Capítulo 48

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Arthur

Por incrível que pareça as gravações estavam saindo com muita naturalidade e numa velocidade absurda. Não que eu já tenha feito isso outras vezes para comparar, mas pelo que a Carla me falou quando tentamos ensaiar em seu apartamento, haveriam muitas marcações de cena, os diretores interromperiam a cada mudança de posição para nos arrumar, seria algo bem trabalhoso, mas não, eles nos deixaram bem a vontade e davam sequencia em todas as cenas, mesmo eu montando meu próprio roteiro, so pra agarrar a loirinha. Repassávamos no inicio de cada gravação a intenção geral do clipe, e uma ou outra parte que refazíamos no final por questão de iluminação, um ajuste ou outro, de resto posso dizer que tivemos total liberdade, mais do que deveríamos inclusive.

Nunca imaginei falar isso, mas até que estava sendo bem gostoso de gravar e não me importaria de fazer mais vezes, se fosse ao lado dela.

Ter colocado as musicas para tocar enquanto gravávamos foi uma sacada genial do diretor. Eu sentia cada palavra e cada fase que já tinha vivido com a Carla e que ainda sonhava viver. A entrega da baixinha era impressionante... Pode ser o fato de ela ser uma excelente atriz, mas a emoção que eu via em seus olhos não podia ser so atuação. Ela estava sentindo o mesmo que eu e eu era um filho da puta de muita sorte de ter essa mulher ao meu lado e faria o que fosse necessário para nunca mais a perde-la.

Carla:

O Arthur estava surpreendendo a todos. Por mais que eu já tivesse plena consciência do quanto tínhamos uma conexão surreal, que eu nao encontrei na vida em qualquer outro parceiro, eu jamais imaginei que nos sairíamos tão bem trabalhando juntos. Era muito fácil gravar com ele. Podia sentir cada verso da musica enquanto olhava em seus olhos, como se cada estrofe falasse com a gente e com a nossa curta história. E tenho certeza que os diretores e restante da equipe estavam sentindo a mesma coisa, pq sequer nos interrompiam.

A cada musica e a cada cena que gravávamos eu tinha mais certeza do que estava sentindo por esse homem e não podia ser so coisa da minha cabeça. Eu via em seu olhar o quanto ele também estava emocionado e entregue. Se eu não o conhecesse, podia jurar que era ator desde criancinha, mas nem mesmo o melhor dos atores fariam tão bem aquele papel de apaixonado e de sofrimento com os desencontros do casal como o Arthur estava fazendo naquele momento.

Estava sendo maravilhoso gravar com ele, mas mal podia esperar para terminarmos logo e finalmente estarmos a sós para matar toda a saudade que eu estava sentindo do meu marrentinho.

Quando faltava só mais um clipe, o diretor autorizou que fizéssemos uma pausa para um café, já que as gravações tinham rendido bem acima do esperado.

Achei ótimo, estava ansiosa para ter alguns minutinhos a sós e lhe agarrar muito, para ele pagar toda provocação que me fez nessas gravações. Não que já não tivesse tirado algumas casquinhas também, mas sem plateia é sempre melhor ne.

Fiquei aguardando por Arthur para irmos juntos, mas como o diretor pediu para falar com ele antes de sair, acabei indo na frente para os deixar a vontade.

Arthur:

Assim que o diretor sinalizou a parada, senti um frio na barriga. Teria a chance que encarar Carla frente a frente, longe dos olhares curiosos da equipe. Estava doido para agarra-la, sentir seu perfume de pertinho, encaixa-la em meus braços e não soltar tão cedo, mas não sabia exatamente como ela reagiria, ou se iria querer ter alguma conversa antes...

Comecei a me preocupar imediatamente, mas assim que vi seu sorriso lindo em minha direção e que estava parada a poucos passos da porta me aguardando, uma sensação de paz invadiu o meu corpo.

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