•Capítulo 12•

2.2K 177 65
                                    

Pistola👻

— Preciso falar contigo urgente. — A Clara chegou toda ofegante na boca onde tava eu e os cara trocando uma idéia.

Levei ela até um lugar afastado e observei ela.

— O que foi? E o quê tu tá fazendo aqui? — Falei me encostando no porte do beco.

— Precisava falar contigo. Eu juro que não foi proposital, eu não queria isso, juro que não queria, não sei o que faço. — Olhei bem nos olhos delas e vi as lágrimas descendo no rosto dela.

— O quê tu fez garota? — Já ajeitei a postura.

— Eu tô grávida. — Engoli seco e na hora que eu ia abrir a boca pra falar, ouvi os fogos serem lançados no céu.

Começou uma invasão...

Já vi o grande movimento dos caras encima das lajes e ajeitei o meu fuzil mirando pra frente e puxei a Clara pela mão.

Ia correndo pelas vielas tentando não dar de cara com a polícia, assim que ia meter a cara pra sair num beco, a Clara me puxou pra trás e apontando pra uma casa que a janela tava entre aberta.

Abri ela devagar e mirei pra dentro da casa e tava tudo limpo, nem sinal de alguém, ajudei a Clara entrar e em seguida entrei fechando a janela.

Olhei pra ela e vi ela inquieta andando pra lá e pra cá, observei a casa e tinha uma mesa com duas cadeiras e um sofá encostado na parede e eu ajeitei o fuzil nas costas.

— Tu tá com teu celular aí?

— Tô sim.

— Beleza então, não saí daqui por nada, não saí até eu voltar, qualquer coisa me liga. E pega isso aqui. — Entreguei uma glock pra ela.— Se alguém tentar algo contra tu, tu mete a bala. — Ela assentiu e assim que eu ia sair ela pegou no meu braço me virando pra ela e em seguida me abraçando.

— Toma cuidado, por favor. — Sussurrou contra o meu peito e senti a minha camisa molhando.

— Eu vou sim. Agora tenho que ir. E se cuida. — Me soltei dela ajeitando o fuzil e saindo da casa pela janela.

Os barulhos de tiro não parava nem sequer por um segundo.

Na mente martelava que eu ia ter um filho ou filha, não é possível mano, não queria ter um agora nesse momento da minha vida. Aliás nem sei se queria ter um.

Porra!

Fui pra cima de uma laje e vi quando um policial ia atirar pelas costas de um menor, mas fui mais rápido mirando na cabeça dele e atirando, logo caiu no chão.

Fui correndo de laje em laje, e quando  ia passar pra outra eu vi uma movimentação em um beco e fiquei observando de longe o que era, quando vi quem era arregalei os olhos.

Carol tava estancando o sangue da perna de outra polícial.

Mirei bem na cabeça dela e quando fui apertar o gatilho ouvi passos pesados e quando olhei rapidamente pra baixo vi uns 5 policial, me escondi bem e quando vi que eles já tinham passado fui olhar pra onde a Carol tava, mas quando olhei elas não tavam mais lá.

Suspirei puto e vi um policial passar no beco com outro mais atrás, atirei no meio da festa dele que logo caiu igual uma banana enquanto o outro se escondeu atrás de um muro enquanto eu me agachei e fui passando pra outra laje onde dava pra ver perfeitamente quem tava atrás do muro, mirei e atirei, mas mesmo assim o filho da puta quase me acerta.

Dei dois tiros na testa dele que caiu se encostando no muro.

Uns 30 minutos depois de muita trocação, ouvi os fogos anunciando o fim da invasão.

Me sentei no chão de uma laje tentando recuperar o fôlego, fiquei uns minutos assim até que me lembrei da Clara.

Desci da laje e fui andando, pelo meio do caminho vi vários cana morto, alguns moleque ajudavam outros que tavam feridos colocando encima das motos e levando pro postinho daqui.

Bati na janela e ela abriu a porta e em seguida eu entrei.

— Vem cá, como tu conseguiu abrir a porta se ela tava fechada? — Falei sentando no sofá do lado dela.

— Procurei pela casa e achei. — Falou e deu uma fungada, olhei pra ela rapidamente e vi os olhos claros dela cheio de lágrimas.

— O que foi gatinha?

— Eu tive muito medo de ti perder, muito mesmo. — Falou a última parte mais baixa e puxei ela pra um abraço.

— Eu tô aqui, relaxa. — Fiquei alisando os cabelos curtos dela por um bom tempo.

— O que a gente vai fazer em relação a isso? — Se separou apontando pra barriga e suspirei.

— Não sei ainda, mas não vou te deixar na mão, nenhum dos dois, prometo. — Dei um beijo na cabeça dela.

(...)

— Era as duas que tavam aqui hoje, essa tal Vanessa tava sangrando enquanto a Carol estancava o sangue, mas foi rápido, quando olhei não vi mais elas. — A gente tava tudo reunido na boca principal discutindo sobre o que ocorreu.

— O que aconteceu foi o seguinte, essa operação que fizeram hoje, eles já vinham em mente a um pouco atrás de tempo, só tavam esperando o juiz assinar, e hoje mais cedo o juiz assinou e eles vieram. — Jefinho falava com uma cara nada boa, nunca tinha visto ele assim, apesar de tudo ele sempre tava com uma cara tranquila.

— A gente tem que reforçar mais, porquê tudo indica, que ainda essa semana eles vão invadir mais uma vez, eles vão pensar que por causa do confronto de hoje estamos fraco, mais é aí que eles se enganam. — Meu pai falou.

(…)

Amor indestrutível 2Onde histórias criam vida. Descubra agora