Capitulo 45

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                                     DG 💣

Não está fácil lidar com esse morro, ainda mais com a volta desse arrombado do Chefe. Os menor tão surtando, e eu mais ainda. Ele tá tentando tirar meu morro e eu espero que não ataque quem não pode, porque aí ele se fode de verdade.

Isabella também tá foda, deixei entrar de vez, não sei se eu tô errado ou se vou me arrepender, mas é foda. Eu sou pai, tá ligado? Dou a vida pelos meus filhos, faço de tudo por eles e eu SEI que esse é o melhor. Mesmo não sendo o melhor.

Nessa vida louca, eu aprendi que quanto mais nós é privado, mais nós quer. O sistema faz isso, por exemplo a prisão, a prisão seria pra educar e não serve de porra nenhuma porque eu sofri tanto lá dentro que só sentia ódio e vontade de matar esses caras.

Saí como dono de morro, ganhei fama, ganhei dinheiro e ganhei moral. Mas fui privado da minha liberdade por um tempão, tá ligado? Não adiantou de nada, eu não saí do tráfico porque fiquei 3 anos numa jaula.

Eu sei que se eu privasse Leonardo e Isabella de entrarem, eles iam para outro morro. Cá entre nós, ninguém gosta de ser mandado e nem privado. Igual pai que prende em casa pra filha não namorar, a filha foge, dá um jeito e faz.

E muitas vezes, nessas fugas dá merda, a menina engravida e os caralho. O diálogo é essencial, eu fui, cheguei e falei que não ia ser fácil, conversei, tentei evitar. Só que chega uma hora que não dá mais!

Luiza fica super nervosa com isso, e ela acha que eu não fico. Onde Isabella vai tem 20 homens, ela que não vê. Onde Leonardo está, tem 20 homens, ele também não vê. São os meus filhos pô, e tá vindo mais um por aí. Tô feliz demais, eu amo ser pai, posso não ser o melhor mas faço tudo que posso por eles.

Eu falei que ia ser 7, já tenho 3 e agora falta 4.

E o foda é que, indiretamente, Isabella e Leonardo lutam pela mesma coisa: assumir o poder quando eu parar de traficar. Só que eles não sabem que o tráfico não está seguindo essa hierarquia mais, nós que decidimos quem fica no lugar.

Sinceramente não tô afim de escolher nenhum dos dois.

Dei um beijo na barriga de Luiza e levantei, fiz minhas necessidades e fui para a boca logo. Maior adianto morar aqui no Lins papo reto, agora eu nem gasto mais tanta gasolina.

Eu: Já já quero geral prestando conta com Th lá no galpão.

Xx: Coe Patrão, os cara tão ameaçando de invadir. - falou com cara de medo.

Eu: Manda eles virem ué. - dei de ombros. - Sem bala contada pra alemão. - falei e saí andando, meus seguranças vieram atrás.

Isabella: Pai. - veio correndo e me abraçou. - Posso fumar 1?

Eu: Tu sabe que eu não gosto de você fazendo essas coisas, e que pistola na cintura é essa? Eu falei pra não te darem porte.

Isabella: Eu tiro do meu lucro. - falou quase chorando e eu neguei com a cabeça. - Af. - reclamou.

Eu: Pega o porte dela, tu só vende, parceirinha. Não foi a vida que você escolheu? Sustenta. - ela revirou os olhos e eu dei um beijo na cabeça dela. - Quem liberar maconha pra ela, se considere morto. - falei. - Te amo pequena.

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