Capítulo 6

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Max Osíris.

1 mês atrás.

Lilith.
Lilith.
Lilith.
Lilith.
Lilith.
Lilith.
Lilith.
Lilith.
Lilith.
Lilith.
Lilith.
Lilith.

A cada respirar é apenas o seu nome que preenche minha mente.
Lilith.
Até mesmo seu nome, aquela linda combinação de letras, queima meu corpo como chamas rastejando sob minha pele, a cada instante, todo segundo...desde que a vi pela primeira vez, quando tinha 10 anos. Ela sempre foi tão pequena e indefesa, que mesmo quando aquele filho da puta do Liam tentou tocá-la, continuou ali parada nos braços do maldito, em estado de choque, sem se mover, muito menos respirar.

Aumento o volume da música, levando meu baseado aos lábios.
Preciso esquecê-la.
Porra!
Já fazem oito anos, por que ela não sai da minha cabeça?

A fumaça do meu cigarro turva minha visão, meu corpo enfim relaxando um pouco com o efeito da erva, depois de passar um dia de merda trabalhando na oficina. Meu pai está certo.
Não sei no que estava pensando quando decidi pedir um emprego ao velho Thompson na oficina da cidade.
O velho quase deixou a dentadura cair ao se deparar com um Osíris pedindo um emprego não remunerado.
Sei que ele detestou a ideia, mas ninguém nega nada a um Osíris.
Ele sabe disso.
Toda a cidade sabe disso.

Todos, menos ela.

Lilith River é conhecida por não seguir as regras da cidade, porque simplesmente, ninguém a considera parte da cidade. Todos têm medo demais da linda menina, escondida atrás daqueles óculos e suéteres coloridos, que possui o conhecimento que poderia arruinar negócios e famílias.

Lilith é a minha definição de perfeição.
E todos os dias que me estresso com a porra daqueles carros, sei que é só esperar até às quatro horas... meu relógio sempre apita cinco minutos antes, e eu jogo a chave de rosca em algum canto, limpo o suor na minha testa e abro meu macacão.

Me sento em cima do capô do carro que passei a semana consertando, e espero o meu espetáculo especial começar, para toda essa porra valer a pena. Cruzo os braços, sentindo meu coração acelerar ao ouvir o som do pneu de sua bicicleta contra o asfalto. Alguns segundos depois, me deparo com a menina mais linda que já vi em toda minha vida. A mesma menina que causou minha iniciação nos negócios Osíris há oito anos.
Observo o modo que sua saia do colégio ondula, à medida que ela pedala, revelando a pele clara e macia, que eu adoraria provar. Seus cabelos loiros voam com o vento, lhe dando um ar selvagem e hipnotizante, evidenciando toda sua pureza.
Que por sua vez, eu amaria corromper.

Respiro fundo ao ver a minha menina se perder no final da estrada, entrando no Motel River.

Linda.

Trago meu cigarro novamente.

— Max! — Minha irmãzinha invade meu quarto aos gritos segurando dois vestidos, provavelmente para o jantar de hoje a noite.

— PORRA, EMY! NÃO ENTRA NO MEU QUARTO! — Esbravejo, apagando meu baseado no cinzeiro.

— Eca, maconha! — Faz uma careta, enrugando o nariz com o cheiro. — Você é tão depressivo. Fica escutando essas músicas, se enchendo de porcaria, enquanto pensa na garota que nunca ao menos falou.

Solta uma risada debochada, suas mãos pequenas arrancando meu rádio da tomada, interrompendo minha música alta e meu momento de paz. Observo o corpo infantil da minha irmã de 16 anos, se locomovendo pelo quarto. Emy abre as janelas, deixando que o vento noturno entre pelo quarto e leve o cheiro da erva.

— Não estava pensando nela. — Minto, massageando minha nuca.

— Qual é, Max? — Suspira, se sentando ao meu lado no chão. Sua mão minúscula segura a minha, seu cheiro de lavanda clareando meus pensamentos ainda turvos pela droga.
— Ela será sua quando tiver dezoito. Por que não pode esperar? — Seus olhos azuis são gentis, assim como sua voz e sua carícia em minha mão.

Segredos Profanos [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora