•Capítulo 25•

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Luise Martins🌻
Heliópolis, São Paulo.
1 semana depois.
Sexta-feira.
17:35 PM.

Tinha terminado de arrumar a casa com a Eloísa e tava dando iogurte pro Gael enquanto ele assistia desenho.

— Semana que vem vou dar entrada na papelada da faculdade. — Eloísa falou enquanto pintava a unha dela.

— Pretende fazer qual? — Limpei a boca do Gael e sentei ele do meu lado.

— Publicidade, é uma área que gosto demais.

— Tem meu apoio viu! — Assim que terminei de falar Xavier entrou e passou pela gente sem ao menos falar nada.

— Minha nossa senhora. — Eloísa falou.

— Fica com o Gael que vou lá. — Falei pra ela e subi até o nosso quarto.

Ele tava revirando as gavetas e quando entrei me olhou sério.

— Tá sabendo que hoje roubaram drogas de novo?! — Ele falou alto e olhei pra ele assustada.

— Não, o que aconteceu?

— O que te falei, roubaram drogas nossa. E esse filho da puta é alguém bem próximo. — Ele parou de mexer nas gavetas e veio na minha direção lentamente. — Luise...

Chegou bem próximo do meu rosto e segurou meu cabelo por trás da minha cabeça.

— Xavier...

— Eu espero muito, mas muito mesmo que tu não esteja de traíragem pro meu lado. Eu posso te amar muito, mas não vai passar batido.

Eu me segurei pra não chorar na frente dele e encarei ele firme e tirei a mão dele do meu cabelo.

— Isso, vai indo com essas tuas desconfianças que tu vai me perder pra sempre, não só eu mas também os nossos filhos. É inacreditável tu cogitar a ideia que eu esteja de traíragem contigo depois de tudo, vai se fuder Xavier! — Empurrei ele e fui até a penteadeira pegar meu celular.

— Todos estão desconfiados de ti! Tu voltou estranha, tu foi presa e desapareceu, depois voltou como se não tivesse acontecido nada e nunca contou como fez pra sair de lá. Não é estranho logo depois que vieram invadir aqui tu aparece com a cara mais lavada do mundo?

Sem acreditar no que ele tinha acabado de falar deixei o celular no mesmo lugar e peguei o frasco de perfume que estava encima da penteadeira e joguei na direção dele.

Sorte dele que ele se abaixou e o perfume deu na parede e se quebrou em pedacinhos.

— EU NÃO ACREDITO NA PORRA QUE TU ACABOU DE DIZER! — Gritei e encarei ele que me olhou puto de raiva.

— Tu tá maluca porra?!

— Eu tô maluca? Eu?! Tu que deve tá maluco, eu não esperava isso, não de ti, cadê a porra da confiança Xavier? Cadê? Tu acha mesmo que eu estaria de traíragem com o homem que eu amo? Vai te fuder cara.

— Luise, não entra, essa tua historinha não entra!

Fechei meu olho com tanta força que pensei que fosse ficar cega e fui pra cima dele.

Comecei a bater no peitoral dele enquanto ele tentava me segurar.

— VAI TE FUDER, SEU ARROMBADO DO CARALHO! — Quando fui dar um tapa nele, rapidamente ele segurou minha mão.

— TU SE COLOCA NO TEU LUGAR CARALHO, TEM POSTURA PORRA.

Senti duas mãos me puxando pra trás e vi que era o Bruno e Arthur.

— Dá pra parar os dois?! Isso tá feião pra cara de vocês pô. — Arthur falou e eu continuei encarando o Xavier, e ele fazia o mesmo com o ódio estampado na cara dele.

— Dois adultos, será que não sabem conversar civilizadamente não? O que aconteceu? — Bruno perguntou.

— Teu pai, tá desconfiando de mim achando que tô de traíragem com ele. Me soltem. — Eles me soltaram e peguei meu celular, fui atrás de um moletom e vesti, calcei minhas slides  e dinheiro.

— Sério isso pai? — Bruno perguntou e eu fui saindo do quarto.

Cheguei na sala e Gael não estava, nem na cozinha, fui pra área da piscina e ele tava numa cadeira com a Eloísa assistindo desenho.

— Eloisa. — Chamei ela que rapidamente olhou.

— Tem como ficar com o Gael até eu chegar?

— Claro que sim, vai lá.

— Qualquer coisa me liga. Por favor.

— Tá bom, pode deixar, toma cuidado viu. — Assenti e saí.

Cheguei na rua de casa e tinha um grande movimento dos vapores.

Fui descendo a ladeira e chegou uma mensagem do Pantera.

WhatsApp On:

Pantera: Tô aqui por São Paulo, quer dá um rolê não? (17:56)

Luise: Passa aqui na entrada de Heliópolis. (17:57)

Pantera: Seu pedido é uma ordem minha patroa. (17:57)

WhatsApp off.

Guardei o celular no bolso da minha calça e fui caminhando até a entrada de Heliópolis, tava frio pra caramba e o movimento já estava grande por conta do baile de hoje.

Assim que passei pela entrada estava cheio dos homens do Xavier fazendo as seguranças na laje.

Fiquei esperando o Pantera alí na esquina por uns 10 minutos, durante a semana que passou nós conversamos bastante, o papo fluiu legal e ele super respeitoso.

Escutei alguém buzinar e quando vi era uma Volvo XC preta com os vidros fumê.

Entrei no carro e logo vi ele com um sorrisão no rosto, mas logo quando ele olhou pro meu rosto me encarou preocupado.

— O quê aconteceu? — Ele deu partida olhando pra frente e coloquei o cinto.

— Nada, só o meu marido não tendo confiança em mim, mas tá tudo ótimo.

— Não, não está tudo ótimo, a base de qualquer relacionamento é a confiança. Se não tiver confiança não vai a lugar nenhum. — Falou olhando pra frente.

— Eu acho que perdi o controle do nosso relacionamento.

— Mas ainda dá tempo de ter o controle de volta, sentem e conversem, não deixem tudo ir pro ralo tão fácil.

— Mas as vezes é complicado só eu ir atrás. É cansativo.

— É bastante, mas uma hora as coisas melhoram.

— Mudando de assunto, tá me sequestrando é? — Ele riu. — Tá me levando pra onde?

— Vou te levar num lugar maneiro.

— Tem como falar pelo menos onde fica esse tal lugar?

— Taboão da Serra.

— Ulala. — Falei e ele riu.

Ele parou num posto de gasolina pra abastecer e fiquei esperando a moça encher o tanque.

Suspirei e pensei no que tinha acontecido, dá uma dorzinha no peito só de lembrar.

(…)

Amor indestrutível 2Onde histórias criam vida. Descubra agora