Capítulo 5

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"...toda vez que penso no buraco, que me engole
tenho ainda mais vontade de me deixar ser consumida.
de me deixar afogar.
talvez eu devesse..."

- Algo que escrevi um dia desses...(se quiserem, posso postar o texto completo depois)

Votem e comentem :)

Lilith River.

-- Minha princesa.

Me aconchego em seu peito quente, inalando seu cheiro através do sangue.

Em alguns lampejos vejo Max entregando a menininha para um dos homens que trabalham para sua família, me debato em seus braços, não querendo me afastar da criança e deixá-la com aqueles homens.
Minha mente está tão confusa, não sei como saímos dos túneis, muito menos como viemos parar no estacionamento privativo do motel. Por que sua camisa está suja de sangue?
Olho para minhas roupas.
Tem sangue também.

Por que tem sangue em meu vestido?
Ele me machucou?

-- Está tudo bem, Lilith. -- Sussurra, segurando meu rosto.

Encaro seus olhos azuis safiras, eles estão presos em mim, como se pudessem ler minha alma. Como se fossem os donos de minha alma quebrada.

-- Respire. A menina vai ficar bem. -- Acaricia minhas bochechas, espalhando algo molhado em minha pele.
-- Não chore...-- Me acalma.

Respiro fundo, ignorando o aperto doloroso em meu peito. Minhas mãos agarram a frente molhada pelo sangue, de sua camiseta, e não sei porque o puxo para perto de mim. Max me enlaça em seus braços fortes, me apertando contra seu peito.
Fecho os olhos, sentindo as lágrimas quentes escorrendo por minha face, se misturando com o sangue que agora também suja o meu rosto.

Me perco ali, em seus braços.
Meu pranto aumenta com o zumbido que invade minha mente, sufocando meu ser.
Está tão alto.
Machuca meus ouvidos.

-- Escute. -- A voz rouca de Max sobrepõe o zumbido, suas mãos forçando minha cabeça ainda mais contra seu peito.

E então, eu escuto.
O zumbido diminui.
Me foco inteiramente naquele som.
As batidas de seu coração.
O sinal claro de vida.

[...]

Gemo quando abro os olhos, ao som do despertador, e uma quantidade enorme de luz me invade.
Por que eu não fechei as cortinas?

Meia hora depois estou me arrastando pelo estacionamento do Motel, após ter dado bom dia ao meu pai no escritório. Coloco minha mochila na cestinha de minha bicicleta, bufando, subo e começo a pedalar para escola.

-- L-lilith.

Viro meu rosto, ao ouvir a voz falhada de Tom me chamando. Sorrio para o menino que conheço desde sempre, não dou muita importância para seu olhar assustado sobre mim, apenas continuo sorrindo, gentilmente.

-- Bom dia, Tom! -- Cumprimento, ao parar minha bicicleta na frente do guichê.

Tom assente, mordendo o lábio como se estivesse inseguro de algo, e fico curiosa com o modo que está se comportando.
Alguns segundos se passam, até que ele tome coragem para abrir a boca.

-- Não irei c-contar ao sen-nhor River. -- Sua expressão séria me diz que eu deveria ter entendido.

-- Sobre? -- Arqueio uma sobrancelha, tentando decifrar o que se passa em sua mente e o porque Tom parece ainda mais nervoso que o comum.

Segredos Profanos [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora