Capítulo 36

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Max Osíris.

Thomas estava ao meu lado, sentado na cadeira da pequena sala de concreto. Nossos pulsos estavam algemados na mesa de ferro, fincada ao chão, mesmo que não fôssemos fazer nada, enquanto estivéssemos aqui dentro. O delegado dessa merda de cidade insistia em usar o pouco poder que tinha para elevar seu ego.
Eu odiava essas porras!

Meu primo estava quieto demais, suas mãos pareciam pedras de gelo e ele parecia sem vida.

Isso me assustava pra caralho.

Não me arrependia de ter concordado em participar de sua pequena vingança. Meu primo sabia que eu o havia traído, quando escolhi omitir os segredos de Emily.
Eu a escolhi.
Ele a escolheria, se estivesse no meu lugar.
Então, foi fácil esquecer essa pequena traição e destruir a cara daquele filho da puta. Não posso dizer que não senti satisfação em cada segundo daquele teatrinho. Eu não sentia tanto prazer, desde que eu tinha fodido minhas chances com Lilith e a afastado das minhas mãos.

Lilith River tinha escapado por entre meus dedos, como se fosse feita de fumaça.

Eu não a tinha mais.
E, porra! Isso doía pra caralho.
Eu tinha perdido meu primo, minha irmã e a garota por quem eu era fascinado.
Eu não tinha mais nada.

Era mesmo tão errado levar um retardado gago para merda onde eu me encontrava?

Virei meu rosto, encarando o maxilar trincado de Thomas e seu olhar perdido.
Eu não queria que aquele moleque morresse, mas não tinha tanta certeza se meu primo desejava o mesmo.

Não tirava sua razão.
Lilith me enlouquecia, mas nunca estivemos tão ligados quanto Thomas e Emily.
Havia muita coisa na história deles. Coisas que não eram do conhecimento de ninguém. Pertencia a eles. E o que Emily tinha feito...

Desde o envolvimento com os negócios de Elijah, até se envolver com Tom, minha irmã esteve fingindo ser uma garota normal... uma garota que poderia se apaixonar pelo retardado gago que trabalhava no Motel e ter uma vida medíocre e comum. Eu tinha visto Tom parado na frente do píer da cidade, nos últimos três sábados, depois que Emily me confidenciou tudo o que tinha feito. Aquele era o ponto de encontro deles, foi ali que Emily seduziu o idiota e começou a retirar cada informação que ele tinha sobre o Motel.

Estacionava meu carro na praia e assistia o garoto magro, jogando pães aos pombos enquanto girava a cabeça para todos os lados, a procurando. Percebi que Emily nunca mais apereceria ali, agora que já tinha conseguido o que queria.
Ela tinha parado com aquilo. Eu descobri seus planos e ela parou. Não se importava com Tom, eu sabia.
Mas uma parte de mim ainda tinha dúvidas de até onde ela iria para ser uma garota normal. Com certeza, trepar com o primo não poderia entrar no quesito de normalidade e eu não sabia o quanto sua máscara era apenas fachada.
Seu desejo poderia ser real.
Emily poderia ter se apaixonado pelo garoto. Afinal, ele podia dar algo que Thomas nunca lhe deu.
Poderia, enfim, ser uma garota apaixonada.

Porém, Emily não apareceu em nenhum dos outros sábados após eu ter ido ao seu quarto e lhe dito que sabia de tudo.

Mas o que mais mais surpreendia era que o garoto continuava a ir. E o olhar em seu rosto, me dizia mais do qualquer palavra.
Ele tinha esperança que ela aparecesse.
Eu sabia que Tom havia sido apaixonado por Lilith, desde a infância, mas o que ele sentia por Emily era de verdade.

Quando cheguei em casa, no começo da manhã, entrei no quarto da minha irmã, pretendendo conversar com ela sobre todas as merdas que estávamos metidos. Porém, estaquei quando vi o meu pai apoiado contra a parede de seu quarto, a observando com braços cruzados enquanto dormia.

Segredos Profanos [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora