"A ironia da dor é que você quer ser consolado por quem te machucou."
-Selena GomezLilith River
Eu não sou uma pessoa muito fácil.
Odeio injustiças.
Odeio tudo o que é feito no Motel.
Odeio esse lugar.
Odeio as pessoas que frequentam estes quartos, trazendo seus segredos.Quando Max sugeriu matar o Senhor Flintstone, eu pensei em aceitar. Meu plano nunca foi deixar aquele verme entrar pela catacra do guichê, mas...
O que aconteceria com aquela criança?
Se eu mandasse Flintstone para casa, ele encontraria outro lugar para cometer seus crimes. Talvez, até mesmo matasse a criança e a jogasse em algum lugar remoto, onde dificilmente seria encontrada de imediato.
E a sua família?
Seus pais?
Os amigos da escola?
Quantos corações morreriam se eu o mandasse embora?
Quantas vidas seriam arruinadas se aquela menininha morresse?Muito mais do que se eu o deixasse entrar.
Por isso, guardei o dinheiro e peguei a chave de um quarto específico. O quarto que destinamos para as pessoas importantes da cidade, como o prefeito ou até mesmo, o Senhor Osíris. O quarto perfeito para um homem que não quer ser visto ou muito menos ouvido pelos outros clientes. O único quarto com saída para os túneis.
A chave com o número 001 queima em minha mão, enquanto o sangue rugia pelo meu corpo.
-- Lilith! -- Max me chamou, uma pitada de preocupação passando pelo gelo impenetrável de sua voz.
Não me importei.
Coloquei a chave na gaveta e observei o senhor Flintstones acenar para o vidros fumê, estampando um sorrisinho de sorveteiro gentil.
Sempre detestei sorveteiros e bons velhinhos.
As pessoas não enxergam que homens velhos sempre serão homens? Eles sempre serão maus. Está em suas naturezas.Seu antigo carro entrou no estacionamento e eu fechei os olhos, repassando meus princípios e valores em minha mente.
-- Ele vai estuprá-la. -- Max murmurou ao meu lado.
-- Eu sei. -- Sussurrei.
-- Vai fazer com ela o mesmo que Liam Jaguar teria feito com você quando tinha 7 anos. -- Não pergunto como ele sabe disso, não me importo.
-- Eu sei.
-- Ela pode morrer, princesa. É uma criança.
-- Eu sei.
-- Não irá aparecer alguém para salvá-la, como aconteceu com você, Lilith.
Me viro para ele, abrindo os olhos.
-- Está errado.
Me levanto.
Vou até o armário no canto, o abrindo pela primeira vez desde que papai me mandou ficar longe, ao menos que fosse estritamente necessário. Vejo a coleção de armas do meu pai. Suas lindinhas, como ele costuma chamar.
-- Caralho! -- Max assobia, admirado.
Prendo meu cabelo loiro em um rabo de cavalo e pego uma pistola 9mm.
Olho para Max que me observa, com um brilho assustador e quente nas safiras.-- Não preciso de você para fazer o meu serviço sujo, senhor Osíris. -- Debocho de seu nome.
Max sorri perversamente para mim, se aproximando do armário.
O vejo tirando sua jaqueta, e pegando uma pistola 45mm, com uma cobra em formato de O cravado no punho. Ele pega dois silenciadores no armário encaixando na sua e vindo até mim para colocar na minha.
Sua mão pega minha arma e enquanto ele coloca o silenciador, seus lábios frios e macios raspam em minha testa, enviando choquinhos pelo meu corpo.
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Segredos Profanos [CONCLUÍDO]
Romance1° livro da trilogia Profanação. Lilith River é uma garota tímida e retraída. Sem amigos, ela sempre sentiu que era sozinha no mundo, não era merecedora da confiança de ninguém. Mesmo que não tivesse culpa em saber de todos os segredos da cidade, er...