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O vento gelado que bate em meu rosto já não me incomoda mais

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O vento gelado que bate em meu rosto já não me incomoda mais. Sai para correr perto da propriedade dos Petrovsky antes do sol se pôr, devo confessar que a minha disposição não foi a mesma e a culpa é daquele russo dos infernos que me deixou toda dolorida e marcada.  

Passo pelos guardas de volta à mansão, avistando Nikolai fumando um cigarro perto da janela, não duvido que ele estivesse me vigiando. Meu cunhado é um tanto desconfiado de tudo, porém, ao chegar mais perto, vejo-o observando Aurora, que acabará de começar a regar as rosas do pequeno jardim que, sem dúvidas, foi ela mesma que fez. Seus olhos, pelo reflexo da vidraça, tinham ciência de minha presença assim que entrei. Aurora dá bom dia para alguns guardas de prontidão que lhe respondem com acenos breves, noto o leve e breve trincar do maxilar de meu cunhado.  

__ Não é tolice sentir ciúmes do que já lhe pertence? __ Ouso perguntar. Seus olhos continuam cravados na sua doce esposa.

__Tolice seria não cuidar do que foi me dado.

__ Que eu saiba, você a tomou.__ ele sorri minusculamente, friamente.

__Do que isso importa? Ela seria minha de qualquer maneira.__Ele acompanha cada movimento de Aurora. Dou de ombro pronta para sair. Preciso de um banho.__ Me diz, cunhada, você sente ciúmes do meu irmão?

__Não.__ respondo prontamente

__Então, o fato de imaginar outras pessoas tocando no que te pertence, do jeito que somente você pode tocar, brincar, machucar, não te deixará ao ponto de sentir, ansiar, pelo gosto do sangue deles?__ Sua falta de expressão ainda habita sua face, assim como o foco de seus olhos.  

Por um breve segundo, me recordo de Martini, do momento exato em que soube que Ethan esteve com ela, sei que não foi ciúme o que senti por ele naquele momento, mas imaginar Alessandra tocando nele depois que eu o toquei, depois que eu o beijei, depois que meus lábios tocaram seu corpo.. Imaginar Ethan colocando suas grandes mãos em outra pele que não seja a minha, deixando suas digitais e marcas, não, isso não, eu a mataria, eu os mataria. Ele pertence a mim.

Cazzo, não acredito que agora dei para ter ciúmes daquele russo infernal.

Olho brevemente para meu cunhado, que surpreendentemente me encara atentamente pelo reflexo da janela. Ignorando-o e me esforçando a parar de pensar nas imagens que imaginei de Ethan com outra, me forço a subir as escadas dando tudo de mim para controlar essa irritação, mesmo que sem sentindo, e que ainda faz algum caralho de sentido por se tratar daquele maldito que deixei dormindo mais cedo.  

__Tenha um bom dia, cunhada.__ Nikolai diz ao se despedir sem camuflar o seu humor ácido. Outro russo do inferno. Como Aurora aguenta?

Meus pés tocam cada degrau com força pelos pensamentos que o desgraçado de meu cunhado me fez imaginar, e como a porra do meu dia não estivesse como piorar, vejo o caralho da outra maldita loira dando pequenos passos em frente à porta de meu quarto.  

𝑰𝒏𝒂𝒔𝒑𝒆𝒕𝒕𝒂𝒕𝒐 - Vingança, Obsessão e AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora