Capítulo 29

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três capítulos em três dias é suado hein...

Lilith River.

Me escondo debaixo da minha cama, assim que todos os sons da casa desaparecem e o silêncio reina ao meu redor.
Prendo a respiração, ajeitando meu corpo no espaço pequeno e apertado, tentando me acomodar e não deixar nenhum ruído escapar. Fecho os olhos, colocando minhas mãos sobre meus lábios, em um falha tentativa de controlar minha respiração ofegante, para que ele não descubra onde estou.

Deixo que o medo flua livremente pelo meu corpo, meu estômago se revirando com o pânico, o frio sendo espalhado pela minha coluna, me paralisando completamente. Me sinto gelada, fria.
São sempre as mesmas reações. É como se eu fosse a presa e ele o predador. A caça nunca tem fim.
Aguço minha audição, não escutando nada que denuncie sua presença no ambiente.

Mas ele está aqui, posso sentir.

E sei que ele está muito bravo pelo o que eu fiz.

Pressiono minhas pálpebras fechadas com mais força, quando escuto o leve som da madeira rangendo, quando a porta do quarto é aberta.
Aperto minhas palmas contra os meus lábios com mais força, me permitindo abrir os meus olhos para encarar a escuridão do quarto. Pisco, vendo suas botas pretas, enquanto ele está parado no batente da porta, provavelmente, observando o espaço ao seu redor, em minha procura.
Consigo imaginar o olhar penetrante e aguçado em seu rosto, me caçando. Sua mandíbula deve estar retesada, por conta de sua respiração ofegante e posso sentir o seu cheiro de couro e cigarro, dançando por sua pele e permeando todo ar que nos cerca. Ele ama isso, assim como eu. Ama sentir a adrenalina e confiança correndo por suas veias, pois ele sabe que vai me encontrar.

Ele sempre me encontra.

Max dá um passo para dentro do quarto, e me encolho ainda mais na escuridão. Sentindo coisas estranhas deslizarem pelo meu corpo, ao continuar imaginando cada movimento de seu corpo. Me pergunto se suas pupilas estariam dilatadas, do mesmo jeito que ficam quando me vê de pijama, quando saio do banheiro.

Ele pensa que eu não posso ver.

Max acredita que é muito bom em esconder suas expressões, ocultá-las de todos.
E ele realmente é.
Porém, desejo é algo físico e ele não pode disfarçar as reações naturais de seu corpo.

Aperto minhas coxas uma contra a outra, sentindo a lava escorrer por minha pele, a cada passo que ele dá, chegando mais perto da cama.

-- Ora, ora, ora...alguém decidiu se esconder de mim. -- Sufoco um suspiro, ao ouvir o som rouco de sua voz. -- Você tem sido uma garota muito má, Lilith...

Ele está sorrindo.
Posso sentir.

-- Eu sei o que você anda fazendo, princesa. -- Continua falando, sua voz baixa, soando cada vez mais perto à medida que se aproxima. Ele sabe onde estou. -- Há quanto tempo anda me observando, Lilith? Achou mesmo que eu não iria descobrir o que minha garota anda fazendo...

Sua garota...
Eu não sou sua.

Por Deus, quem estou querendo enganar? Eu me tornei dele nessas últimas duas semanas. Dividindo o mesmo quarto, permitindo que me levasse à escola e até mesmo...deixando que me tocasse, quando ninguém podia ver. Mesmo que fossem toques inocentes, eu sabia que ele não via assim. Max segurava minha mão, como se quisesse me marcar.

E eu gostei tanto.

-- Eu sempre soube daquele espelho falso no seu closet. Por que acha que eu me hospedei aqui naquele dia? -- A madeira do piso estala mais uma vez, com o seu peso, e posso ver o bico de suas botas viradas para minha cama. -- Eu sabia que a pequena Lilith não ia se negar a tentação de me observar. Você não consegue, não é? Não consegue fechar os olhos e apenas deixar passar...é curiosa demais.

Segredos Profanos [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora