•Capítulo 16•

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Brenda Ferreira 💄

Dor...

É isso que eu tô sentindo nesse momento, muita dor, é um vazio inexplicável que sinto.

É como se ele tivesse levado uma parte de mim com ele, apesar de o mundo está desmoronando sobre minha cabeça, eu preciso ser forte pelos nossos filhos.

É como se tudo que tivesse acontecendo fosse um sonho muito louco.

— Alguém quer falar alguma coisa? — O pastor perguntou e todos ficaram quietos, eu levantei a mão e ele balançou a cabeça pra que eu começasse a falar.

— O NV foi um cara incrível, tanto dentro de casa comigo e com nossa filha, e também era com os de fora. Sempre exalou humildade por onde passava, e tinha uma energia surreal que encantava a todos. Vocês tem que aproveitar cada segundo com a pessoa que vocês amam, digam que amam, digam tudo o que vocês tem pra dizer, a vida leva as pessoas da nossa vida num passe de mágica, aproveitem o hoje. — Falei e logo todos bateram palmas.

Em seguida os coveiros jogaram barro por cima do caixão.

Alí foi minha despedida com o cara que eu mais amei e amo em toda minha vida.

Saí de lá e fui caminhar, a Bianca eu tinha deixado com uma menina que sempre cuidava dela.

Por onde passava via família felizes, casais felizes...

Na minha cabeça se passava todos os nossos momentos juntos, veio as noites em que falávamos sobre planos, tantos planos... E o que mais dói em mim é saber que não vamos realizar nenhum.

Mataram ele, e isso feriu a minha alma, uma ferida dolorosa demais.

Sabe aquele momento em que a gente pensa em jogar tudo pro ar e sumir no mundo?

É esse sentimento que tô sentindo, mas afasto tudo isso por causa das minhas crias.

É deles que tenho que fazer a minha motivação.

Quando você é mãe, você para de pensar só em você, você começa a pensar por dois ou três, a gente que é mãe coloca nossos filhos acima de qualquer coisa, acima até de nós mesmas.

Quando se tem um filho ou filha, a gente só pensa no bem estar dele ou dela, quando penso em fazer qualquer besteira, são nos meus filhos que penso.

Luise Martins🌻

Tem coisas na vida que não entendemos, e muita das vezes nem entenderemos.

Quando vi ele morrer na minha frente nos braços da Brenda, tudo foi como se estivessem em câmera lenta.

Tudo foi passando de forma que não deu tempo de raciocinar, a ficha só caiu quando ele foi enterrado.

Parece que uma parte boa e importante da minha vida foi arrancada, é uma sensação completamente esquisita, tudo bem esquisito.

Sentei na minha cama e abaixei a cabeça lembrando de todos os momentos que passei com ele, lembrei de todas as risadas, de tudo.

Xavier parou na minha frente e se agachou pegando nas minhas mãos.

— Eu sei o quanto tá difícil, tá difícil pra todos nós, eu perdi o meu irmão de fé, e essa porra tá doendo pra caralho, e sei que deve tá doendo muito em ti também. Mas tudo vai dar certo pra nós, tudo vai se resolver e vamos passar por isso juntos. Eu tenho que ir rapidão na boca, tenho que dar uma assistência pras famílias dos menor. — Limpou meu rosto e se levantou.

— Vamos passar sim, vai lá. — Ele assentiu e beijou minha testa.

— Eu te amo.

— Eu amo muito você. — Falei e ele saiu.

(…)
16:45 PM

Acordei assustada com os foguetes que tinham sido soltos.

Me levantei e calcei minhas havaianas, fui pro quarto do Gael, o mesmo quando cheguei lá tava nos braços da Clara.

— Cadê os meninos? — Perguntei pra ela enquanto fazia um coque frouxo e me sentava no mini sofá que tinha alí tentando raciocinar tudo ao meu redor.

— Eles saíram junto com o Xavier. — Ela pegou e deu a mamadeira pra ele.

— Aí meu pai, que não aconteça nada com nenhum deles.

— Posso te falar uma coisa? — Ela perguntou e eu assenti. — Eu tô com medo, é uma sensação de angústia que tô, não sei explicar. — Assim que ela acabou de falar ouvimos um barulho muito alto vindo lá de baixo.

— Fica aí. — Assim que eu ia pra sair do quarto pra pegar alguma arma vejo um monte de gente de preto invadindo minha casa e um monte de armas apontadas na minha direção.

Quando vi quem eles eram o meu corpo todo travou.

Acabou tudo, eram os policiais.

— MÃOS NA CABEÇA E FICA PARADA AÍ. — Ouvi a voz de uma mulher e fiz o que ela pediu. — Tua casa caiu Luise, tu tá presa. — Ela veio na minha direção e puxou meus braços com força pra frente e me algemou.

Olhei pra trás e vi a Clara com lágrimas nos olhos e com com o Gael no colo.

Ela saiu me arrastando enquanto os outros se espalhavam pela casa.

O tiroteio já não tava com tanta intensidade, assim que pisei calçada vi que a rua estava cheio deles.

Ela foi me levando em direção a uma viatura, mas parou e pegou o radinho dela.

— Pode recuar, uma dos que eu queria já tenho em mãos. — Falou enquanto olhava pra mim e no final deu um sorriso.

— Tá bom, Doutora Vanessa. — Um cara falou do outro lado e logo caiu a ficha que ela é a irmã da Carol.

Ela continou me arrastando, e senti minhas costas arderem como se alguém tivesse me olhando, e quando olhei pra trás eu vi o Xavier de longe me olhando.

Olhei pra frente e uma lágrima escorreu.

— Agora tu vai conhecer o inferno. — A tal Vanessa falou e me jogou dentro da viatura.

(…)

Amor indestrutível 2Onde histórias criam vida. Descubra agora