Capítulo 54

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Arthur se da conta da besteira que tinha feito. Sempre que perdia a cabeça ele acabava agindo feito um idiota e estragando tudo. Foi assim a sua vida inteira, mas não queria mais errar, muito menos com a loira.

Pediu que o pessoal da banda, que já haviam se tornado seus amigos, guardassem todo o equipamento e fossem para o hotel, pq ele teve um contratempo e teria que resolver um problema urgente e que não se preocupassem caso não voltasse para o hotel. Ele se viraria.

Recuperou seu celular esquecido na van e tentava ligar insistentemente para a loira, já a caminho de seu hotel, mas nem sinal. Sabia que teria bastante trabalho para domar a fera, mas isso não importava. Só queria chegar logo e resolver essa situação

Felizmente ela não havia bloqueado sua entrada e assim que se identificou na recepção, liberaram seu cartão de acesso. Respirou fundo e pegou o elevador. Havia ensaiado mentalmente milhares de vezes o que falar mas nada parecia bom ou convincente o suficiente para se desculpar pela sua reação exagerada.

Mas que culpa ele tinha de ter tanto medo de perdê-la? Não se conseguia mais imaginar sem ela ao seu lado e qualquer sinal de perigo, seu inconsciente já o colocava em alerta e não conseguia dominar suas reações.

Ficou parado alguns segundos em frente a porta, respirou fundo e finalmente tomou coragem de entrar.

A suíte estava toda decorada com velas, aromatizantes e flores por todos os lados. Um balde de espumante descansava sobre a mesa, ao lado de duas taças e algumas fotos dele nos últimos shows estavam espalhadas pela cama. Carla realmente tinha pensado em cada detalhe para uma noite especial em comemoração àquele dia, e ele, idiotamente, havia estragado tudo.

Procurou a loira por todos os cômodos da enorme suíte mas não encontrou nenhum vestígio de que estivera ali nas ultimas horas. Seu coração começou a acelerar e inúmeras coisas se passavam em sua cabeça. Tentou ligar mais uma dezena de vezes, todas em vão.. Estava ficando preocupado com esse sumiço e achou melhor recorrer a quem provavelmente também iria querer matá-lo ao saber o que estava acontecendo, mas era sua única chance de localizar Carla.

Ligou para Keh e explicou por cima o que havia acontecido e como previsto, ela queria matá-lo por ter sido tão burro, mas seu apelo e preocupação com a loira a fizeram ceder. Também não estava conseguindo contato com Carla e não havia falado com ela depois que chegou em São Paulo, mas lhe passou seu antigo endereço. Talvez estivesse ido para la com a mãe.

Arthur ficou reticente já que ainda não conhecia Dona Mara e não era a melhor circunstância para ser apresentado a sua futura sogra, mas não aguentava mais esperar sentado por notícias da loirinha.

Pegou suas coisas e saiu novamente para o endereço que a morena havia lhe enviado, do outro lado da cidade. Desse jeito iria conhecer São Paulo inteira num carro de aplicativo, mas não se importava.

Não sabia o que falaria ou como se identificaria na portaria, mas precisava ter notícias de dela.

Dona Mara estranhou o interfone a essas horas, mas assim que o porteiro lhe disse o nome de Arthur, constrangido por estar incomodando a essas horas, ela autorizou a subida do rapaz. Ainda não o conhecia pessoalmente, mas sabia muito bem quem era e o esperava para um jantar em família somente na noite seguinte.

Arthur subiu, ainda atordoado com tudo que estava acontecendo, e assim que o elevador se abriu já deu de cara com a mulher que julgava ser sua sogra o aguardando na porta. Ficou mudo, como se um gato tivesse comido sua língua, mas ao ver a porta quase se fechando, reagiu, e saiu caminhando em direção a senhora que o olhava intrigada.

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