DG 💣
Após os 10 anos, tudo deu muito certo ou muito errado. Eu lucrei muito, o suficiente para sair dessa vida e viver bem com minha família, mas a porra da adrenalina não permite. Eu não consigo sair disso, não me vejo fora do tráfico.
O meu filho não entrou 100% porque eu não permiti, mesmo sabendo que uma hora vou ter que deixar para que ele aprenda, caso seja necessário me substituir. Ele anda comigo, tem a própria arma por questões de autodefesa e sabe muitas coisas, mas não deixo que entre de cara. O tráfico não é fácil, não é para qualquer um, tem que ter cabeça.
Luiza não é bandida, não sente vontade de ser mas ela está envolvida também, ainda mais depois que Vanessa, Lc e Br voltaram. Ela cuida mais de problemas no morro, briga e tudo mais.
Mas eu sei que vai ter um surto de Luiza hoje, estou pensando seriamente em me mudar daqui da Rocinha, já moramos aqui há muitos anos mas eu não estou conseguindo ter o total controle do meu morro, como eu gostaria de ter.
Apesar desses últimos acontecimentos, o que nunca muda é a minha família e o apoio que eu recebo da minha mulher. Ela consegue me fazer ver as coisas boas no meio de tantas ruins, ela me faz ver a luz no fim do túnel e ela me dá a certeza de que eu escolhi certo e que ela é o amor da minha vida.
Acordei mais um dia extremamente estressado, levantei e fiz minhas higienes. Desci e Luiza, Isabella e Leonardo estavam tomando café da manhã. Hoje vai ter um pagode no morro e estou afim de ir.
Eu: Bom dia amores. - eles responderam, ficamos conversando por alguns minutos. - Vamos para o pagode no morro hoje?
Isabella: Vamos. - sorriu. - Vou para o meu quarto, beijos. - subiu.
Isabella vai me dar trabalho, isso eu tenho certeza. Ela é uma boa filha, é estudiosa e inteligente. Mas ela quer porque quer ser igual a mim, ela tenta, ela pergunta, ela faz de tudo.
Luiza: Não falo é nada. - reclamou e foi para a sala.
Ela não gosta da ideia de Isabella estar tão próxima do morro, eu também não gosto mas acho que proibir é pior.
Eu: Luiza, que foi? - fui atrás dela.
Luiza: Nada Douglas, está de boa. Eu não vou me estressar por conta de coisas incertas mas você sabe o que eu quero e não quero, certo? - assenti.
Eu: Você quer que eu proíba os meus seguranças de ficarem perto?
Luiza: Óbvio que não, eles precisam ficar perto. Só não acho essa proximidade dela com o tráfico saudável. Não sou mãe superprotetora, mas eu tenho instinto e eu sei que ela quer se tornar igual a você.
Eu: Não podemos controlar a vontade dos nossos filhos, eu também não queria Leonardo envolvido mas aconteceu. - ela deu de ombros e ligou a televisão. - Você pensa que eu gosto?
Luiza: Olha Douglas, vamos manter a santa paz. - falou, eu assenti e subi.
Fui para o quarto resolver algumas contabilidades do morro, tive um ótimo lucro nessa semana e fico feliz por isso.
Isabella: Pai, nós vamos que horas? - entrou no meu quarto.
Eu: Umas duas horas, meu amor. - ela assentiu e sentou na cama.
Isabella: Sabe pai, eu gostaria de ser como você. Eu queria ter poder, queria mandar nas pessoas e punir as ruins, sabe?
Eu: Isabella, você tem apenas 15 anos. Não é hora de você pensar em ser como eu, não é fácil filha. - andei até ela, sentei ao seu lado e passei a mão no seu rosto. - Estuda, faz uma faculdade!
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Recomeço
Short StorySegunda temporada de: "Amante do Crime" História de minha autoria. Não aceito adaptações. Plágio é crime! A história é ficção, contém uma certa realidade, mas não passa de ficção. • Linguagem informal. • Contém erros nas falas, não preciso nem dize...