Capítulo 16

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obs.: como é um Osíris, Thomas será muito importante ao decorrer da história :)

Lembrando que este é o lado do Thomas, ou seja, super romantizado por ele '-'

Espero que gostem.

Thomas Osíris.

Na maior parte do tempo eu não consigo controlar a minha mente.
Não tenho nenhuma espécie de controle sobre meu corpo.

Caso eu tivesse, já teria me matado.

Já pensei em inúmeras formas de morrer.
Na verdade, cenários que envolvam sangue e morte são as únicas coisas que passam pela minha cabeça durante 79.200 segundos do meu dia.

Eu costumo ter um pouco de paz nos outros 7.200 que me restam, pois é quando eu a vejo.
Não sei exatamente com quantos anos comecei a observar e respirar por Emily Osíris.
Talvez tenha sido logo quando ela nasceu.

Lembro-me de estar ao lado de Max, sentado nas escadas da mansão de seus pais, ouvindo os gritos da tia Laiza ecoarem pelas paredes da casa.
Muitas vozes mandavam que ela colocasse mais força e continuasse empurrando.
Eu não entendia o que estava acontecendo, e acho que meu primo também não.

Não gostei de ouví-la gritando.

Tia Laiza sempre foi gentil e carinhosa ao afagar meu cabelo e beijar minhas bochechas. Ela também sempre disse que se não fosse pelos meus olhos verdes, poderia muito bem ser seu filho.
Ela sempre me tratou como um filho.
Ao contrário da mulher que me gerou, a mãe de Max nunca tentou me machucar.
Duvido que ela pudesse machucar a qualquer um, mesmo que lhe fizessem mal.

Pergunto-me o que Edgar Osíris, irmão mais velho do meu pai, teve que fazer para tê-la.

Poderia apostar que não foi algo bom, mas pelo grande e raro sorriso que vi em seu rosto naquele dia, ao descer às escadas com um bebê embalado nos braços, diria que ele faria tudo de novo, sem qualquer arrependimento.

-- Esta é Emily, Max. Sua irmãzinha. -- Max levantou o rosto na direção da voz do pai.

Era a primeira vez que ele se mexia, desde que nos sentamos ali há horas. Nunca entendi como Max podia ficar tão parado e quieto, apenas observando, enquanto eu não conseguia parar de mexer minhas mãos.

Assim como os meus, os olhos de Max brilharam ao ver a bebezinha adormecida nos braços de tio Edgar.

Emily Osíris...

Emily nasceu no mesmo ano que minha irmã.
Mas, ao contrário de Max, eu não tive a chance de conhecer Lilith assim que ela nasceu.
Eu só soube da sua existência pelos acessos de raiva do meu pai.

Nossa casa não era grande e luxuosa como a mansão do meu tio, mas também não éramos pobres.
Meu pai tinha um bom cargo dentro do Império Osíris, que desde o falecimento do meu avô, era liderado por meu tio.

Mas, algumas pessoas nunca se contentam com o que tem, e meu pai era uma delas.
Nossa realidade nunca foi suficiente, ele queria tudo que Edgar também possuia.
Acreditava que tivesse mais direitos do que meu tio.
Acreditava que podia ser melhor do que o temível Edgar.

O destino não foi tão gentil com ele nesse sentido.

"Elijah Osíris, o idiota traidor que se apaixonou por uma puta."-- É como Max costuma se referir ao meu pai.

Ele teve sorte em continuar vivo depois que tentou matar meu primo quando era pequeno.

Meu pai estava disposto a matar uma criança para assumir seu lugar na família, e ser herdeiro de Edgar.

Segredos Profanos [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora