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As corridas matinais sempre fizeram parte da minha rotina logo depois dos meus quatorze anos

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As corridas matinais sempre fizeram parte da minha rotina logo depois dos meus quatorze anos. A princípio foi pelo fato de eu sempre odiar estar tão ''perto'' das pessoas, logo após foi pelo óbvio motivo de não aguentar tantas investidas dos paparazzi.

Eu poderia matar cada um deles.

Ser filha do maior CEO da Itália não é tão satisfatório como muitos imaginam, mas ser filha do grande Capo da famiglia era, é algo que me agrada muito. Marco Bianchi, o viúvo, grande CEO, o multimilionário mais cobiçado de toda a Itália, vive sua vida como um 'bom' homem, rodeado dessas imundas corsas cheias de câmeras e flash ao seu redor, somente para registrar qualquer merda que ele faça, como; que tipo de pão ele come em sua manhã ou a porra do uísque que ele toma para relaxar. E, eu, como filha, sou mais uma merda de conteúdo desses abrutes.

Cansei de ver estampado na porra de um jornal, revista e tabloides o quanto Marco é um homem cobiçado. Suas acompanhantes imploram sem uma palavra pela sua atenção máxima, porém nunca passam de uma transa de algumas noites, se chegar a ter as palavras 'noites' no plural, em sua vida agitada.

Depois do assassinato de minha mãe, Marco nunca mais foi o mesmo, eu nunca mais fui a mesma. Tudo o que era bom foi morto e enterrado junto a ela. Aos sete anos de uma garotinha, os pais querem lhe dar brinquedos, bonecas, sapatos e vestidos, mas isso não foi o meu caso. Aos sete anos, eu ganhei uma mãe morta e uma sede de vingança na qual não me saciei, ainda.

Me tornei tudo aquilo que minha mãe não queria, mesmo que ela tenha se casado com um dos homens mais cruéis que já conheci. Uma puta hipocrisia, eu sei. Mas me dediquei a treinos que me levaram a torturas por semanas, meses, anos. Implorei pela morte, ansiava por ela a cada vez que minha pele sangrava. Tudo foi necessário para tornar-me o que sou hoje. Não me arrependo de nada. 

Muitos me chamam de Dama da Morte pelo sangue que mancha as minhas mãos. Algo que particularmente eu ignoro, apelidos e nomes para a minha pessoa não aumentam o meu ego. Afinal, a minha vítima sempre saberá quem eu sou, quem é que vai acabar com sua miserável vida. Mas ouso admitir que ser chamada de Dama da Morte é bem mais atrativo que essa merda de filha do grande CEO.  

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__ Boungiorno, papà. __ digo assim que o vejo. Acabei de chegar da minha corrida.__Vou tomar um banho, me arrumar, já desço para o café.

Não demorei para me arrumar e descer, como de costume, o silêncio foi a nossa companhia nessa manhã. Ao chegar na empresa, fui direto para a minha sala. Odiava cada segundo do meu dia ter que revisar contratos e relatórios. Não fazia muito na empresa, o que achava ótimo. Cresci em volta de sacos de areia, facas, armas, papéis eram a última coisa que eu queria. Marco sabia disso muito bem, e ainda sim me queria por perto, pois mesmo tendo a porra de uma organização, ele também era dono de um império. Um império no qual os negócios se expandiam, facilitando muito os nossos negócios ilegais.

O telefone toca e eu quase suspiro de alívio, não aguento mais esses papéis de merda. Mas não é a minha secretária do outro lado da linha.

__ Bianchi?__ o tom desconfiado, incerto, é desconhecido.

__Sì.

__Seu pai morrerá hoje.__ A semana mal começou e já tem ameaças contra Marco.

__É mesmo? __rodopio uma caneta entre meus dedos. Papà sempre recebeu ameaças tanto por ser Capo, como por ser um grande CEO. Seus dois 'eus' sempre lhe trouxeram inimigos, todos tolos, ao meu ver.__ E deixe-me adivinhar. Esse alguém é você? __ Seu silêncio é uma confirmação. __Não seja um idiota.__ Aviso solene.

__ Esse idiota irá acabar com seu pai de merda.

__ Você sabe com quem está falando? __pergunto ainda rodopiando a caneta. Tenho que terminar essas merdas de papéis e esse idiota está me atrapalhando.

__Claro que sei. __ seu risinho confiante me deixa em alerta.__ Uma garotinha que brinca com uma arma não me dá medo.

__ Arma?__ pergunto cautelosa.

__Seu carro tem várias delas. Devo admitir que umas são ótimas.__ O figlio di puttana mexeu no meu carro. Antes que eu possa falar algo, ele se adianta;__ Monstros como o seu pai merecem queimar no inferno.__ ele desliga no mesmo momento em que o som alto de uma explosão preenche meu ouvido, estremecendo a minha sala.  

Cazzo.

Corro em direção ao meu Capo ao mesmo tempo, em que ligo para Enzo, que não demora a me atender.

__ Quero que você rastreia a última ligação da minha sala. Agora!

__O que esta acontecendo?

__Um idiota, isso que aconteceu.

Vejo Marco com alguns dos nossos homens entrando em um de nossos carros em segurança. O caos está ao nosso redor, pessoas gritando, correndo e até mesmo consigo ouvir o barulho de algumas sirenes. A polícia já está a caminho. Me sento ao lado de Papà, ele está nervoso pronto para matar um. O carro só para assim que chegamos ao cartel.  

__Vou voltar e falar com a polícia. __ Ele avisa. Anuo pronta para sair do carro.__ O quero morto.__ Ordena-me.

__O terá.__ garanto.

Não demora para Enzo me mandar o nome e a localização que eu precisava.
Hora de brincar.

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(Enzo)

(Enzo)

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𝑰𝒏𝒂𝒔𝒑𝒆𝒕𝒕𝒂𝒕𝒐 - Vingança, Obsessão e AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora