acertou o ombro do Pivete, mas mesmo assim ele atirou no polícial e continuamos andando.

Eles abriram a porta de uma casa e entramos, Eloísa veio na minha direção pegando o Gael do meu colo e sentando com ele numa cadeira que tinha, aliás era a única que tinha, e o resto era tudo vago.

— Xavier tava certo quando falou que eles iam vim de novo. — Pivete falou ofegante.

— Mas eles vieram muito mais forte, a Rota tá com eles. — Jacaré falou ajeitando o fuzil dele.

— Eles tão com o caveirão. — NV entrou e logo fechou a porta. — Vocês tem que meter o pé da favela o mais rápido possível, tudo se intensificou. Eles tão atrás da gente, querem a nossa cabeça. — Me encarou e me puxou pra outro cômodo que era praticamente um quarto vazio.

— O que foi? — Perguntei.

— Cuida delas pra mim, por favor. — Ele me entregou um cordão que tinha um medalhão com dois B dentro, Brenda e Bianca...

— Negativo, você vai cuidar delas. — Falei querendo devolver o cordão, mas ele recusou.

— Promete pra mim, por favor. — Assenti com a cabeça e ele deu um sorriso.

— Prometo, mas por favor, esteja aqui pra ver o crescimento da Bia. — Dei um abraço nele que logo retribuiu.

— Tu é uma pessoa incrível Luise, cuide de todos por mim. — Ele deu um sorriso e voltamos pra sala. — A gente tem que sair o mais rápido possível de Heliópolis, mas tem um problema.

— Qual? — Clara perguntou.

— Todas as saídas tão sendo monitoradas pelos polícia.

(…)

Amor indestrutível 2Onde histórias criam vida. Descubra agora