𝑰𝒏𝒂𝒔𝒑𝒆𝒕𝒕𝒂𝒕𝒐 - Vingança, Obsessão e Amor

16

Meu pulso acelera cada vez que olho discretamente para Kiara. Ela está deslumbrantemente fascinante nesse vestido preto. A fenda elevada destaca quase toda a perna esquerda de minha esposa, o decote em coração a deixa elegantemente deliciosa. Bianchi é a porra da mulher mais linda que meus olhos tiveram o prazer de contemplar. Mas pude notar que a mesma me olha como se algo estivesse errado, e porra, realmente tem.  

Não posso encarar seus olhos por muito tempo, mesmo que minhas mãos estejam vagando possessivamente pelo seu corpo a toda oportunidade que tenho, sei que revelarei algo sem querer, pois pela primeira vez na vida estou me sentindo um traidor de merda. Não amo minha esposa, porém exigi a porra de uma cláusula de fidelidade na qual eu também tenho que seguir. Estou decidido a contar a merda que aconteceu para Kiara, e se ela resolver fazer algo com Alessandra, eu apoiarei totalmente.

Aquela desgraçada me drogou!

Caralho.. Minha cabeça lateja só de pensar em como aquela diaba vai reagir. Kiara é imprevisível, ao mesmo tempo que eu sei o que posso esperar vindo dela, eu já não sei. Mas de uma coisa eu tenho certeza, minha mulher não é daquelas que perdoam, e mesmo que eu saiba que ela não possa me matar, não ainda, ela ainda pode me machucar.

Kiara Bianchi é a porra de uma demonia vingativa.

Minhas mãos sentem falta de tocar sua pele constantemente. Acabamos nos separando depois da cerimônia. Kiara se encontra do outro lado junto a Enzo. Seus olhos, vez e outra, encontram os meus. Eu preciso resolver logo essa merda. Kiara sabe que algo aconteceu e, mesmo que ela não me questione, vejo claramente em seu olhar o quanto ela está farejando no ar a minha mudança. Essa mulher de algum modo me conhece de um jeito que tenho certeza de que nem ela se deu conta do quanto.  

Olho em sua direção novamente, decidido a acabar com a agonia que minhas mãos sentem pela falta do seu corpo. Não escondo a minha insatisfação ao ver Enrico ao seu lado. Antes que eu possa ir até eles e tirar a minha mulher de perto daquele maldito, sou interceptado pelos únicos infelizes que eu não quero ver nem pintado de ouro.

__ Petrovsky,__ Mariano saúda. A loira maldita está ao seu lado, não faço questão de esconder o quão sua presença me irrita. Alessandra abaixa a cabeça.__ Irei logo ao ponto. __ Martini diz, seu tom é baixo, rude. Meus olhos fixam no homem tolo que acha que sua expressão ameaçadora me intimida.__ Sei sobre seu envolvimento com minha filha e, é pelo bem da minha menina que estou aqui como homem, dizendo que não aprovo o seu jeito de abandoná-la à base de ameaças.  

Encaro rapidamente a loira burra. Essa cadela está tentando ser a porra da vítima e ainda manchar a merda da minha imagem na cerimônia da minha mulher?! Aperto meus punhos, controlando-me para não matá-la e junto a ela o seu pai de merda.

  __ A sua menina lhe contou o porquê da ameaça?_ Minha voz sai baixa, fria.__ A cadela da sua filha, a sua menininha, é uma vagabunda que drogou o marido da sua Capo.__ Os olhos arregalados de Mariano não se comparam aos meus de puro ódio.__ Que invade quartos de homens comprometidos somente para ser fodida.  

__Seu mald..

__Acho melhor não entrar no meu caminho novamente, Martini. __ Aviso aos dois.__ Eu ainda dei a oportunidade de Alessandra estar respirando. Agradeça essa maldita bênção. Mas a minha mulher não é misericordiosa e vocês sabem muito bem disso. __ vejo Mariano recuar um pouco. Ele sabe o quanto os Bianchi são vingativos.

Sinto minhas costas queimarem, não preciso pensar muito para saber que Kiara está me observando atentamente. Droga, eu tenho que conversar com ela. Antes que eu consiga dar um segundo passo para longe desses malditos, Alessandra segura minha mão, me impedindo.

__ Filha..__ Mariano alerta a filha. Ela o ignora.

__Vai realmente me odiar depois do que aconteceu essa manhã?__ Sua voz baixa, esperançosa, me irrita. Me afasto bruscamente assim que encontro brevemente o olhar da minha diaba.

Porra.. Porra..

__ Se não quiser morrer, fique o mais longe possível de mim e da minha mulher. __ Seus olhos ficam marejados, assustados. __ É meu último aviso, Alessandra.

Em passos largos, começo a caminhar. Inferno.. Kiara acabou de me lançar um maldito sorriso que, sem dúvida, não deixará eu me explicar. O olhar e o sorrisinho que Enrico me enviou antes de sair, deixou claro que ele está adorando, seja lá o que Kiara planeja fazer contra mim. Estreito os meus olhos para a demonia que permanece com aquele maldito sorriso vingativo nos lábios. Ela ignora meus sinais, aumentando a fúria que ferve o meu sangue.  

Dispenso rapidamente todos os idiotas que me atrapalham a atravessar o salão, andando o mais depressa que posso. Não consigo alcançar aquela maldita mulher. Kiara ignora meus chamados e a última visão que tenho é aquele maldito sorriso perverso antes dela arrancar com o carro. Não penso duas vezes antes de ir em busca do meu próprio, porém me deparo com os pneus murchos. Aquela cretina furou os meus pneus e pelos rasgos foi com aquelas lâminas do capeta que ela sempre carrega na coxa.  

Ouço uma risada atrás de mim. Enzo me encara com certa diversão, sem disfarçar a sua curiosidade e zombaria.

__Não sei o que você fez, mas está ferrado, russo.__ seu comentário só aumenta ainda mais a minha fúria.

  Sorte desse pirralho que ele é importante para aquela diaba tatuada, se não eu o mataria agora, e isso sem dúvida pioraria a minha situação com ela. Ignorando-o, passo por ele, indo direto a um dos seguranças, pegando um dos carros da escolta.  

Essa maldita tem que me escutar.

.

.

__ ABRE ESSA PORRA. __ Ordeno mais uma vez, e mais uma vez esse maldito recusa.

__ São ordens da Capo, senhor.__ murmura receoso.

__ EU SOU A PORRA DO MARIDO DELA. ABRE ESSE CARALHO.__ ele resmunga mais uma vez que Kiara proibiu a minha entrada temporariamente.

Soco mais uma vez a porta do carro, deixando mais um amasso na lataria. Ela está com aquele bastardo. Os dois. Sozinhos. Kiara vai me punir mexendo com a porra do meu ego.

__ABRA!__ Exijo, apontando minha pistola em seu rosto. Minha paciência acabou. Rapidamente vejo os outros guardas erguendo suas armas em minha direção. __Se não quiserem que cada maldito ser de suas famílias morra, sugiro que abaixem essas merdas. __ Vocifero para todos. Consigo ver, ouvir eles recuando, receosos pela ordem e ameaça que proferi. Vejo claramente apenas um deles ainda com sua arma levantada em minha direção. Desvio meu olhar para o homem que me olha com certo medo, mas ainda, sim, o único que não se acovardou.  

  __Desculpe, senhor. Mas são ordens diretas da Capo. __ admiro sua lealdade, mas nesse momento ela não está me favorecendo. Antes que perco de vez o controle, ele diz rapidamente: __ Podemos ligar para ela.  

__ O que está esperando então, caralho. Ligue!__ Com certo desespero, rapidez, o rapaz liga. A cada tentativa falha, minha ira intensifica.  

Eu deveria saber que com Kiara é tudo 8 ou 80. Nada é fácil vindo dela. Essa maldita nem se quer me deu a chance de se explicar, sei que não confia em mim, mas, caralho, agora estamos casados. Pego rapidamente o celular que o pequeno corajoso me estende assim que Kiara atende.

__ Abra a porra dos portões, Kiara. Agora!__ profiro em fúria. Sinto um nó em minha garganta ao ouvir sua respiração descompassada do outro lado da linha e, logo em seguida, seus gemidos.

Aquele desgraçado está tocando nela, tocando no que é meu, e ela simplesmente está deixando.

Isso não ficará assim.

_____________________