Emily Osíris.-- Meu lindo sunshine...você me faz querer viver...meu lindo sunshine... -- Cantarolo baixinho para o meu reflexo no espelho.
Danço pelo quarto, murmurando palavras bonitas e felizes. Fecho os olhos por um momento, inspirando o cheiro suave de lavanda que cobre o ambiente, desde que eu era criança.
-- ...sunshine...você faz florescer...
Estou girando, quando mãos seguram minha cintura, arrancando a minha liberdade. Abro os olhos, sentindo meu corpo tremer com o medo de que por acaso, seja o meu algoz para me torturar, como anda fazendo nos últimos meses.
-- Está feliz hoje. -- Respiro fundo, ao ouvir a voz de Thomas.
Viro o meu rosto, encontrando seus olhos verdes aflitos e ansiosos.
-- Estou. -- Sorrio de boca fechada.
-- Estou muito feliz.-- Gosto de vê-la feliz...-- Sussurra, sem esboçar nenhum sorriso ou reação feliz. -- ...isso me deixa feliz.
-- Gosto de deixá-lo feliz também, Thomas. Eu te amo.
Thomas assente, indiferente, e suas mãos me deixam quando se afasta um pouco. Ele tira uma caixinha branca do bolso, parecendo algum tipo de remédio, e aparentando estar um pouco sem graça ao me estender a caixa.
-- O que é isso? -- Indago, pegando o remédio de sua mão.
-- Uma pílula do dia seguinte. -- Aperto os dedos ao redor da caixa, ao ouvir sua voz fria.
Olho para o item em minhas mãos, como se ele fosse criar pernas e dançar tango com o meu namorado.
-- Nós sempre usamos camisinha. Não é necessário. -- Rio fraquinho, devolvendo a caixa.
-- Eu não usei ontem.
Arregalo os olhos, encarando Thomas fixamente. Um nó se aperta em minha garganta, e eu de repente me sinto um nada.
-- Você sempre usa.-- Pontuo.
-- Mas, ontem eu não usei. -- Ele continua sério, sem esboçar nada.
-- Mas... -- Murmuro, esmagando a caixa de papel.
Isso é ridículo.
Por que ele quer me torturar de novo?-- Apenas tome, Emily. Nós dois morremos se você engravidar de novo... -- Os tiques em seu rosto e mãos atacam, e e ele desvia o olhar, engolindo em seco. -- Max é o primogênito, e o primeiro neto do seu pai tem que vir dele, e não de um incesto de merda. São as regras.
-- Essa regra já foi quebrada antes.
-- Não podemos nos basear nisso, Emily! O seu pai teria o matado Eduardo por ter tido um filho antes que Max nascesse, mas nosso tio sempre foi o Osíris mais esperto. -- Aponta para a caixinha em minhas mãos. -- Agora, tome essa porra! Porque eu não chego nem perto dos dez Osíris mais inteligentes.
Thomas aproxima seu rosto do meu, sua respiração quente e ofegante acertando minhas bochechas.
-- Eu não vou suportar perder um filho de novo, Emily. -- Seus olhos se enchem de lágrimas e meu coração dói, ao ver os resquícios da destruição que eu causei no ano passado. -- Não vou suportar perder a pouca liberdade que temos.
Ele se afasta, dando passos atrás e eu giro o remédio em minha mão. As lágrimas clamam para irromperem dos meus olhos, mas ainda posso sentir meu sangue fervilhar por minhas veias.
Abro a caixinha, não sabendo porque estou com tanta raiva. Retiro o comprimido da cartela e o coloco na boca.
-- Nunca mais enfie o seu pau descoberto em mim. -- Murmuro, antes de me afastar. -- Não foi só você que se perdeu no ano passado, Thomas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Segredos Profanos [CONCLUÍDO]
Romance1° livro da trilogia Profanação. Lilith River é uma garota tímida e retraída. Sem amigos, ela sempre sentiu que era sozinha no mundo, não era merecedora da confiança de ninguém. Mesmo que não tivesse culpa em saber de todos os segredos da cidade, er...