•Capítulo 7•

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Luise Martins 🌻

Quando abri os olhos senti minha visão um pouco embaçada mas logo melhorou, e quando virei a cabeça pro lado e tomei um susto com o Pedro me olhando.

— Você aqui? — Perguntei sorrindo de lado.

— Fiquei preocupado...

— Foi só um susto.

— É tão bom te ver assim... —Falou segurando minha mão.

— Assim como? — Perguntei olhando fixamente nos olhos dele.

— Acordada.

— Hum... — Me sentei na beira da cama e cheguei mais pra perto dele e vi ele na cadeira de rodas o meus olhos logo ficaram marejados, segurei o rosto dele com as duas mãos. — Eu amo você. — Dei vários selinhos nele e fiquei o encarando.

— Também te amo... — Falou abaixando minha mão esquerda que estava com o anel de noivado e ficou olhando.

— Eu sempre vou tá do seu lado...Ficar com você me mostrou algo que passei a minha vida inteira buscando. Quanto mais nós ficamos juntos, mais imagino que isso será algo duradouro no futuro. Isso nunca me aconteceu antes, e não tenho certeza de que acontecerá novamente. Nunca me apaixonei por ninguém até você chegar, pelo menos não um amor verdadeiro, de qualquer forma. Não dessa forma. — Falei e ele me encarou sorrindo.

— A gente ainda vai enfrentar muitas coisas, mas quero que em todas a gente esteja juntos. — Falou e eu sorri.

— Eu também. — Sussurei.

(…)
2 meses depois...

Fiquei olhando pro Pedro brincando com o Gael de bola que dava pequenos passos.

Assim que o Gael deu um chute pro gol que o Pedro tinha comprado pra eles brincarem o Gael gritou Gol todo embolado comemorando e o Pedro pegou o mesmo no colo e saiu correndo pelo gramado comemorando junto com o Gael. Naquele momento uma lágrima solitária escorreu pelo meu rosto, ver ele em pé de novo e feliz era maravilhoso.

Nesses meses que passou ele se esforçou muito pra conseguir voltar a andar de novo, e no dia que isso aconteceu todos comemoraram, ele tá andando normal, só sente umas fisgadas no pé, mas o médico disse que era normal ele ficar com sequelas do tipo.

Logo os dois vieram em minha direção, já que eu estava sentada na cadeira vendo eles jogarem.

Pedro botou o Gael no chão na minha frente e eu peguei ele botando ele sentado no meu colo.

— A cerimonialista veio hoje aí acertar algumas coisas. — Pedro falou sentando na grama do meu lado.

— Entendi...

— Onde acha melhor de ser?

— Tem que ser por aqui em São Paulo né? — Falei e ele concordou tristonho.

— Polícia tá no pé direto, tem que ser pela grande São Paulo mesmo.

— Então vamos fazer na casa Petra, lá é do nosso jeitinho. — Ele sorriu e concordou.

(…)

Olhei ele dormindo, e olhando ele dormir agora, me perguntei se é do lado desse homem que eu quero realmente acordar todos os dias e o meu coração respondeu que sim, com toda certeza do mundo.

Ele parecia em paz, com seus olhos fechados, sua respiração serena e seu corpo junto ao meu. Eu não queria mover um músculo com medo dele acordar, porque minha alma estava descansando com a dele, e comecei a pensar em como estaremos daqui a uns dez, quinze, vinte anos, ou mais.

E em pensar que o nosso casamento vai ser daqui a um mês já dá pra sentir leves borboletas pelo meu estômago.

Queremos nos casar o quanto antes, a gente decidiu isso juntos, não queremos adiar isso de novo.

Enquanto o olhava dormir, vi o meu presente, meu futuro e minha vida toda passando em meus pensamentos. Então, tive a certeza de que ele é o amor da minha vida, e que o quero até a eternidade. Quando o jardim é bom, a borboleta nunca vai embora, e por Deus, acaso, e destino, ele gostou do meu e olha só, resolveu ficar.

— O que se passa nessa cabeça? —Falou com a voz rouca de olhos fechados.

— Tava pensando sobre a vida... —Ele abriu os olhos e me encarou.

— Vai desistir do casamento não né? Já vendi meu rim pra pagar esse casamento. — Falou sério e logo depois não aguentou e riu.

— Para de ser bobo. — Falei e me levantei indo até o banheiro tomar banho e fazer minha higiene matinal.

Vesti uma calça jeans clara rasgadas pelas pernas e uma blusa branca da Adidas que eu tinha comprado e ainda não havia usado e calcei um chinelo slide da Adidas que era todo xadrez. Meu cabelo tava impecável, já que eu tinha lavado ele ontem e hidratado.

Desci pra cozinha e a Dona Samantha já tava aqui fazendo algumas coisas do café da manhã, ela trabalha aqui de segunda a sexta, o final de semana a gente se vira.

— Bom dia.—Sorri pra ela e sentei no banco que tinha ao redor da ilha na cozinha.

— Bom dia. — Se virou retribuindo o sorriso.

— Quer ajuda com algo?

— Não precisa, só tô terminando de colocar a calda de chocolate no bolo, a mesa do café já está pronta na área da piscina.

— Ok, agora pode deixar que eu termino de colocar a calda. — Me levantei e fui até a mesma e comecei a jogar a calda de chocolate pelo bolo.

Logo depois os meninos foram descendo e fomos sentando ao redor da mesa e estavam aqui eu, Pedro, Arthur, Bruno, Henrique, Imperatriz, Evy e Gael sentado na cadeirinha própria pra ele.

Olhei aquilo tudo e tava tudo maravilhoso, muitas risadas, meu coração tava quentinho de amor.

— No dia em que a Imperatriz se casar, o mundo já não é mais o mesmo. — Henrique falou e todos nós rimos.

— Então o mundo vai continuar o mesmo. — Imperatriz falou tomando café.

(…)

— É a vida, nos resta aceitar, decisões devem ser tomadas constantemente, acho que devia me abrir mas pra essa coisa de amor e tal, mas não tenho coragem. O que adianta eu me jogar de cabeça num relacionamento cunhada? Eu posso viver com uma pessoa e amar ela pra caralho, essa pessoa ir deitar e na manhã seguinte ela receber a notícia que eu morri? Ou então ter um filho e deixar ele no mundo sendo maltratado pelos outros, deixar ele sofrendo sem um amparo de um pai. É complicado, e por isso que não quero. — Jefinho falou e eu concordei com o que ele tinha falado.

Olhei pro mesmo que tava sentado na minha frente, estávamos conversando no meu escritório sobre algumas coisas, já que não tínhamos nada pra fazer.

— Eu não te julgo, pois isso é um pensamento teu, e ninguém deve opinar. Mas espero do fundo do meu que um dia tu encontre alguém e forme uma família, que tu tenha a sensação de como é bom amar e ser amado, de como é bom formar uma família, e fazer daquilo a tua calmaria em dias de tempestade. Espero que tu seja muito feliz, tu sabe muito bem que eu te considero muito.

— Eu espero, mas é foda. E tu? Tem total certeza de que é isso que tu realmente quer se casar?

— É, eu amo ele e quero passar o resto da minha vida com ele. Não quero adiar mais isso, porque não tem motivos pra adiar.

— Eu fico muito feliz por vocês, eu vi de perto tudo que passaram...

— E por esse motivo quero que tu seja o meu padrinho no meu casamento. — Ele olhou pra mim com um sorriso de ponta a ponta.

— Pô, sei nem o que falar, claro que aceito.

(…)

Amor indestrutível 2Onde histórias criam vida. Descubra agora