❌NOVA VERSÃO❌
Kiara Bianchi, a italiana conhecida com Dama da Morte. Criada para cumprir e seguir apenas dois objetivos postos em sua vida. Dona de si, um tanto solitária, encontrará em Ethan Petrovsky uma desordem no seu mundo particular.
Em busca...
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A volta para a Itália foi mais longa do que jamais poderia imaginar, mas o verdadeiro inferno começou com a porra da angústia instalada em meu peito, me esmagando a todo tempo com o passar das horas. Quando cheguei, Enzo, Enrico e Marco já estavam o mais rápido possível à procura da minha mulher.
Os nossos soldados estão espalhados em cada centímetro dessa cidade, com armamentos de ponta para cada um, somente para derrubar qualquer infeliz que apresente ter pegado Kiara. Uma raiva crescente rodeia esse país e a mim a todo instante.
Eu vou te encontrar, принцесса(Princesa).
Nos encontramos na mansão de meu sogro, onde a bagunça de objetos, vidros e móveis quebrados são ignorados por todos. Marco está fora de si, e não é para menos. Antes de sair da Rússia, consegui fazer ainda mais estrago do que vejo por aqui. O meu controle foi embora por longos minutos. Saber que minha mulher está nas mãos do meu inimigo, sendo torturada, não é uma situação que me deixa com a mente sã.
Nikolai, Dimitri e até mesmo Yuri, que está por chegar, me acompanharão na busca pela minha esposa. E eles e todos que me servem sabem que estou disposto a ir aos confins do mais profundo inferno para trazer Kiara de volta para mim.
Computadores, armas, lâminas, cigarros, mapa com estratégias marcadas e copos com álcool que nos mantém no limite, se apossam da mesa. Os dedos de Enzo não cessam por nenhum momento nas teclas de seu aparelho. Enrico está inquieto, nervoso e a todo instante liga para alguns dos soldados espalhados pela cidade, por notícia.
Nikolai se encontra ao lado de Enzo com o rosto direcionado para outra tela, trabalhando a todo custo para conseguir algo útil do aparelho que Kiara e eu encontramos outro dia na antiga casa de Igor. A fúria que queima entre minhas veias, adentrando e se apossando de meus ossos, é contida a base de tortura, somente para ser liberta quando minhas mãos possuírem cada ser maldito que ousou tocar minha mulher.
Os segundos voaram, os minutos se tornaram horas e as horas se tornaram o inferno de três dias.
Três dias, porra.
Nessas 74 horas e meia, não tivemos uma única pista do paradeiro de Kiara. Marco passou os três últimos dias a procura da filha e, mesmo que eu não me simpatize nem um pouco por ele, é visível o quanto quer encontrar Kiara, contudo, não consigo odiá-lo menos a cada vez que ele afirma e reafirma que a filha é treinada o suficiente para enfrentar essa merda toda. Quando dou por mim, arremesso Marco com força o suficiente para bater as costas na parede com um baque alto.
__ELA PODE ESTAR MORTA, PORRA.__ Jogo o que resta do meu controle para o caralho.
Esse maldito não consegue entender que eles podem tê-la torturado o suficiente para que a vida da mulher que amo fosse ceifada lentamente? Que a filha dele, mesmo com todo treinamento, ainda é um ser humano que sangra, que sofre, que sua carne é cortável como a de qualquer outra?
Inferno... Como ele consegue nem se quer pensar que Kiara é uma pessoa como seus medos e insegurança, sua resistência à tortura não a faz invencível. Caralho, ela pode realmente estar morta...
Não, ela não pode ter me deixado...
__Ele não a mataria facilmente.__ Sua frieza controlada me irrita. Foda-se.
Meu punho acerta precisamente a lateral esquerda de seu rosto, fazendo cambalear para trás. Marco só não cai no chão, pois é sustentado por dois dos soldados que estão presentes na sala. O desgraçado não demora a recompor e a fúria de seus olhos não se compara à minha. Estou pronto para mostrar a esse desgraçado o quão a minha mulher tem valor com os meus punhos, tirando sangue de seu rosto até seus olhos pularem para fora.
__Não se atreva.__ A voz profunda, fria de Nikolai ecoa em comando ao entrar em minha frente, porém ele não está falando comigo e sim com meu sogro.
__ Não se meta. __ Marco retruca no mesmo tom. Seus olhos raivosos não deixam os meus.
Faço menção de afastar meu irmão e partir para cima de Marco, mas Nikolai me conhece o suficiente para impedir o meu movimento, me dando um olhar de aviso antes de voltar a atenção para o pai desgraçado que minha esposa tem.
__ Se eu não o impedir, seus olhos serão as novas bolas de gude com que meu filho irá brincar.__ Marco me olha como se duvidasse do que sou capaz. Não controlando, um sorriso cheio de ódio e desejo nasce em mim ao pensar o quanto seria prazeroso fazer esse velho sofrer ao tirar seus olhos com meus próprios dedos. __ Acalme-se.__ seu comando alto é para mim agora.
Antes que possa dar conta, Nikolai me tira a força, me puxando para fora da sala. O fim do corredor é vazio, solitário. Não consigo controlar a angústia que me consome, os dias estão passando e minha mulher está em algum lugar sendo cativa, machucada pelos nossos inimigos.
Meus punhos dói conforme se chocam sem parar na parede mais próxima. Meus olhos queimam ao ponto de cegar-me, minha garganta queima por tudo que não consigo dizer, mas também pelos gritos furiosos, angustiantes que saem alto e em bom som para todos saberem que não suporto a ideia de não a ter perto de mim.
Sinto falta de tirar daquele rosto carrancudo aqueles sorrisinhos discretos, de sentir sua pele na minha, do cheiro gostoso de seus cabelos, dos seus beijos deliciosos, da sua língua atrevida, das suas ameaças, da forma como seus lábios carnudos se movem ao me chamar de russo dos infernos, dos seus olhos escuros me olhando atentamente. Eu quero ter mais oportunidades de fazê-la gargalhar como a fiz dias atrás. Eu a quero segura. Quero cuidar de Kiara como ninguém nunca foi capaz de cuidar e amá-la como ela jamais foi amada.
__Vamos encontrá-la, irmão.__ Sua mão segura meu ombro, minha cabeça apoiada para frente encostada na parede que acabara de sentir meu punho por diversas vezes.
__ Nunca achei que me sentiria assim novamente.__ Murmuro.__ Estou apavorado, Niko. Não quero encontrá-la sem vida. Não quero... perdê-la.__O nó em minha garganta é tão doloroso quanto meus olhos marejados.
__ Assim como não me perdeu, você não irá perdê-la. Eu garanto.__ Sem temer esconder o meu pavor, encaro os olhos do, agora homem, esposo e pai, a pessoa que me causou medos anos atrás por achar que teria que viver um mundo do qual ele não faria parte. Ainda bem que ele foi forte o bastante para aquela merda toda, e minha Kiara também é.
Eu irei encontrá-la, trazer ela para casa. Prometemos que derrubaríamos todos os nossos inimigos, governaríamos esse mundo juntos. Passei anos desejando Kiara Bianchi, não é a porra de um japonês filho da puta que vai tirá-la de mim.
__CONSEGUIMOS. CONSEGUIMOS, CAZZO__ Um Enzo sorridente, o que não vi nesses últimos dias, diz no começo do corredor.
Enrico está ao seu lado encostado de braços cruzados na parede, seus olhos me estudam com cuidado e juro que consigo ver compreensão em seu olhar. Não sei quanto tempo ele esteve ali e não me importo. Tudo o que sei é que vou buscar a minha mulher.
