•Capítulo 41•

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Xavier🐺

— Ei, fica acordada, por favor. — Falei desesperado e olhei pra eles. — Se vocês querem eu, me levem, façam o que quiser comigo, mais me deixem levar ela no posto, por favor.

— Ela vai morrer aí, nos teus braços e nós vamos ficar vendo aqui até ela morrer. — Uma voz feminina falou e eu não fazia ideia de quem era.

Olhei pra ela que respirava fraco, olhei pro beco e vi o Pivete com mais quatro menor, ele balançou a cabeça pra mim e eu confirmei.

Foi questão de segundos pro Pivete junto com os outros atirarem na direção do pessoal e eles se esconderem ficando na defesa enquanto os moleque atirava.

Ajeitei a arma nas costas e peguei a Hanna nos braços e fui até o beco que tava bem próximo.

Fui levando ela até onde tava o carro, logo avistei os caras enquanto os menor tava numa trocação intensa.

— Vocês sabem muito bem pra onde levar ela, caso eu não puder ir, manda a minha mãe. — Falei colocando ela dentro do carro.

— Entendido irmão. — Um dos cara falou e eu me afastei do carro, ele arrancou com tudo levando ela.

Ajeitei a arma e fui andando pelos becos e vielas.

Algo me falava que Luise estava aqui. E eu iria pegar essa traíra hoje.

Eu não sentia mais nada por ela, única coisa que eu sentia era mágoa dela e de tudo que ela vem fazendo.

Tenho certeza que foi ela que atirou na Hanna, o jeito que a pessoa atirou era idêntica a dela. A postura era a mesma...

Eu vou ser pai, de novo, e isso é louco demais, não tava nos meus planos ter um filho com a Hanna.

Nos meus planos de meses atrás, era a Luise que ia ter filhos comigo, íamos ser felizes e viver nossa vida juntos, mas como sempre a vida pregando peças na gente.

Essa criança é a luz que tô precisando pra iluminar meus dias escuros.

Entrei num beco e vi um deles de costas andando, apertei o gatilho derrubando ele alí mesmo.

Me virei pra sair daquele lugar, mas quando eu fui sair me deu um aperto enorme no coração, meu coração começou a acelerar.

Me bateu uma curiosidade enorme pra ver quem era aquele que eu tinha derrubado.

Quando me aproximei dele e tirei a touca ninja daquela pessoa, o desespero tomou conta de mim e eu não sabia o que fazer ou como reagir.

Eu tinha derrubado meu filho!

Sacudi ele e nada dele acordar.

— Caralho Bruno, o quê tu tá fazendo aqui? Porquê tá fazendo isso comigo? — Falei com meus olhos marejados.

Senti quando atiraram no meu ombro e me joguei pra de trás de um poste.

Atirei na direção de dois deles e eles atiraram de volta, me escondi atrás de um poste.

Olhei pro corpo do Bruno caído ali e me levantei devagar correndo pra dentro de um outro beco.

Enquanto eu corria pra um acesso que dava pra fora de Heliópolis.

Uma lágrima escorreu pelo meu rosto e logo limpei.

Meu ombro latejava demais, era uma dor até que suportável.

Escondi a arma numa pilha de lixo e quando ia sair de Heliópolis senti o cano de uma arma na minha cabeça.

— Vira devagar, e se vier de gracinha novamente o próximo tiro vai ser na tua cabeça. — Reconheci a voz dela rapidamente.

Era a Luise, bingo! Eu estava certo.

— Tu não tem coragem de atirar em mim. — Falei me virando pra ela.

— Eu tenho, e como tenho... Ainda mais agora que já me estressou até demais não obedecendo o que a gente pediu.

— Não, tu não tem coragem. Vai atirar em quem tu ama e pra sempre vai amar? Tu me ama e não vai atirar.

— Passa na frente, agora!

Fui caminhando na frente dela enquanto ela vinha com a arma apontada na minha cabeça.

— Eu sabia que não tinha coragem. — Assim que terminei de falar senti a porra de uma bala perfurando minha perna e dei um grito. — SUA PUTA MALDITA!

— Eu tenho muita coragem pra atirar em quem eu não amo.

Agora pra piorar tudo, minha perna e ombro latejava e sangravam.

Não demorou muito pra gente chegar na frente do galpão que tinha aqui.

Tinha vários homens deles fazendo a segurança do galpão.

A gente entrou e já pude ver o grupo deles reunido.

Eu queria muito saber quem tava junto dela, além do Bruno.

Ela me jogou numa cadeira perto deles.

Eles ficaram em volta de mim e foram tirando a touca ninja, eu fui olhando cada um e não tava acreditando no que eu tava vendo.

Balancei a cabeça rindo e não conseguindo acreditar numa porra dessa.

Todos eles estavam por trás de tudo isso? Como não percebi?

Agora muita coisa fazia sentido...

— Olá Xavier? — Imperatriz falou sorrindo. — Tá surpreso?

— Já desconfiava.

— Não gato, não desconfiava, se desconfiasse teria parado nós á tempos. — Ela falou.

— O Bruno está bem? — Perguntei e escutei a risada dele.

— Não poderia estar melhor, papai. — Vi ele vindo na minha direção rindo.

— Como?

— Eu estava de colete.

— Tinha sangue na tua boca e tu tava desacordado.

— Foi encenação, aprendi com você, fui bem?

— Então tu escutou o que falei, não é mesmo?

— Sim, eu escutei muito bem papai, porquê não fez o que a gente pediu? Quase você estraga nossos planos. — Dei um sorriso de lado.

— Tá explicado porque falou tudo aquilo hoje.

— Sim, porque eu me preocupo com você.

— Porquê tão fazendo isso? — Perguntei olhando pra Luise.

— Depois você vai saber. Pra onde mandou a Hanna? — Ela perguntou.

— Não vou falar, quer saber pra matar ela?

— Talvez sim.

— Matar uma grávida?

— Sim, algum problema?

— Não imaginava que tu era tão podre assim. Ninguém consegue sustentar um personagem por muito tempo, tua máscara aos poucos tá caindo. — Falei e sorri.

— Não se preocupa pai, eu não vou deixar ninguém matar a Hanna. — Ele suspirou e riu me olhando. — Eu mesmo vou matar ela com minhas próprias mãos.

— Pra quê tanto ódio por ela? Porra, ela nunca fez nada pra nenhum de vocês! — Falei puto.

(…)

Amor indestrutível 2Onde histórias criam vida. Descubra agora