Capítulo 23

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Emily Osíris.

-- Meu lindo sunshine...você me faz querer viver...meu lindo sunshine... -- Cantarolo baixinho para o meu reflexo no espelho.

Danço pelo quarto, murmurando palavras bonitas e felizes. Fecho os olhos por um momento, inspirando o cheiro suave de lavanda que cobre o ambiente, desde que eu era criança.

-- ...sunshine...você faz florescer...

Estou girando, quando mãos seguram minha cintura, arrancando a minha liberdade. Abro os olhos, sentindo meu corpo tremer com o medo de que por acaso, seja o meu algoz para me torturar, como anda fazendo nos últimos meses.

-- Está feliz hoje. -- Respiro fundo, ao ouvir a voz de Thomas.

Viro o meu rosto, encontrando seus olhos verdes aflitos e ansiosos.

-- Estou. -- Sorrio de boca fechada.
-- Estou muito feliz.

-- Gosto de vê-la feliz...-- Sussurra, sem esboçar nenhum sorriso ou reação feliz. -- ...isso me deixa feliz.

-- Gosto de deixá-lo feliz também, Thomas. Eu te amo.

Thomas assente, indiferente, e suas mãos me deixam quando se afasta um pouco. Ele tira uma caixinha branca do bolso, parecendo algum tipo de remédio, e aparentando estar um pouco sem graça ao me estender a caixa.

-- O que é isso? -- Indago, pegando o remédio de sua mão.

-- Uma pílula do dia seguinte. -- Aperto os dedos ao redor da caixa, ao ouvir sua voz fria.

Olho para o item em minhas mãos, como se ele fosse criar pernas e dançar tango com o meu namorado.

-- Nós sempre usamos camisinha. Não é necessário. -- Rio fraquinho, devolvendo a caixa.

-- Eu não usei ontem.

Arregalo os olhos, encarando Thomas fixamente. Um nó se aperta em minha garganta, e eu de repente me sinto um nada.

-- Você sempre usa.-- Pontuo.

-- Mas, ontem eu não usei. -- Ele continua sério, sem esboçar nada.

-- Mas... -- Murmuro, esmagando a caixa de papel.

Isso é ridículo.
Por que ele quer me torturar de novo?

-- Apenas tome, Emily. Nós dois morremos se você engravidar de novo... -- Os tiques em seu rosto e mãos atacam, e e ele desvia o olhar, engolindo em seco. -- Max é o primogênito, e o primeiro neto do seu pai tem que vir dele, e não de um incesto de merda. São as regras.

-- Essa regra já foi quebrada antes.

-- Não podemos nos basear nisso, Emily! O seu pai teria o matado Eduardo por ter tido um filho antes que Max nascesse, mas nosso tio sempre foi o Osíris mais esperto. -- Aponta para a caixinha em minhas mãos. -- Agora, tome essa porra! Porque eu não chego nem perto dos dez Osíris mais inteligentes.

Thomas aproxima seu rosto do meu, sua respiração quente e ofegante acertando minhas bochechas.

-- Eu não vou suportar perder um filho de novo, Emily. -- Seus olhos se enchem de lágrimas e meu coração dói, ao ver os resquícios da destruição que eu causei no ano passado. -- Não vou suportar perder a pouca liberdade que temos.

Ele se afasta, dando passos atrás e eu giro o remédio em minha mão. As lágrimas clamam para irromperem dos meus olhos, mas ainda posso sentir meu sangue fervilhar por minhas veias.

Abro a caixinha, não sabendo porque estou com tanta raiva. Retiro o comprimido da cartela e o coloco na boca.

-- Nunca mais enfie o seu pau descoberto em mim. -- Murmuro, antes de me afastar. -- Não foi só você que se perdeu no ano passado, Thomas.

Segredos Profanos [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora