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Meu corpo todo dói

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Meu corpo todo dói. Marco acerta minha costela em um chute que não consigo bloquear.

__Não abaixe a guarda, porra.__ esbraveja severo

O ar chega a meus pulmões com dificuldade. O suor escorre por todo meu corpo, meus cabelos amarrados no topo da cabeça grudam em minha nuca e alguns fios em minha testa. Passamos a manhã toda treinando minha resistência e força. Os últimos dias se resumiram assim, treinamentos, matar os homens de Yoshida que Enzo conseguiu rastrear e tomar conta dos negócios da famiglia.

Acerto o joelho esquerdo de Marco aproveitando o momento para acertar seu rosto com meu punho. Seu corpo cambaleia para trás, ele está tão exausto quanto eu.

__Não abaixe a guarda.__ Ironizo e o mesmo me encara com suor escorrendo por seu rosto. Um sorrisinho quase inexistente curva o canto de seus lábios.

 Com agilidade e rapidez, Marco parte para cima de mim com uma sequência de socos nas quais consigo bloquear com facilidade, mesmo que isso me faça ficar ainda mais cansada. Tento dar uma joelhada na lateral do seu corpo no mesmo momento que ataco seu rosto. O mesmo consegue se defender agarrando meu pulso, passando seu pé entre minhas pernas, me dando uma rasteira que me faz cair ao chão. Grunho de dor, porém mal tento tempo para puxar fôlego quanto Marco já está em cima de mim, segurando minha mão direita com força na lateral de minha cabeça com o seu punho levantado em uma ameaça de que poderia me acertar.  

__Venci.__Declara. Sorrio ladino.

 __Será?__ Ergo uma sobrancelha e o faço sentir a pequena lâmina que seguro com minha mão livre um pouco a baixo de seu peito. Marco me olha brevemente, surpreso pela rapidez que tive ao pegar uma de minhas adagas em minha coxa. Um sorriso mais visível e até mesmo satisfeito enfeita seu rosto.  

Me levanto com sua ajuda e sem pressa aprecio o ar chegar inteiramente em meus pulmões doloridos e exaustos.

__ Sempre esqueço dos seus brinquedinhos escondidos. __ diz tirado as faixas enroladas de suas mãos. Faço o mesmo em silêncio.__ Irá almoçar com Dener?

__ Sim. Ele está na cidade.

__ Ele nunca vem para cá.__ Verdade. Dener, meu avô, não gosta de colocar seus pés na Itália desde a morte de mamãe, e mesmo odiando o fato de vir para o país que sua filha morreu, ele diz que ainda tem uma parte dela aqui, eu, por isso de suas visitas raras são necessárias.

 Contudo, sei que meu avô não está aqui somente para me visitar. Suas ligações recentemente vêm sendo mais frequentes, suas mensagens contêm mais de seis palavras, o que é estranho. Sou acostumada com 'Como você está?' 'Vem me ver.' 'Sumiu por quê?'  

Dener é ainda mais reservado do que eu ou papà, e tê-lo me cercando é tão estranho quanto meu pai preocupado com a minha resistência, força e agilidade ao me defender.

𝑰𝒏𝒂𝒔𝒑𝒆𝒕𝒕𝒂𝒕𝒐 - Vingança, Obsessão e AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora