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Os dias estão sendo infernais

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Os dias estão sendo infernais. Sono e alimentação desregulada, minha irritação é constante, e tudo ao meu redor é um completo tédio ou um completo caos, que me tira do sério.

__ Você deveria tomar um banho. __Olho para meu pai que bebe seu Bourbon como se fosse água. Seu olhar frio, irritado, é comparado ao meu.

__ Digo o mesmo a você.__ respondo fumando até o limite do filtro do cigarro. Venho fumando mais do que o normal, isso vem sendo a única coisa que me traz um pouco de tranquilidade desde que tive que voltar para a Rússia. Ivan sofreu um ataque, uma invasão em seu território, onde a casa da nossa família se localiza. Mesmo que Ivan tivesse tudo sobre controle, que com Nikolai fizeram os invasores virarem nada mais nada menos do que poças de sangue, tive que vir no momento em que soube.

Kiara não se opôs, pelo ao contrário, insistiu para que eu retornasse e verificasse como todos estão, e depois que lhe contei que os japoneses juntos com alguns mercenários estavam trabalhando juntos invadindo alguns de nossos território e roubando nossas cargas, ela entendeu que eu precisava ficar por mais um tempo.

Nossa união fez nossos negócios se expandirem logo após Kiara tomar sua liderança. As munições, armamentos tecnológicos de última geração que desenvolvemos em conjuntos, as lavagens de dinheiro, as drogas, tudo. Viramos a porra de uma equipe foda na qual o dinheiro entra e o poder reina.

Meu pai virou um fodido fã da minha mulher, peguei várias vezes ele se gabando por ter uma nora fodidamente inteligente e punho firme na liderança, e outras várias vezes se gabando de ter Aurora como uma dominadora de monstro, o que de fato concordo com ele. Esse velho gosta de suas noras mais do que dos filhos, certeza, e eu não poderia me importar menos. Gosto de como minha família acolheu Kiara, e gosto mais ainda de saber que Kiara aos poucos está gostando deles também, mesmo que ela não diga isso em palavras.

Porra.. que saudades daquela demonia gostosa, do seu corpo junto ao meu, dos seus lábios carnudos. Saudades daqueles sorrisos lindos. Faz sete dias que não sinto seu cheiro doce e o amargo de seus arranhões.

__ Eu espero que nenhum de vocês estejam feridos.__ A voz severa de Francesca ecoa pelo cômodo. Nikolai levanta-se da poltrona e, antes de sair, ele deixa um beijo suave na cabeça de nossa mãe sem a sujar. Os olhos da loira o examinam entre o mar vermelho que o pinta, tentando encontrar algum ferimento.

__ Estamos todos vivos, querida.__ meu pai a tranquiliza, indo em seu encontro, beijando suavemente seus lábios.

__Vivos e sem machucados, eu espero.__ Ela briga com ele, porém seu olhar suavemente preocupado e aliviado ao mesmo tempo, está presente.

Olhando para meus pais, a saudade que sinto de Kiara aumenta. Depois de tantos dias juntos, da nossa aproximação tanto intimamente quanto sentimentalmente, mesmo que ambos não dissemos uma só palavra sobre isso, noto o quanto de tempo estou perdendo. Foda-se, assim que essa maldita missão acabar, vou voltar para aquela desgraçada que amo e contar tudo o que sinto por ela.

Chego perto de minha mãe o suficiente para que ela confirme por si própria o quão bem estou, deixo um beijo suave no topo de sua cabeça loira.

__ Estamos bem, Мать (Mãe)__ tranquilizo o pobre coração da mulher antes de caminhar para a saída.

__Esteja pronto em trinta minutos.__ Ivan avisa antes que eu possa sair do escritório.

Ainda consigo ouvir minha mãe brigar com ele sobre estar sujando o carpete de sangue quando fecho a porta. Maldição, eu quero tanto essa merda de romantismo com aquela tatuada gostosa.

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Atento, silencioso e irritado para um caralho, caminho com Nikolai e alguns de nossos homens para averiguar uma nova pista dos japoneses filhos da puta que Yuri conseguiu com um de seus informantes. Aquele desgraçado que chamo de amigo se encontra do outro lado do mundo, infiltrado em alguma merda que meu pai deu a ele em missão, e ainda, sim, consegue me ajudar com tudo o que preciso. Yuri repassou para Ivan uma localização no norte da Rússia, onde estamos agora. Consigo ver um casebre solitário entre as árvores congelantes. Estamos perto o suficiente para ter uma boa visão do local.  

O extremo frio me irrita na mesma proporção que meu sangue ferve por reconhecer um dos soldados de meu pai amarrado em uma cadeira. Seus ferimentos são visíveis, o sangue escorre pela lateral de sua têmpora, sua boca está tapada com fita. Dou sinal com os dedos para nossos homens se dividirem sobre as extremidades do local. Com Niko me dando cobertura, tendo a certeza de que tudo está limpo, entramos na casa sem dificuldade alguma. Três dos nossos estão mortos, jogados no canto e o único sobrevivente tem a porra de um telefone descartável preso na perna com fita. Um dos soldados vai até o outro preso, retirando a fita de sua boca.  

__ Se-senhor..__ sua fraca voz, olhos assustados, cansados, estão entre mim e meu irmão.__ foi uma armadilha.__ Dois dos nossos o ajudam a ficar em pé quando suas amarras foram desfeitas.

__ Notamos.__ a voz de Niko soa fria e cortante. Ele dispensa com uma ordem silenciosa para levar o ferido de volta à nossa base, não antes de pegar o celular que deixaram.

Como eu, Niko notou de primeira sobre ser uma emboscada para nos atrair, assim que percebemos o perímetro vazio demais. O celular deixado é a prova de que querem nos dar um recado. Um aviso. Não precisamos se perguntar que foram os desgraçados fodidos. Os malditos japoneses vinculados à Youshida vêm sendo um pé no saco desde que ele ressurgiu dos mortos. A caçada, mesmo comigo distante de Kiara, continua. Minha esposa vem estando para além do limite, assim como eu, com as merdas que estamos tentando consertar.

Nossas cargas estão sendo roubadas ou destruídas. Os ratos traidores estão por toda parte. As malditas rosas-vermelhas no túmulo de minha sogra estão frequentes. Kiara vem estando ao ponto de enlouquecer com Marco cobrando-a todo instante. Perdi as contas de quantas vezes eu e ela discutimos por ligação por vê-la machucada, sobrecarregada por Marco estar levando-a ao limite todos os dias. Notei como a mente fodida pela ânsia de matar Youshida, a sede de vingança de Kiara é algo fácil de Marco manipular.   

Marco é um grande filho da puta ao cobrar tanto de minha mulher, e isso está fazendo-o comprar uma briga fodida comigo. Inferno, minha esposa, mais do que qualquer outra pessoa, vem dando tudo de si no caralho dessa caçada. Velho maldito.

Ao caminho de volta para a casa, tento mais uma vez me comunicar com Kiara. Não tenho notícias dela há mais de doze horas, e mesmo que discutimos na maioria das vezes, nunca deixamos de conversar. Enzo também não tem notícias dela e Enrico, por mais que eu não o suporte, não está com ela, pois o pirralho me informou.

Cadê você, принцесса(Princesa)?


Continua..

𝑰𝒏𝒂𝒔𝒑𝒆𝒕𝒕𝒂𝒕𝒐 - Vingança, Obsessão e AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora