❌NOVA VERSÃO❌
Kiara Bianchi, a italiana conhecida com Dama da Morte. Criada para cumprir e seguir apenas dois objetivos postos em sua vida. Dona de si, um tanto solitária, encontrará em Ethan Petrovsky uma desordem no seu mundo particular.
Em busca...
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A minha cabeça dói e sinto-me que estou a ponto de enlouquecer. Eu não consigo compreender toda essa bagunça que meus últimos dias se tornaram. Sempre tive apenas poucos objetivos na vida. Vingar, machucar, matar aquele que tirou a preciosidade de minha vida e de Marco. Eu cresci para isso. Eu me tornei para essa função. Fui moldada para tal. Porém, tudo está caindo sobre mim como uma verdadeira avalanche, onde aos poucos estou perdendo o controle de como reagir, agir. Eu me casei, algo que jamais desejei fazer. Me tornei a primeira Capo mulher da famiglia. Uma responsabilidade que nunca almejei.
Eu sempre soube que meu poder de escolha não me pertencia. Marco me moldou para obedecê-lo, nunca me opus, o nosso objetivo sempre foi o mesmo. Matar aquele que nos fez sofrer. Marco me treinou para ser uma pessoa focada naquilo que se tornou nosso, meu, objetivo de vida. Emoções nos consumindo não são aceitas, e pela primeira vez não estou conseguindo compreender a tamanha confusão que estou sentindo dentro de mim.
O celular em minha mão com a chamada finalizada me traz um estranho desespero ao mesmo tempo que me traz um alívio que jamais achei que sentiria.
''Você está bem?''
''Seja o que for resolveremos isso juntos''
''Seus problemas também são meus problemas, Kiara.''
Por que ele se importa? Por que me senti bem com a sua preocupação?
Porra de russo que esta fodendo a minha cabeça.
Meu celular apita, vejo uma mensagem de papà.
'Ache o desgraçado e mande-o direto para o inferno. Faça o que você foi criada para fazer, Kiara. Não hesite.'
Não hesitarei.
Respiro fundo, me concentrando novamente no que devo. Estou voltando para a Rússia. Enrico me encontrará lá com o figlio di puttana que lhe ordenei buscar. Tenho que acabar logo com toda essa merda.
Enzo senta na poltrona à minha frente com seu MacBook em mãos. Ele está trabalhando sem parar nesses últimos dias, as manchas roxas abaixo de seus olhos são visíveis, o cansaço é evidente. Meu garoto está fazendo seu trabalho com afinco, e o orgulho que sinto dele só aumenta. Mesmo que eu queira que ele descanse, preciso dele, e sabendo disso, o mesmo não se importa de trabalhar dia e noite. Cazzo.. Me levanto, fecho o aparelho em seu colo e seus olhos cansados me encaram surpresos pela minha atitude repentina. Me sento novamente em meu lugar com seu MacBook em minhas mãos.
__Descansar.__ sua boca se abre em protesto, mas ele a fecha com apenas um olhar meu. Ele sabe que não é um pedido.
Enzo se levanta com certo bico de birra, deixando um breve beijo em meus cabelos antes de sumir na cabine no fim do avião. Abandono seu aparelho na poltrona ao lado e, com um sinal de dedos, a única aeromoça que permitir vir, me traz uma bebida forte. Também preciso descansar, porém, não consigo, minha cabeça não para de se perguntar o porque de um russo estar invadindo o meu território apenas para deixar malditas rosas-vermelhas no túmulo de mia madre.
. . .
Ao chegar na propriedade dos Petrovsky vejo o caos sangrento espalhado pelos cantos do território. Soldados estão por toda parte, um limpando, retirando pedaços de corpos que estão espalhados, outros limpando o sangue que pinta as paredes, outros em completa prontidão, em completo alerta.
__ Cazzo... aqui teve uma bela de uma diversão__ Enzo assovia baixinho olhando ao nosso redor assim que sai do carro.
Oh, se teve..
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As horas se passaram em uma lentidão que me fazia enfurecer a cada segundo. Uma ansiedade sem controle pulsava sem parar sobre minhas veias e uma preocupação, que aumentava desde a ligação de Kiara, me corroía.
O que se passa com minha mulher que não estou sabendo?
Aurora, com sua doçura, me fez companhia por algum tempo, claro que meu irmão jamais deixaria seu posto de sentinela particular. Niko ficou escorado no canto da parede, observando sua esposa tocar uma suave melodia no piano. Minha cunhada, com seu belo talento, tocou uma de suas composições na tentativa de me fazer se acalmar, e mesmo que não tenha surgido nenhum efeito, fiz questão de apreciar a sua gentileza.
Observei furtivamente o olhar banhado de admiração que meu irmão lançava para a pequena mulher que suavemente dedilhava as teclas do órgão. O olhar de meu irmão brilhava sem segredo, sua admiração carregava também um desejo egoísta e uma paixão avassaladora que sentia pela sua mulher, uma obsessão completamente doentia, onde, por alguma razão desconhecida, Aurora aceitou e aprendeu a amar.
As minhas entranhas se reviram cada vez mais e a ansiedade atravessava os meus ossos conforme me identificava com Niko. Aurora era seu mundo, sua fraqueza e força, e Kiara era a minha. Aquela maldita demonia linda se infiltrou em minha pele, não, em minha alma imunda, no meu coração corrompido e fez morada. Aquela italiana desgraçada não só tomou conta dos meus pensamentos mais sórdidos, como tomou posse dos meus mais profundos e insanos sentimentos.
Quando sou informado de que o carro que ordenei buscá-la quando seu avião pousasse, chegou, meus pés imediatamente se moveram. Não cesso meus passos quando meus olhos capturam os seus, também não demoro para ir ao seu encontro, laçando a lateral de seu corpo e rosto, puxando-a para mim, deixando um beijo demorado em sua testa.
Céus..
__ O-oque está fazendo?__ seu gaguejar sussurrado me faz sorrir internamente. Meus olhos encontram os seus, vislumbrando um leve brilho neles que faz a porra do meu peito se inflar. Estou em uma mistura de emoções que me deixa completamente confuso, porém consigo identificar claramente a tranquilidade que me percorre por inteiro somente por tê-la em meus braços, por sentir o calor de sua pele na ponta de meus dedos.
Ainda não consigo entender como cai em meu próprio jogo... porra, eu realmente estou loucamente apaixonado, rendido por essa demonia linda.
__ Apenas cumprimentando a minha esposa.__ beijo suavemente seus lábios e juro que ouvi ela suspirar. __ Como foi a viagem?__ pergunto, me afastando, mas sem a soltar totalmente.
__ Tranquila.__ Responde após logos segundos me encarando. Cumprimento Enzo com um aceno que me retribui de volta, procuro pelo puto do Enrico e não o acho. Não que eu me importe com aquele bastardo.
