Capítulo 28

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Max Osíris

-- Por que ele, Emy? -- Indago, assim que a vejo sair do banheiro, vestindo apenas uma camisola.

Minha irmã estaca no meio de seu quarto, me encarando de olhos arregalados, provavelmente se perguntando o que raios eu estaria fazendo ali. Me ajeito em seu travesseiro, colocando minhas mãos atrás da minha cabeça, em uma postura completamente relaxada. Sei que Emy está considerando minhas palavras, talvez se perguntando o quanto eu sei para estar aqui.

Afinal, ela foi tão discreta, sempre se mantendo longe da ação e ficando na espreita.

Ela não deve pensar que eu sei o bastante para ferrar com seus planos, pois ainda não agi com impulsividade, não a machuquei. Minha irmã e Thomas sempre pensaram que eu os mataria, caso descobrisse suas traições, mas eu não sou assim. Eu não mato aqueles que ainda tem utilidade. Não sou tão orgulhoso ao ponto de não ignorar algumas porras irritantes, para cumprir algo que eu planejei, minuciosamente.
E pode acreditar, eu tive que ignorar muitas porras irritantes para estar aqui.

-- Não sei do que está falando.

Ela preferiu se fazer de sonsa então...
Ótimo, isso torna as coisas mais divertidas.

-- Claro que sabe. -- Sorrio, me remexendo na cama, apenas para irritá-la. -- É uma cama bem confortável. Diferente das que Thomas dormiu ao longo da vida, mas acho que você já sabe disso... Não me surpreende ele gostar tanto de passar a noite aqui.

Emy me lança um olhar mortal, me mandando calar a boca.
Porra, mas eu nem comecei!

-- Você sempre soube que um dia isso aconteceria. -- Pontua, com a voz firme.

Então, agora ela decidiu ser direta?
Eu gosto dessa Emily...

-- Que minha irmã transaria com o meu primo bem debaixo do nariz do nosso pai? -- Suspiro, quando a vejo cruzar os braços na frente do corpo. Ela ainda está na defensiva. -- Não sou seu inimigo, Emy.

-- Não é? -- Arqueia uma sobrancelha escura. -- Então, me diga o que está fazendo aqui, Max. Por que não me deixa em paz?

Trinco o maxilar.

-- Porque eu sou seu irmão, porra! E não vou deixar que estrague tudo por causa dos seus caprichos.

-- Meus caprichos? -- Bufa. -- Você nos colocou nisso quando decidiu ir atrás de Lilith. É tudo culpa sua!

-- Porra, Emy! -- Xingo, sentindo meu sangue queimar.

Me sento em sua cama, passando as mãos por meu cabelo, buscando alguma porra de calma, algo que me impeça de arrancar o pescoço dessa diabinha traidora.

-- O que você quer? -- Seu rosto está vermelho de raiva. Ela está tão puta quanto eu, mas dessa vez, eu tenho a razão. -- Veio até aqui para fazer o papai desconfiar de mim? Quer que ele me mate?

-- É claro que não.

-- Então por que disse aquelas coisas na frente dele?

Me levanto, fechando o pequeno espaço que resta entre nós. Encaro seus olhos azuis determinados e flamejantes, contrastando com o rosto suave e delicado. Emy cresceu e se tornou um puta pé no meu saco.
Eu não deveria tê-la provocado tanto na mesa de jantar, mas precisava saber se os cães de caça de Edgar Osíris estavam chegando perto dos nossos problemas.

-- Porque eu tô cansado da porra dos seu joguinhos. -- Rosno, levando minhas mãos até seu rosto, querendo tocá-la e assegurar à minha irmã que eu ainda estou aqui. Somos família, porra! -- Já chega, Emy! Seja lá o que estiver acontecendo entre você e Thomas, eu não quero me meter. Eu acho errado? Porra, pra caralho! Mas eu já fiz coisas muito piores, e vocês dois também. Apenas, não se meta com Elijah. Está me ouvindo? Aconteça o que acontecer, não chegue perto dele.

Segredos Profanos [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora