•Capítulo 47•

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Luise Martins🌻
2 dias depois...

Terminei de amamentar Ayume que já estava dormindo e coloquei ela no berço dela. Já tínhamos saído da maternidade e por enquanto estamos no apartamento que tenho aqui.

— Ela não dá trabalho né? — Pantera falou.

— Não, ela é bem calma. — Sentei ao lado dele na cama e encostei minha cabeça em seu ombro. Ele pegou minha mão e fez carinho nela.

— Eu gosto de ti ver assim.

— Assim como? — Perguntei dele.

— Feliz.

— É mesmo? — Ele balançou a cabeça e sorriu. — Viu o Andreas?

— Vi sim, tá muito inteligente. — Falou sorrindo.

— Puxou pro pai. — Falei e dei um beijo na bochecha dele.

— Ele perguntou de você. — Falou fazendo eu sorrir.

Andreas é o filho dele que vive com a mãe na Alemanha, ele tem 4 anos.

— Sério?

— Sim...

(...)

— Ela vai ser linda, aliás, já é. — Xavier falou com Ayume no colo.

— Se prepara pra ir ter que colocando um monte de garotos pra correr, vai ter um monte atrás dela. — Pantera falou fazendo o Xavier rir.

— Só vai namorar depois dos 30 anos, né papai? — Falou olhando pra ela que olhava atentamente pra ele.

— Vai cuidar e proteger tua irmã, né Gael? — Pantera falou pro gael sentando no colo dele que concordou.

Gael saiu do colo do Pantera e foi até o Xavier e levantou as mãozinhas. Xavier olhou pra ele e sorriu.

Xavier se levantou e entregou a Ayume pro Pantera que sorriu pro Xavier e pegou ela com cuidado.

Fiquei olhando aquela cena e sorri, Xavier pegou o Gael no colo.

Assim que tive Ayume o Pantera ficou sabendo, a reação dele foi de surpresa, mesmo assim ficou muito feliz.

De pouco a pouco as coisas iriam se resolvendo, eu ficava completamente feliz de como o Pantera e Xavier estavam se acertando e se entendendo...

De certa forma o tempo ia resolvendo os pequenos detalhes e tudo ia se acertando aos poucos.

Alguns minutos depois o Henrique chegou com uma cara não muito legal.

— O que foi? — Perguntei vendo ele escorado perto da porta.

— Papai morreu.

— O quê? Como assim? — Perguntei com os olhos arregalados enquanto os meninos só observavam tudo com as crianças.

— O helicóptero que ele tava caiu, tinha umas carga acima do limite e ele já não fazia revisão faz um bom tempo.

— Caralho. — Foi a única coisa que consegui falar naquele momento.

Por mais que ele tenha feito tudo o que fez, era meu pai. E de certa forma dá aquela dor no coração.

Só conseguia pensar em como minha mãe estava, queria muito dar um abraço bem forte nela, só que ela deixou bem claro que queria distância, e eu respeito isso. Espero do fundo do meu coração que ela seja forte pra aguentar toda essa barra e só desejo coisas boas pra ela.

Minha relação com meu pai não foi uma das melhores e nem perfeitas, mas lembro vagamente que quando era pequena ele me deu todo o suporte e afeto que uma criança tem que ter. Só que com o tempo as coisas foram mudando e a nossa relação de pai e filha foi ficando complicada e o resultado foi esse, já fazia um bom tempo que falei mais com ele, me arrependo, só que já é tarde, resta somente aceitar.

— Quando foi isso? — Escutei Pantera perguntar pro Henrique.

— Hoje de manhã.

— E o corpo? O funeral... — Pantera falou.

— Já tá acontecendo uma pequena cerimônia na Irlanda, onde ele tava, ele vai ser cremado, já que era o desejo dele, e era o desejo dele também que nem eu e Luise estivéssemos presentes nesse dia.

— Ele realmente morreu? — Pantera falou.

— Sim, mandei conferirem.

— Meus sentimentos.

Me veio algumas imagens do meu pai em minha mente e suspirei fundo.

Nunca estamos preparados pra perder alguém, e isso sempre será fato.

(…)
3 meses depois...

— Ela tá bem, e a criança também. — Escutei Xavier falando pro Pantera na cozinha.

— Tudo certo então.

— Sim.

— Brenda tá cuidando da bebê dela sozinha? Ou tem alguém dando assistência? — Pantera perguntou.

— Tá com a Safira dando apoio, e todo o pessoal nosso.

Fazia umas três semanas que Brenda tinha tido a bebê dela, a Nataly.

Brenda é uma mulher forte pra caramba, ela tem toda a minha admiração e inspiração. Ela significa muito pra mim, sempre vai significar independente de eu e o irmão dela não estarmos mais juntos, ela se tornou minha irmã do coração.

Nesses meses decidi comprar uma casa aqui por São Paulo mesmo, ficarei aqui até Ayume fazer 2 anos, pra não afastar ela bruscamente do pai e ela não ter que ficar indo e vindo do Rio pra cá.

Xavier tinha sumido com Hanna, nunca mais vi ela, só sei que ele tem contato frequente com ela e daqui uns meses o filho ou filha deles irá nascer. Fico feliz demais por ele.

(...)
Bruno (Pistola)

— A partir de hoje o único assunto que temos é essa criança que eu tô carregando, fora isso, nada. Se não for assunto envolvendo ela, não dirija a palavra pra mim, seu moleque! — Clara falou e apontou o dedo na minha cara.

— Tu não vem apontando dedo na minha cara não pô, tá chapando? Quer terminar? De boa pô, só não fica fazendo esse teatro ridículo não. — Falei pra ela puto. — Tá agindo igual uma criança mimada!

— Não tô fazendo teatro nenhum não Bruno, só tô te mandando a real, não dá pra continuar, tu sempre me magoando da pior forma.

— Te magoando da pior forma? O que tô fazendo nesse caralho?

— Tu sempre me afastando!

— Nunca te afastei.

— Antigamente realmente não afastava, só foi depois que falei que tava grávida de ti que tu começou a me tratar totalmente diferente. O quê mudou? — Ela me encarou.

— Nada mudou.

— Isso é atitude de moleque.

— Vai te fuder, na moral, agora eu quero que tu me fale dessas atitudes de moleque que tu tá falando tanto.

— São essas que tu tá tendo.

— Não fala quais pô, tu complica, só que suave truta, fica de boa aí que tô indo pra casa, quero discutir não, qualquer coisa me liga.

Fui saindo e deixei ela lá, ultimamente eu e ela vivíamos em um pé de guerra. Isso já tava ficando cansativo demais, e foi o melhor terminar.

(…)

Amor indestrutível 2Onde histórias criam vida. Descubra agora