❌NOVA VERSÃO❌
Kiara Bianchi, a italiana conhecida com Dama da Morte. Criada para cumprir e seguir apenas dois objetivos postos em sua vida. Dona de si, um tanto solitária, encontrará em Ethan Petrovsky uma desordem no seu mundo particular.
Em busca...
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A raiva queimava cada centímetro de meu corpo. A vontade de matar todos os que passavam diante dos meus olhos era grande. Saber que Kiara passou a tarde com aquele bastardo me atormentou a todo momento. Procurei maneiras para extravasar a minha ira e arrancar membros, sentir o sangue de seres insignificantes sob minha pele não foi suficiente para me tranquilizar.
O perfume doce e cítrico daquela diaba em forma de mulher preenche o ambiente. Não olho e não faço menção de dizer algo. O ódio por saber que sua pele foi tocada por outro homem só meu faz querer castigá-la por permitir tal absurdo.
Estamos a caminho da Rússia. Meu pai está nos esperando, Kiara irá conhecer mais intimamente a minha família. Minha mãe está empolgada por vê-la em nossa casa. Diferente da mulher que escolhi como esposa, minha mãe é um ser alegre e gentil com todos os que entram em sua vida. Francesca Petrovsky é um verdadeiro raio de sol, seu jeitinho doce e acolhedor conquistou o assassino de coração manchado de meu pai.
Eu e Nikolai, meu irmão, crescemos em um bom lar, por assim dizer. Ivan não é um homem amoroso, o título de pai do ano jamais será direcionado a ele. Ivan Petrovsky é um homem feito, um verdadeiro tirano que deve ser, contudo, é protetor com quem se importa, no caso sua família. Meu pai é um líder cruel, porém justo, um capo sanguinário, mas todos os homens de nossa família são. A única gentileza, bondade que existe em nosso meio vem de mamãe e Aurora, minha cunhada, elas são as únicas que conhecem o nosso lado ''bom''.
Nikolai é o ser mais quieto que conheço, mas não me engana com sua pose de homem paciente. Niko é tão ambicioso e doente por sangue como qualquer outro de nossa família. Quando soube de sua obsessão pela doce Galli e seu plano de tomá-la a todo o custo, fiquei um tanto intrigado. Aurora é tão ou mais doce que minha mãe, não existe uma célula impura em minha cunhada. Meu pai dizia que seres nascidos na escuridão e criados com sede de sangue necessitam de luz e pureza para mantê-los sob controle.
Tanto Ivan como Niko proferiram que a minha vez iria chegar, que eu encontraria a minha luz e pureza algum dia. Cheguei a desejar isso por um tempo, afinal, queria o meu equilíbrio. Mas toda vez que presenciava eles em seus pequenos momentos de paraíso com suas escolhidas, mais eu queria me sucumbir na escuridão que me rodeava.
Ao conhecer Kiara, procurei por alguns segundos se teria algo puro, inocente nela, um alívio enorme me atingiu quando não encontrei nada além da semelhança nela. A razão por querê-la tanto é por saber o quanto ela é parecida comigo. Seu jeito mandão, sua indelicadeza, suas mãos manchadas de sangue, sua mente perversa e distorcida. Kiara completa a minha escuridão, inflama a chama da obsessão que possuo.
Kiara foi feita para ser minha.
Acompanho discretamente seus passos até a cabine no fim do avião. Em pouco tempo chegaremos à Rússia. Bebo o restante da bebida, abandonando o copo. Em passos silenciosos, entro na cabine fechando a porta atrás de mim. Kiara deixa uma maleta em cima da cama, olhando rapidamente em minha direção.
